Líderes pedem liberação de R$ 4,2 bi em emendas sem aval das comissões: polêmica e manobras ilegais

Líderes querem realocar R$ 4,2 bi em emendas sem aval de comissões

Um ofício encaminhado ao Planalto no mesmo dia em que as comissões foram suspensas é assinado por 17 líderes partidários da Câmara dos Deputados. Neste documento, os líderes partidários solicitam ao Palácio do Planalto a liberação de R$ 4,2 bilhões em emendas partidárias.

Essas emendas em questão são provenientes das comissões, conhecidas como RP8. No entanto, as comissões permanentes da Câmara estão suspensas por determinação do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), na última semana de votações antes do recesso parlamentar. Dessa forma, as indicações assinadas pelos líderes não seguiram o rito de aprovação pelos colegiados.

O ofício foi assinado no mesmo dia em que Lira determinou a suspensão das comissões para um esforço concentrado de votação em plenário nesta semana, 12 de dezembro.

O PSol entrou com um mandado de segurança contra o alagoano pela o encaminhamento do ofício, alegando a prática de “manobras ilegais na condução da distribuição de emendas”. Segundo o partido, a ausência de aprovação prévia e registro formal pelas comissões configura usurpação de competência e descumprimento do rito legal, comprometendo a transparência necessária à execução orçamentária.

Os parlamentares também destacam que dos recursos indicados, R$ 73,8 milhões seriam destinados a Alagoas, reduto eleitoral de Lira, à frente de estados como Rio de Janeiro e São Paulo, o que caracterizaria “uso indevido da máquina pública para fins político-eleitorais”.

Receba notícias do DE no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal de notícias no Telegram.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Ambulâncias novas paradas enquanto viaturas antigas do Samu quebram: crise no resgate de pacientes

Vídeo: com ambulâncias novas paradas, viaturas velhas do Samu quebram

Segundo levantamento no sistema da Secretaria de Saúde, de 39 ambulâncias, 18
estavam paradas por problemas técnicos na terça-feira (17/12)

Enquanto ambulâncias novas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência do
Distrito Federal (Samu-DF) ficam paradas em um pátio, viaturas antigas quebram nas ruas, prejudicando o resgate de pacientes. De um
total de 39 veículos de socorro em atividade, 18 estavam desativados por
problemas técnicos até a manhã dessa terça-feira (17/12).

Conforme o DE noticiou, ambulâncias novas estão paradas desde julho de
2024 no Parque de Apoio da Secretaria de Saúde do
DF (SES-DF) por falta de seguro. Enquanto isso, socorristas se deparam
diariamente com veículos que apresentam problemas mecânicos. Em outubro deste
ano, por exemplo, uma ambulância antiga quebrou a caminho de uma ocorrência em
Santa Maria. A cena de profissionais de saúde de jaleco tentando resolver o
problema foi filmada.

Segundo os profissionais de saúde, os pneus da ambulância antiga furaram, e a
viatura precisou ser levada de volta para a base regional do Samu e desativada
para manutenção.

De acordo com socorristas, a ambulância antiga, além dos pneus velhos,
apresentava problemas de vazamento. Até as macas não seriam adequadas para os
carros. Durante um resgate, um funcionário ficou com os dedos feridos ao fazer a
remoção de paciente. Mesmo assim, a viatura voltou às ruas. Na segunda-feira
(16/12), segundo servidores, ela foi desativada novamente por problemas
mecânicos.

O DE teve acesso à situação da frota de ambulâncias do Samu na manhã da
última terça-feira (17/12), contando unidades de suporte básico (USBs), avançado
(USAs), intermediário (USIs) e viaturas (VIR). Segundo o levantamento, no
sistema da Secretaria de Saúde, de um total de 39 veículos, 18 estavam
desativados.

Entre 31 USBs, as 13 desativadas deveriam garantir socorro em Ceilândia, Gama,
Guará, Plano Piloto, Planaltina, Recanto das Emas, Riacho Fundo, Samambaia,
Santa Maria, Taguatinga e Vicente Pires. No caso das 7 USAs, cinco estavam fora
de combate nas seguintes regiões administrativas: Gama, Taguatinga, Ceilândia,
Plano Piloto e Sobradinho.

Entre as duas USAs em atividade, que contam com médicos para ocorrências mais
delicadas e de extrema emergência, uma está mobilizada para atender o público em
geral, e a outra para pacientes neonatais – ou seja, bebês. Dessa forma, apenas
uma USA está disponível para a população em geral no DF.

Segundo o diagnóstico da deputada distrital Dayse Amarilio (PSB), a crise do Samu é
constante. De acordo com a parlamentar, o contrato de manutenção das ambulâncias
deveria ser revisto, com prioridade. No caso das USAs, ela pontuou que muitas
estão paradas por falta de médicos e condutores.

A deputada frisou que o sucateamento coloca em risco o socorro de pacientes,
principalmente no caso de acidentes graves, e também no transporte de pacientes
entre unidades de saúde, geralmente em unidades de terapia intensiva (UTIs).

Procurada, a Secretaria de Saúde se manifestou por meio de nota.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp