Marinha paga R$ 5 milhões em pensão a mulher fictícia: fraude revelada

Marinha paga R$ 5 milhões em pensão militar a mulher-fantasma

Mulher-fantasma tinha CPF, identidade e endereço, mas nunca existiu na vida
real. Marinha pagou pensão por quase três décadas

Vaubaniza Rodrigues Viana é uma fraude. Ela tem CPF, endereço e certidão de
nascimento, mas nunca existiu na vida real. A DE
[https://www.metropoles.com/colunas/tacio-lorran/marinha-pensao-mulher-morta],
no entanto, pagou por quase três décadas uma pensão militar à mulher-fantasma.
No papel, ela era considerada filha de um ex-primeiro-tenente da Força que
morreu em março de 1981. Ganhou R$ 6 milhões, em valores atualizados.

Vaubaniza foi criada pela professora Marlene Rebouças Viana (que, de fato,
existe), de 73 anos. Moradora de Icapuí (CE), a educadora é quem recebia a
pensão militar e perpetrou a fraude ao longo de 27 anos, de janeiro de 1994 a
junho de 2021.

O episódio é descrito pelo Ministério Público Militar (MPM)
[https://www.mpm.mp.br/] como uma “lúgubre trama”.

> “Marlene usou documentação falsa em nome de Vaubaniza Rodrigues Viana, pessoa
> que sequer existiu, para inclusão na folha de pensão e pagamento com
> finalidade de simular o direito de recebimento de proventos”, narra o MPM, de
> acordo com a sentença que condenou a professora, em novembro de 2023, a dois
> anos e oito meses de prisão.

Por todo esse tempo, Marlene recebia o valor da pensão no banco e usava a
digital e o cartão com senha para sacar o dinheiro. Ela também realizava a prova
de vida, se passando por Vaubaniza, para manter o benefício.

Mulher falsifica documentos de 6 irmãs e ganha pensão militar sozinha
que FAB pagou pensão por casamento fake de nora e sogro com esquizofrenia
A mulher de 4 nomes, 3 pensões militares e uma fraude de R$ 5 milhões
Marinha paga R$ 4 mi de pensão a mulher morta, e filha usa dinheiro

Em depoimento, a professora confessou a fraude e disse ter contado com a ajuda
do sogro, do marido e de um militar.

O sogro de Marlene é justamente o primeiro-tenente da Marinha que morreu em
1981. Antes de falecer, ele deixou toda a documentação pronta para a nora ganhar
a pensão, de acordo com a professora e os autos do processo. O primeiro-tenente
chegou a informar à Marinha o nascimento da filha fictícia, que tinha até
registro no cartório da 2ª Zona do Registro Civil do Rio de Janeiro.

O fato é que também ficou comprovado que Marlene agiu com “vontade consciente”
para receber o dinheiro indevidamente. A professora retirou uma identidade civil
em nome de Vaubaniza, deu entrada no processo de habilitação à pensão militar e
realizou provas de vida anualmente.

> “Verifica-se o ardil consistente no agir malicioso, que manteve a
> Administração Militar em erro por décadas”, escreveu a ministra e atual
> presidente do Superior Tribunal Militar (STM) Maria Elizabeth Guimarães
> Teixeira Rocha. “Certo é que o silêncio malicioso prolongou-se no tempo sem
> qualquer intenção de cessação”, prosseguiu. A pensão só deixou de ser paga
> após uma denúncia anônima que chegou à Marinha, em 2021.

O processo contra Marlene transitou em julgado no STM em março deste ano. Agora,
a Advocacia-Geral da União (AGU) cobra R$ 6 milhões dela.

Em depoimento, Marlene afirmou que gostaria de ressarcir a União, mas
acrescentou que não conseguia pagar. Ela explicou que era o dinheiro da pensão
que, desde 1983, sustentava a casa. Afirmou ainda que sempre foi “pessoa do
lar”. A coluna tentou contato com a professora, mas não obteve retorno.

O QUE DIZ A DE SOBRE PENSÃO A MULHER-FANTASMA

Procurada na sexta-feira (13/12), a DE não se manifestou.

Esta reportagem faz parte da série Pensões Camufladas, publicada pela coluna ao
desta e da última semana, para revelar histórias exclusivas sobre esquemas de
fraudes em pensões militares. Exército, Aeronáutica e Marinha desperdiçam
milhões de reais em recursos públicos para custear a folha de pagamento de
pessoas que não deveriam ganhar sequer um centavo das Forças Armadas. A coluna
analisou dezenas de processos no STM, no Tribunal de Contas da União (TCU) e em
tribunais federais ao longo de um mês.

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PL e Republicanos lideram novas filiações em SP. Quem perdeu espaço? Confira!

Em DE, PL e Republicanos lideram novas filiações. Veja quem perdeu

Partidos de Bolsonaro e Tarcísio, PL e Republicanos são os que mais ganharam
filiações entre as eleições de 2022 e de 2024

São Paulo – Entre as eleições de 2022 e 2024, PL e Republicanos, dois dos partidos mais à direita
no espectro político, lideraram a quantidade de novas filiações no estado de São
Paulo. Em contrapartida, partidos
mais ao centro reduziram de tamanho no mesmo período.

Partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, o PL foi quem mais cresceu quantitativamente no intervalo entre as eleições, com 18,4 mil novos filiados, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de novembro deste ano.

O crescimento do PL também ocorreu nas urnas, com o partido elegendo 104
prefeitos em todo o estado, sendo a 2ª sigla de maior comando nas cidades paulistas.

Na sequência, aparece o Republicanos, partido do governador Tarcísio de Freitas, com 96,5 mil filiados em
2024 – 14,2 mil a mais do que há dois anos. O partido elegeu 82 prefeitos e é o
3º que mais venceu disputas de prefeituras em São Paulo.

O terceiro partido que mais ganhou filiados em dois anos é o PSD de Gilberto
Kassab, secretário de Governo da gestão Tarcísio. Com 63 mil filiados, 12,2 mil em dois anos,
proporcionalmente o PSD cresceu mais do que PL e Republicanos. Além disso, o
partido é o que mais elegeu prefeitos pelo interior e a partir de 2025 comandará 205 prefeituras.

Segundo maior partido do estado, o PT, com 370 mil filiados, teve um crescimento tímido de apenas 229 novos membros e
manterá o comando de apenas 4 prefeituras no próximo ano.

Parte do crescimento do PSD, que em 2020 conseguiu eleger 66 prefeitos, se deve
à absorção do espólio do PSDB, líder na redução de filiados no intervalo observado. Em dois anos, o partido
perdeu 16,4 mil quadros e hoje tem 273 mil membros em São Paulo, seu berço político.

A desidratação do PSDB teve início em 2022, quando o partido perdeu o comando do
estado que governou por 28 anos seguidos. Ao fim daquele ano, a sigla contava
com 238 prefeitos, muitos deles filiados no mesmo ano para endossar a reeleição
de Rodrigo Garcia ao governo. Já em 2024, em meio a uma série de disputas internas, os tucanos
elegeram apenas 21 prefeitos.

Partido com a maior quantidade de filiados no estado, o MDB, do prefeito paulistano Ricardo Nunes, foi o segundo que mais perdeu
membros. Hoje com 409 mil filiações, a sigla perdeu 13,4 mil quadros em dois
anos. Apesar disso, conseguiu eleger 67 prefeitos, 9 a mais do que em 2020.

O DE não levou em consideração o crescimento de partidos que absorveram
outros, como é o caso do Podemos, que incorporou o PSC em 2023.

Confira abaixo os desempenhos dos partidos em quantidade de filiações em São
Paulo desde 2022:

– MDB: 409 mil filiados (reduziu 3%)
– PT: 370 mil filiados (cresceu 0,06%)
– PRD: 347 mil filiados (criado em 2023, oriundo da fusão do PTB com o
Patriota)
– PSDB: 273,9 mil filiados (reduziu 5%)
– PP: 181,9 mil filiados (reduziu 0,2%)
– PL: 159 mil filiados (cresceu 13%)
– União: 138 mil filiados (cresceu 1,2%)
– PDT: 133 mil filiados (reduziu 3%)
– Podemos: 128 mil filiados (incorporou PSC em 2023)
– PSB: 115 mil filiados (cresceu 2%)
– Republicanos: 96,5 mil filiados (cresceu 17%)
– PSD: 63 mil filiados (cresceu 24%)
– PSol: 54,5 mil filiados (cresceu 23%)
– Novo: 13,9 mil filiados (cresceu 49%)

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