Expansão do CV: Facção Criminosa do Rio atrai membros de outros estados

-se

Expansão da Facção Criminosa CV

Criado no Rio no final dos anos 70, o Comando Vermelho (CV), maior facção criminosa do estado, expandiu seus tentáculos para outros estados, especialmente os do Norte e Nordeste, há pelo menos uma década. Essa expansão não se limita a uma via de mão única, uma vez que a facção também atrai traficantes de outras regiões para o Rio de Janeiro. A partir do momento em que esse fluxo de criminosos começa, ele se torna bidirecional, influenciando significativamente a dinâmica do crime organizado em várias partes do país.

A criação dos presídios federais em 2006 foi outro fator que estimulou a expansão das facções criminosas pelo país. Cada líder criminoso preso em um desses presídios mobiliza uma rede de comparsas para atuar na região em que se encontra detido. Além disso, a facilidade com que uma figura criminosa conhecida pode passar despercebida em outro estado facilita a infiltração desses indivíduos em novos territórios. Isso contribui para a complexidade do cenário do crime organizado no Brasil.

Segundo a Secretaria de Segurança do Estado do Rio de Janeiro, líderes do Comando Vermelho de diversos estados do Norte e Nordeste, especialmente onde a organização criminosa tem forte atuação, buscam refúgio em comunidades cariocas. Estados como Amazonas, Acre, Rondônia, Ceará, Bahia, Paraíba e Rio Grande do Norte são citados como locais de origem desses criminosos que encontram abrigo no Rio. Essa migração de bandidos geralmente ocorre após a decretação de prisões em seus estados de origem, mantendo assim o controle sobre seus redutos através de ordens transmitidas por outros membros das quadrilhas ou por intermédio de advogados.

Além do refúgio oferecido, os traficantes de outros estados que se estabelecem no Rio aprendem com seus cúmplices locais diversas táticas adotadas pelo Comando Vermelho, incluindo a extorsão de comerciantes através do pagamento de taxas. Outro fator que motiva essa migração é o aspecto financeiro, visto que o esconderijo nas comunidades do Rio é geralmente pago. A prisão de traficantes vindos de outros estados no Rio já resultou em casos como o de Dielson Assunção Filho, condenado por tráfico de drogas no Pará e encontrado na Vila Cruzeiro, e de Lindemberg Vieira da Silva, apontado como traficante na Paraíba e capturado no Complexo do Chapadão.

Essa dinâmica do crime organizado que envolve a migração de traficantes de outros estados para o Rio de Janeiro evidencia a complexidade e a interconexão entre as facções criminosas em diferentes regiões do país. A atuação desses criminosos em comunidades cariocas reforça a necessidade de ações integradas e estratégicas por parte das forças de segurança para combater e desarticular essas organizações criminosas que buscam no Rio não apenas um refúgio, mas também uma oportunidade de expandir suas operações ilícitas.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Juliana Leite Rangel, de 26 anos, é atingida por tiro na cabeça pela PRF: família busca justiça

Juliana Leite Rangel, de 26 anos, foi atingida por um disparo na cabeça pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) na véspera de Natal. O projétil que a atingiu atravessou sua cabeça, segundo informações divulgadas pelos médicos do Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes, onde ela está internada. O caso chocou a família da jovem, que estava a caminho da ceia de Natal quando o carro em que estavam foi alvo de tiros disparados pelos agentes da PRF na Rodovia Washington Luis (BR-040).

Após passar por uma cirurgia para a retirada de fragmentos ósseos em consequência do tiro, os médicos do hospital informaram que ainda é cedo para falar sobre possíveis sequelas que Juliana poderá enfrentar. A família da jovem, desamparada e em busca de justiça, está solicitando imagens das câmeras corporais dos policiais militares que prestaram socorro à Juliana, já que os agentes da PRF responsáveis pelos disparos não prestaram auxílio à vítima.

A situação deixou a família em desespero, com a mãe de Juliana, Deyse Rangel, relatando a falta de apoio das autoridades federais e a angústia de ver a filha em estado grave. Jéssica Rangel, irmã de Juliana, descreveu o momento de desespero em que recebeu a notícia do tiroteio que deixou sua irmã entre a vida e a morte. A família segue acompanhando a evolução do estado de saúde de Juliana e espera por justiça.

Os policiais rodoviários envolvidos no caso foram afastados preventivamente de suas funções operacionais enquanto a Corregedoria-Geral da PRF realiza uma investigação interna. O Ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, destacou a importância das polícias federais darem o exemplo. Este des

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp