Relator inclui revogação do novo SPVAT em pacote de gastos – Atualização legislativa em destaque

Relator inclui revogação do novo DPVAT no pacote de gastos

PLP estabelece limites para o crescimento das despesas com seguridade social e pessoal, além de regras para contingenciamento das emendas

O deputado Átila Lira (PP-PI), relator do Projeto de Lei Complementar (PLP) 210/2024, incluiu no seu parecer a revogação do Seguro Obrigatório Para Vítimas de Acidentes de Trânsito (SPVAT), que substitui o antigo DPVAT. A proposta em questão faz parte do pacote de revisão de gastos públicos apresentado pela equipe econômica de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no final de novembro.

O SPVAT foi sancionado por Lula em maio. A volta da medida foi enviada pelo governo ao Congresso Nacional com o intuito de abrir margem de gastos para o Planalto, como aprovado no arcabouço fiscal.

No relatório, Átila Lira indicou que a suspensão do seguro foi decidida em conjunto com o Ministério da Fazenda.

“Acrescentamos um novo artigo ao Projeto de Lei Complementar prevendo a revogação da Lei Complementar nº 207, de 2024, que instituiu o Seguro Obrigatório para Proteção de Vítimas de Acidentes de Trânsito (SPVAT), antigo DPVAT, extinto em 2020. Embora meritória, a medida encontrou resistência na sociedade civil. Assim, em negociação com o Ministério da Fazenda, decidimos pela revogação da Lei que introduziu a cobrança do SPVAT”, indicou o relator do PLP.

Pelo texto aprovado no Congresso, a contratação do SPVAT seria obrigatória e anual para os proprietários de veículos como carros, motos, caminhões e ônibus. A tarifa poderá variar entre R$ 50 e R$ 60, e a cobrança deve ser retomada em 2025.

PACOTE DE GASTOS

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), informou nesta terça-feira (17/12) que iniciaria a votação do pacote de revisão de gastos com a análise do PLP, mas reforçou que não garante a aprovação da proposta no plenário da Casa.

Pela previsão de Arthur Lira, o restante do pacote, incluindo o projeto de lei (PL) e a proposta de emenda à Constituição (PEC), ficaria para quarta-feira (18/12).

“Após a votação do PLP 210 [do pacote de gastos], vamos reunir os líderes de novo para tratar os assuntos de mérito que foram tratados a respeito do PL e da PEC, mas a previsão é de votação desses dois temas amanhã na sessão da tarde”, informou o presidente da Câmara.

A agenda econômica do Legislativo não para por aí, a expectativa é de que o Congresso Nacional realize sessões na quarta e na quinta-feira (19/12) para votação das leis de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025 e a Orçamentária Anual (LOA).

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Indústria brasileira volta ao nível planejado em novembro, aponta pesquisa da CNI: análise revela possível desaceleração.

DE indústria brasileira conseguiu finalmente retornar ao nível planejado pelas empresas em novembro, após um período de seis meses abaixo da meta estabelecida. Segundo a pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgada recentemente, o índice de estoque efetivo-planejado atingiu 50 pontos, um marco que não era alcançado desde abril.

O gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, apontou que essa retomada ao patamar esperado pode indicar uma possível redução no estímulo à produção nos próximos meses, especialmente se a demanda por bens industrializados apresentar queda. Embora o cenário futuro ainda não esteja totalmente definido, a possibilidade preocupa o setor.

A produção industrial, que havia surpreendido positivamente em outubro, registrou uma queda em novembro, ficando em 48,4 pontos. Essa retração, embora esperada para o período, foi mais acentuada do que nos mesmos meses de 2022 e 2023, indicando uma desaceleração no ritmo de produção. Além disso, a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) também teve uma queda, passando de 74% para 72%, porém ainda mantendo-se acima do mesmo período do ano anterior.

Por outro lado, o emprego na indústria apresentou um leve desaceleramento, com o índice de evolução do número de empregados atingindo 50,2 pontos, um valor acima do comum para o período, mas com um ritmo de crescimento inferior aos meses anteriores. As expectativas para o ano de 2025 também apontam para uma moderação, com os empresários demonstrando otimismo, porém mantendo cautela. Os índices de expectativa de demanda, compras de insumos e empregados apresentaram queda, enquanto a expectativa de quantidade exportada teve um aumento.

A pesquisa realizada pela CNI entrevistou 1.551 empresas entre 2 e 11 de dezembro, oferecendo um panorama da indústria para os próximos meses. A análise desses dados mostra um cenário de retomada aos níveis planejados pelas empresas, embora acompanhado de uma possível desaceleração da produção e da atividade industrial caso a demanda por bens manufaturados diminua. A incerteza em relação ao futuro preocupa e coloca em destaque a importância do monitoramento contínuo do setor para ajustes e adaptações conforme necessário.

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