Policial civil suspeito de atuar para o PCC é preso em SP: conheça Eduardo Lopes Monteiro

Saiba quem é o policial civil suspeito de atuar para o PCC que foi preso no interior de SP

Eduardo Lopes Monteiro, de 47 anos, foi preso nesta terça-feira (17) em Bragança Paulista, no interior de São Paulo. Ele é investigador de polícia e, atualmente, desempenhava suas funções no Deic, na capital, com salário de cerca de R$ 12 mil.

A Polícia Federal prendeu, na manhã desta terça-feira (17), em um condomínio de luxo em Bragança Paulista, no interior de São Paulo, um policial civil suspeito de atuar para a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).

O policial em questão é Eduardo Lopes Monteiro, de 47 anos. O DE apurou que Eduardo é investigador de polícia e, atualmente, desempenhava funções no Deic, em São Paulo, com uma remuneração mensal de cerca de R$ 12 mil.

A investigação da Polícia Federal apontou que Eduardo já foi sócio de duas empresas, sendo uma no ramo da construção civil e a outra no varejo de automóveis — ambas localizadas em Bragança Paulista, onde ele foi preso.

A empresa de construção civil em que Eduardo foi sócio foi fundada em janeiro de 2020, com um capital social de R$ 200 mil. A outra sócia é a esposa de Eduardo.

Já a segunda empresa, do ramo de venda de automóveis, possui um capital social de R$ 500 mil. Ela foi constituída em julho de 2022 e estabelecida como uma concessionária de carros de luxo. O local era investigado por suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro do PCC. O policial deixou a sociedade da concessionária no começo do ano.

A investigação da PF também apontou que Eduardo possui parentesco com a atual delegada de Polícia Corregedora Geral da Polícia Civil do Estado de São Paulo.

No documento, a polícia cita que Eduardo “pode ter algum privilégio na corporação policial pelo parentesco com a atual chefe da Corregedoria Geral da Polícia Civil, como também pode existir o envolvimento de outros policiais compondo uma organização criminosa no seio da instituição policial, em especial na Delegacia de Repressão a Homicídios Múltiplos (DHPP)”.

Eduardo foi delatado por Vinicius Gritzbach, homem que foi assassinado no aeroporto de Guarulhos. Segundo o inquérito que o DE teve acesso, Eduardo é suspeito de ter recebido valores milionários como propina, para beneficiar o PCC em investigações, sem realizar prisões de suspeitos, por exemplo.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Seis policiais civis de SP presos por corrupção após delação de empresário em 2023-2024: caso ligado ao PCC. A Polícia Federal e Ministério Público agiram contra agentes corruptos.

Seis policiais civis de São Paulo já foram presos após terem sido delatados entre 2023 e 2024 por Vinicius Gritzbach. O empresário acusou os agentes da Polícia Civil de corrupção e de fazerem lavagem de dinheiro para o Primeiro Comando da Capital (PCC).

Dois policiais civis haviam sido detidos em 3 de setembro numa operação conjunta da Polícia Federal e do Ministério Público (MP). Na terça-feira (17), mais quatro agentes da Polícia Civil, incluindo um delegado, foram presos pela PF e pelo MP.

Além deles, mais três pessoas, sendo um advogado, foram presas pela Polícia Federal e Ministério Público também na terça. Todos os seis foram delatados por Gritzbach e são suspeitos de colaborarem com a facção criminosa PCC.

O empresário foi morto a tiros em 8 de novembro quando desembarcava no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. Câmeras de segurança gravaram o crime cometido por dois homens encapuzados e com fuzis que fugiram em seguida. Um motorista por aplicativo foi atingido por um dos disparos e também morreu.

Dois suspeitos de participarem da execução dele foram presos dias depois pela força-tarefa criada pelo governo paulista para investigar o caso. Eles teriam ligação com o Primeiro Comando da Capital. Além do possível envolvimento do PCC no assassinato de Gritzbach, as autoridades apuram a hipótese de que policiais possam ter participado do crime. O empresário atuava no ramo imobiliário e havia sido contratado por membros da facção para lavar dinheiro do tráfico de drogas para eles.

As delações feitas por Gritzbach ajudaram a PF e o MP a identificarem os policiais apontados pelo empresário como corruptos e ligados ao Primeiro Comando da Capital. De acordo com a investigação, o esquema envolvia manipulação e vazamento de investigações policiais, venda de proteção a criminosos e corrupção para beneficiar um esquema de lavagem de dinheiro do PCC.

Os policiais Valdenir Paulo de Almeida, apelidado de “Xixo”, e Valmir Pinheiro, conhecido como “Bolsonaro”, estão presos. Os policiais presos em setembro durante a “Operação Face Off” foram: Valdenir Paulo de Almeida, apelidado de “Xixo”, agente policial; Valmir Pinheiro, conhecido como “Bolsonaro”, investigador da polícia.

Os quatro policiais detidos na terça na Operação Tacitus, da PF e do MP, são: Fábio Baena, delegado; Eduardo Lopes Monteiro, investigador; Marcelo Roberto Ruggieri, investigador; Marcelo Marques de Souza, o Marcelo “Bombom”, investigador. Ahmed Hassan Saleh, o “Mude”, advogado; Ademir Pereira Andrade e Robinson Granger de Moura, o “Molly”, são empresários.

O policial civil Rogério de Almeida Felício, o ‘Rogerinho’, procurado pela Polícia Federal na operação deflagrada nesta terça-feira (17), em São Paulo. Matheus Augusto de Castro Mota e Matheus Soares Brito são suspeitos de participarem da execução de Gritzbach. Kauê do Amaral Coelho é outro suspeito procurado como foragido pelo homicídio do empresário.

A Corregedoria da Polícia Civil investiga todos os policiais citados na delação, incluindo os agentes presos. A Polícia Civil é uma instituição legalista e não compactua com desvio de conduta, punindo com rigor todos os casos constatados. Uma força-tarefa foi criada para investigar o homicídio ocorrido no Aeroporto Internacional de Guarulhos e dois suspeitos já foram presos. As corregedorias das polícias Civil e Militar colaboram com as apurações e todos os agentes envolvidos, sejam civis ou militares, estão afastados das atividades operacionais até a conclusão dos trabalhos investigativos.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp