Justiça do Rio decreta prisão de suspeito de atirar em turista argentino a caminho do Cristo Redentor

A Justiça do Rio decretou, na noite desta segunda-feira (16), a prisão temporária de Sandro da Silva Vicente por suspeita de atirar no turista argentino Gaston Fernando Burlon, de 51 anos. Em sua decisão, a juíza Alessandra da Rocha Lima Roidis, da 1ª Vara Criminal da Capital, destacou que “a prisão se afigura imprescindível para a continuidade e êxito das investigações policiais” e “propiciará a colheita de novos depoimentos, a juntada de laudos, a produção de relatórios de imagens, bem como a identificação do outro indivíduo que abordou o grupo”.

Gaston, ex-secretário de Turismo de Bariloche, foi baleado ao entrar por engano de carro no Morro do Escondidinho, em Santa Teresa, na quinta-feira passada (12). Ele estava a caminho do Cristo Redentor. No fim da tarde desta segunda, o Ministério Público do Rio (MPRJ) já tinha pedido a prisão de Sandro, que é apontado pela polícia como autor do disparo. Gaston seguia de carro para o Cristo Redentor, com a mulher e o filho. O aplicativo indicou um caminho que levava para o Morro dos Prazeres, em Santa Teresa, quando a família foi recebida a tiros.

Uma das balas atingiu a cabeça do argentino. Ele perdeu o controle do carro e bateu em um muro, dentro da comunidade. O homem foi socorrido e levado para o Hospital Municipal Souza Aguiar. A família pediu que o hospital não divulgasse o estado de saúde dele. O último boletim indicava internação na UTI e quadro gravíssimo. No fim de semana, a Polícia Civil identificou os quatro suspeitos de participação no ataque, incluindo o atirador. O MP, no entanto, considerou que não há provas contra os outros três citados.

A investigação da Delegacia Especial de Apoio ao Turismo (Deat) chegou aos nomes dos quatro suspeitos do ataque: Cláudio Augusto DOS Santos, o “Jiló”; Tiago de Oliveira, o “TG”; Raphael Corrêa Pontes, o De Lara; e Sandro da Silva Vicente, “Sandrinho”. Sandrinho, segundo duas testemunhas, foi o autor dos disparos que atingiram o turista. Ele tem 20 passagens pela polícia, sendo 13 quando ainda era menor de idade e 7 depois de adulto — a maior parte por assalto a mão armada. Justiça do Rio decreta prisão de suspeito de atirar em turista argentino que ia para o Cristo Redentor. Em sua decisão, a juíza Alessandra da Rocha Lima Roidis, da 1ª Vara Criminal da Capital, disse que ‘a prisão se afigura imprescindível para a continuidade e êxito das investigações policiais’.

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Jovem baleada no Rio: família denuncia demora no socorro pela PRF

Policiais rodoviários demoraram a socorrer jovem baleada no Rio, diz mãe

Juliana Leite Rangel, de 26 anos, está internada em estado gravíssimo. Família diz que processará o Estado.

Em depoimento, policiais da PRF reconhecem que atiraram em carro de jovem no Rio.

Baleada na cabeça na véspera de Natal, quando deixava a Baixada Fluminense para uma ceia em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, Juliana Rangel, de 26 anos, demorou a ser socorrida pelos policiais, de acordo com a mãe da jovem.

Dayse Rangel, mãe de Juliana, falou da demora no atendimento. “Eles não socorreram ela. Quando eu olhei eles estavam deitado no chão batendo no chão com a mão na cabeça. E eu falei: ‘não vão socorrer não?’, questionou a mãe da jovem.”

A família da jovem estava na BR-040, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, e seguia para a ceia de Natal, em Itaipu, Niterói, na Região Metropolitana do Rio. A família foi surpreendida pelos disparos realizados por 3 policiais rodoviários federais.

Juliana Leite Rangel, de 26 anos, foi baleada na BR-040. Dayse Rangel disse que quando viu os policiais, a família chegou a abrir passagem para a chegada deles ao carro, mas os agentes federais só atiraram. “A gente até falou assim: ‘vamos dar passagem para a polícia’. A gente deu e eles não passaram. Pelo contrário, eles começaram a mandar tiro para cima da gente. Foi muito tiro, gente, foi muito tiro. Foi muito mesmo. E aconteceu que, quando a gente abaixou, mesmo abaixando, eles não pararam e acertaram a cabeça da minha filha.”

Alexandre Rangel, pai da jovem, contou o que aconteceu: “Vinha essa viatura, na pista de alta (velocidade). Eu também estava. Aí, liguei a seta para dar passagem, mas ele em vez de passar, veio atirando no carro, sem fazer abordagem, sem nada. Aí falei para minha filha ‘abaixa, abaixa, no fundo do carro, abaixa, abaixa’. Aí eu abaixei, meu filho deitou no fundo do carro, mas infelizmente o tiro pegou na minha filha.”

Juliana Rangel, atingida na cabeça, foi levada para o Hospital Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias. O estado de saúde dela, até às 22h desta quarta-feira (25), era considerado gravíssimo. A jovem foi medicada, passou por cirurgia e está no Centro de Tratamento Intensivo (CTI). Os agentes usavam dois fuzis e uma pistola automática, que foram apreendidos. Em depoimento, os agentes reconheceram que atiraram contra o carro. Eles alegaram que ouviram disparos quando se aproximaram do veículo e deduziram que vinha dele.

Vitor Almada, superintendente da PRF no RJ, disse que, em depoimento, os policiais alegaram que ouviram disparos quando se aproximaram do carro, deduziram que vinha dele, mas depois descobriram que tinham cometido um grave equívoco.

“A Polícia Federal instaurou inquérito para apurar os fatos relacionados à ocorrência registrada na noite desta terça-feira (24/12), no Rio de Janeiro, envolvendo policiais rodoviários federais. Após ser acionada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), uma equipe da Polícia Federal esteve no local para realizar as medidas iniciais, que incluíram a perícia do local, a coleta de depoimentos dos policiais rodoviários federais e das vítimas, além da apreensão das armas para análise pela perícia técnica criminal.”

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