Motoboy é suspeito de furtar relógio de R$ 1,2 mil e devolver após ficar com
medo de vítima; caso bombou nas redes sociais
Caso aconteceu em Belo Horizonte neste final de semana.
Motoboy é suspeito de furtar relógio e devolver após ficar com medo da vítima;
entenda
Uma tentativa de furto terminou com um final feliz neste final de semana em Belo
Horizonte — graças à coragem e à sagacidade da vítima. Um motoboy de aplicativo devolveu um relógio avaliado em R$ 1,2 mil após levar um “susto” do responsável pelo objeto.
O caso foi relatado pelo músico Guilherme Barros, de 28 anos, nas redes sociais.
Ele conta que chamou um motoboy por aplicativo para levar o relógio até a casa do dono, em uma viagem de aproximadamente 10 km de distância.
Um amigo pediu para enviar de moto um relógio dele que estava comigo. Eu, que
tenho o costume de usar o 99, chamei por lá e um motoca aceitou. Aí eu peguei o
relógio, botei numa caixinha com umas sacolas, lacrei e fui encontrar o motoca.
Só que, nesse processo de embalar, eu acabei demorando e mandei uma mensagem
assim pra ele: ‘elevador’. […] Encontrei, pedi desculpa pela demora, entreguei
o relógio e, assim que ele saiu, eu compartilhei a corrida com meu amigo e segui
minha vida
— disse Guilherme Barros no vídeo, que acumula mais de 200 mil visualizações em
uma rede social.
Imagens de câmeras de segurança mostram o momento que Guilherme entrega o objeto
ao motoqueiro.
Cerca de seis minutos depois disso, o músico viu pelo aplicativo que o status
havia retornado para “procurando corrida”. Ou seja, o motoboy havia pegado a
encomenda e cancelado a viagem.
Barros entendeu que havia sido roubado, mas não conseguiu notificar a empresa,
porque, pelo aplicativo, não seria possível registrar a ocorrência em uma
corrida que foi cancelada.
CORRIDA PELO RELÓGIO PERDIDO
A partir disso, Guilherme começou uma corrida para recuperar o relógio perdido.
Sem a corrida no app, o músico passou a buscar possíveis informações sobre o
roubo.
Por meio do link da corrida enviado ao amigo, Guilherme conseguiu o nome
completo e o número da placa do motoqueiro. O chat aberto no app, em que ele
avisou que estava descendo, seguia aberto mesmo depois do cancelamento da
viagem.
Guilherme seguiu a orientação dos protocolos previstos pela 99 para casos como
esse: a confecção de um boletim de ocorrência.
“Pesquisas e tentativas de recuperação”
Descrente de avanços a partir do boletim de ocorrência e só recebendo mensagens
automáticas do aplicativo, Barros voltou para casa e começou a mandar mensagens
para o motoboy a partir do chat que havia aberto anteriormente.
Após dizer que passaria os dados completos do motoqueiro ao aplicativo e à
polícia, o suspeito respondeu pela primeira vez, afirmando que a conta que usava
era comprada — ou seja, que aqueles dados não eram dele, mas de um terceiro.
“BINGO!”
Após um tempo de pesquisa, Guilherme encontrou o CNPJ de uma lanchonete em Vespasiano, na Grande BH, cadastrado no nome do motoboy, com serviços de entrega rápida registrados
como atividade secundária.
Em uma busca nas redes sociais, o músico descobriu que a lanchonete realmente
existia e funcionava. Com as informações em mãos, voltou a conversar com o
suspeito.
“Para a polícia bater em Vespasiano vai ser moleza. […] Vou até pedir um aqui enquanto você toma sua decisão”
— disse Guilherme ao suspeito.
E foi com esta mensagem que o músico conseguiu o relógio de volta.
PEDIDO DE DESCULPAS E DEVOLUÇÃO
Depois disso, o motoqueiro pediu desculpas para o músico e disse que “a conta
era comprada, mas que conhecia o dono” e que mandaria o relógio de volta por
meio de uma outra moto por app.
Depois de um tempo, o relógio foi deixado na portaria do mesmo prédio onde havia
sido entregue ao suspeito.
PROTOCOLOS DE SEGURANÇA
Passado o susto e com o relógio em mãos, Guilherme decidiu que, a partir de
agora, passará a ter novos protocolos de segurança em aplicativos de entregas e
corridas.
“Várias pessoas me relataram problemas parecidos com o app. Vou tentar
entender quais outras ferramentas de segurança eu tenho, para deixar minha
vida um pouco mais tranquia. O fato de como tudo aconteceu, eu contei com
muita sorte, além do trabalho de pesquisa. Se eu não tivesse compartilhado a
corrida eu não teria nada, nem o nome do suspeito”, concluiu o músico.
Procurada pela reportagem, a 99 disse que “lamenta o ocorrido” e confirma que
Guilherme registrou a denúncia “na Central de Ajuda, no dia 13/12, e um e-mail
foi enviado com orientações”.
Completou, ainda, que o motociclista “foi bloqueado da plataforma e que a
empresa está à disposição para colaborar com as investigações das autoridades”.
Já a Polícia Civil afirmou que o fato foi registrado como “apropriação indébita
de coisa alheia móvel” e que, em casos como esse, a vítima precisa comparecer à
Delegacia Adida de Juizado Especial Criminal para as medidas legais cabíveis, na
Avenida Presidente Juscelino Kubitschek, 3250, no bairro Padre Eustáquio.