Investigado por envolvimento sexual com um adolescente, o deputado federal Professor Alcides (PL) atraiu o garoto prometendo que ele entraria em um time de futebol, conforme relatou a mãe do menino às autoridades policiais. O adolescente teria comparecido à residência do parlamentar para participar de uma “peneira”, que é como são conhecidas as seletivas realizadas pelos times em busca de novos talentos.
O suposto incidente ocorreu em outubro de 2021, quando o garoto tinha apenas 13 anos. O caso veio à tona em 12 de dezembro de 2024, após a mãe do adolescente procurar a polícia para relatar que seu filho havia sido ameaçado com uma arma de fogo pelos seguranças de Professor Alcides. Além disso, os seguranças teriam roubado o celular do adolescente para apagar possíveis evidências que confirmassem o envolvimento do jovem com o parlamentar, conforme a denúncia da mãe.
Em uma carta aberta divulgada (leia ao final do texto), Alcides refutou as acusações, afirmando que são falsas e que sua orientação sexual está sendo instrumentalizada de forma política para atingi-lo. Segundo o relato da mulher, seu filho e outros jovens foram até a residência do deputado para participar de uma seleção em um clube de futebol goiano sub-16. De acordo com o adolescente, Alcides teria feito avanços indesejados, como beijos e toques, e o teria convidado para um quarto, porém o garoto se recusou a entrar e a manter relações sexuais com o político.
O adolescente relatou à mãe que, duas semanas depois, ele retornou à casa de Alcides e teve relações sexuais com o deputado. A “peneira” teria sido organizada na residência do parlamentar, uma vez que ele já atuou como dirigente e patrocinador do clube em questão. O DE tentou contatar a Polícia Civil para obter informações sobre o andamento das investigações, porém não obteve resposta até a última atualização deste conteúdo.
No dia 12 de dezembro de 2024, a polícia realizou mandados de prisão contra um policial militar, um instrutor de tiros e um segurança particular suspeitos de roubar os celulares e ameaçar o adolescente. As detenções ocorreram em Aparecida de Goiânia. Os advogados dos suspeitos afirmaram que não há provas que incriminem os seus clientes e que as acusações direcionadas ao Professor Alcides são infundadas e fazem parte de uma estratégia política.
As autoridades policiais informaram que o roubo ao adolescente aconteceu em novembro de 2024, quando os três suspeitos foram até a casa do garoto de carro, o ameaçaram e levaram seu celular. Segundo a polícia, os homens exigiram a senha do armazenamento em nuvem do jovem para acessar o conteúdo dos aparelhos. As investigações apontam que o objetivo era apagar possíveis provas que ligassem Professor Alcides ao adolescente. A utilização da orientação sexual do deputado para fins políticos é repudiada por ele, que afirma ser vítima de um complô com interesses obscuros.
