Nesta terça-feira, 17 de dezembro de 2024, a Polícia Federal (PF) deflagrou a operação Tacitus, resultando na prisão de um delegado e mais três policiais civis de São Paulo, suspeitos de atuar em favor do PCC. Além desses, outras duas pessoas foram presas, e duas mais, incluindo um policial civil, ainda são procuradas.
As investigações revelaram que o esquema criminoso envolvia a manipulação e o vazamento de investigações policiais, a venda de proteção a criminosos e a corrupção para beneficiar um esquema de lavagem de dinheiro do PCC. A operação foi realizada pela PF e promotores do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), com o apoio da Corregedoria da Polícia Civil.
A Justiça decretou a prisão temporária dos investigados, além de buscas e apreensões em endereços relacionados a eles. Outras medidas cautelares incluíram o bloqueio de contas bancárias e o sequestro de bens. A operação resultou do cruzamento de diversas investigações sobre o PCC, incluindo o assassinato do delator Vinícius Gritzbach, ocorrido em 8 de novembro no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.
O delegado preso, Fabio Baena, foi acusado por Gritzbach, em sua delação premiada, de extorsão. Na época, Baena comandava uma investigação em que o delator era suspeito de mandar matar dois integrantes do PCC. A defesa de Baena não foi localizada até a última atualização da reportagem.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que a Corregedoria da Polícia Civil acompanha a operação, mas não possui mais detalhes. As investigações apontam que a facção, com o apoio dessa organização criminosa, movimentou mais de R$ 100 milhões desde 2018.
A operação Tacitus envolveu 130 policiais federais e promotores, com o apoio da Corregedoria, nas ruas. Foram expedidos 8 mandados de prisão e 13 de busca e apreensão na capital de São Paulo e nas cidades de Bragança Paulista, Igaratá e Ubatuba, no interior do estado.
Os investigados responderão pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa e passiva, e ocultação de capitais, com penas somadas que podem alcançar 30 anos de reclusão. A operação Tacitus, termo que vem do latim e significa silencioso ou não dito, alude à forma de atuar da organização criminosa.
Os policiais civis são suspeitos de colaborar com o PCC, garantindo proteção e facilitando a lavagem de dinheiro por meio da compra de imóveis através de intermediários ou empresas de fachada. Eles também são suspeitos de desviar bens que deveriam ser apreendidos.