Orquestra Light da Rocinha: Transformação e Oportunidades na Música

A música é uma porta aberta para oportunidades e transformações, como afirma um integrante da orquestra que está formando jovens talentos musicais nas comunidades do Rio de Janeiro. A Orquestra Light da Rocinha, composta por 45 jovens musicistas de diversas comunidades cariocas, realizará seu primeiro concerto no Centro Cultural Light, no Centro da cidade. O evento, marcado para às 17h desta quarta-feira (18), é exclusivo para convidados e apresentará arranjos natalinos, além de clássicos de Villa-Lobos e Tchaikovsky. A iniciativa visa promover a inclusão social por meio da arte, oferecendo formação e oportunidades de emprego para os participantes.

A formação da Orquestra Light da Rocinha, criada em setembro de 2024, representa um importante passo na vida desses jovens músicos. Com idades entre 16 e 35 anos, os integrantes provêm não apenas da Rocinha, mas também de outras comunidades como Santa Marta, Chapéu Mangueira, Grota do Surucucu e até mesmo de Volta Redonda, no interior do Rio de Janeiro. O coordenador técnico Gilberto Figueiredo destaca a importância do projeto na geração de renda e trabalho, aspectos fundamentais para além da formação musical.

Mariana Cristina, de 22 anos, é um exemplo de como a música pode impactar positivamente a vida de jovens da comunidade. Criada na Rocinha, ela hoje atua como arquivista e integrante da Orquestra Light, auxiliando o maestro com partituras e arquivos. Sua história com a música começou na infância, aos 12 anos, na Escola de Música da Rocinha. Agora, como mãe solo de um filho de 3 anos, Mariana enxerga na música não apenas uma paixão, mas também um sustento, graças ao apoio financeiro proporcionado pelo projeto.

Victoria Souza, também nascida e criada na Rocinha, compartilha da mesma trajetória de formação musical e dedicação à Orquestra Light. Aos 20 anos, ela atua como monitora e trompista, guiando a nova geração de músicos com entusiasmo e emoção. O apoio financeiro oferecido pelo projeto é essencial para que Victoria possa se dedicar integralmente à música, consolidando seu sonho e inspirando outros jovens da comunidade a seguir os mesmos passos.

Henrique Machado, maestro residente da Orquestra Light da Rocinha, destaca a importância da música como seu ganha pão e sua visão de mundo. Regente profissional desde 2019, Henrique teve sua formação musical impulsionada por projetos sociais na infância, o que despertou nele o desejo de ensinar e conduzir grupos musicais. A parceria entre a empresa Novo Traço e a Light possibilitou a criação da orquestra na Rocinha, incentivando a formação musical de jovens talentos e proporcionando novas perspectivas de futuro.

O impacto social e cultural da Orquestra Light da Rocinha também se reflete na comunidade, por meio de espaços de convivência e aprendizado oferecidos para as crianças locais. Com ensaios abertos na Igreja Metodista da Rocinha, a orquestra se torna não apenas um projeto musical, mas também um instrumento de esperança e transformação. Através do talento e da dedicação dos jovens integrantes, a música se revela como um poderoso agente de inclusão e oportunidade, abrindo portas para um futuro promissor.

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Jovem baleada no Rio: família denuncia demora no socorro pela PRF

Policiais rodoviários demoraram a socorrer jovem baleada no Rio, diz mãe

Juliana Leite Rangel, de 26 anos, está internada em estado gravíssimo. Família diz que processará o Estado.

Em depoimento, policiais da PRF reconhecem que atiraram em carro de jovem no Rio.

Baleada na cabeça na véspera de Natal, quando deixava a Baixada Fluminense para uma ceia em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, Juliana Rangel, de 26 anos, demorou a ser socorrida pelos policiais, de acordo com a mãe da jovem.

Dayse Rangel, mãe de Juliana, falou da demora no atendimento. “Eles não socorreram ela. Quando eu olhei eles estavam deitado no chão batendo no chão com a mão na cabeça. E eu falei: ‘não vão socorrer não?’, questionou a mãe da jovem.”

A família da jovem estava na BR-040, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, e seguia para a ceia de Natal, em Itaipu, Niterói, na Região Metropolitana do Rio. A família foi surpreendida pelos disparos realizados por 3 policiais rodoviários federais.

Juliana Leite Rangel, de 26 anos, foi baleada na BR-040. Dayse Rangel disse que quando viu os policiais, a família chegou a abrir passagem para a chegada deles ao carro, mas os agentes federais só atiraram. “A gente até falou assim: ‘vamos dar passagem para a polícia’. A gente deu e eles não passaram. Pelo contrário, eles começaram a mandar tiro para cima da gente. Foi muito tiro, gente, foi muito tiro. Foi muito mesmo. E aconteceu que, quando a gente abaixou, mesmo abaixando, eles não pararam e acertaram a cabeça da minha filha.”

Alexandre Rangel, pai da jovem, contou o que aconteceu: “Vinha essa viatura, na pista de alta (velocidade). Eu também estava. Aí, liguei a seta para dar passagem, mas ele em vez de passar, veio atirando no carro, sem fazer abordagem, sem nada. Aí falei para minha filha ‘abaixa, abaixa, no fundo do carro, abaixa, abaixa’. Aí eu abaixei, meu filho deitou no fundo do carro, mas infelizmente o tiro pegou na minha filha.”

Juliana Rangel, atingida na cabeça, foi levada para o Hospital Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias. O estado de saúde dela, até às 22h desta quarta-feira (25), era considerado gravíssimo. A jovem foi medicada, passou por cirurgia e está no Centro de Tratamento Intensivo (CTI). Os agentes usavam dois fuzis e uma pistola automática, que foram apreendidos. Em depoimento, os agentes reconheceram que atiraram contra o carro. Eles alegaram que ouviram disparos quando se aproximaram do veículo e deduziram que vinha dele.

Vitor Almada, superintendente da PRF no RJ, disse que, em depoimento, os policiais alegaram que ouviram disparos quando se aproximaram do carro, deduziram que vinha dele, mas depois descobriram que tinham cometido um grave equívoco.

“A Polícia Federal instaurou inquérito para apurar os fatos relacionados à ocorrência registrada na noite desta terça-feira (24/12), no Rio de Janeiro, envolvendo policiais rodoviários federais. Após ser acionada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), uma equipe da Polícia Federal esteve no local para realizar as medidas iniciais, que incluíram a perícia do local, a coleta de depoimentos dos policiais rodoviários federais e das vítimas, além da apreensão das armas para análise pela perícia técnica criminal.”

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