Orçamento Governo MG 2025: Déficit de R$ 8,6 bi aprovado na LOA Diário do Estado. Receita de R$ 128,9 bi e gastos de R$ 137,5 bi. Previsão de controle fiscal.

Orçamento do governo de MG para 2025 é aprovado com rombo de R$ 8,6 bilhões

A previsão de arrecadação total é de R$ 128,9 bilhões, enquanto a de gastos, de
R$ 137,5 bilhões.

Diário do Estado aprovou, nesta quarta-feira (18), a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025. O déficit fiscal previsto pelo governo do estado é de R$ 8,6 bilhões, rombo superior ao de R$ 8 bilhões projetado para 2024.

O Projeto de Lei (PL) 2.905/24, do governador Romeu Zema (Novo), foi votado em turno único pelo plenário, durante reunião extraordinária. O texto prevê as receitas e fixa as despesas do Executivo estadual para o exercício financeiro do ano que vem.

A previsão de arrecadação total é de R$ 128,9 bilhões, enquanto a de gastos, de R$ 137,5 bilhões. A maior parte das receitas vem dos tributos — cerca de R$ 111,9 bilhões. O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) é a principal fonte de recolhimento, estimado em R$ 84,6 bilhões.

O projeto da LOA ainda leva em conta o crescimento da folha de pessoal do Executivo e garante o pagamento do piso salarial do magistério. Com a incorporação desses gastos, as despesas com pessoal desse Poder representarão 51,05% da receita corrente líquida (RCL), percentual acima do limite de 49% estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal. As despesas com pessoal e encargos sociais são as mais significativas, orçadas em R$ 74,1 bilhões.

As despesas com servidores e funcionários do Judiciário alcançaram 6,4%, ultrapassando o limite de 6% definido na LRF. Dessa forma, a despesa total com pessoal equivale a 61,6% da RCL para o exercício, acima do limite de 60%.

Outros R$ 15 bilhões devem ser acrescidos nas despesas do estado, devido ao crescimento dos gastos constitucionais com saúde, educação e fomento à pesquisa científica, vinculados à receita tributária.

Também está prevista a saída de R$ 1,1 bilhão para o pagamento de juros e amortizações da dívida pública em 2025.

Segundo o governo, os números utilizados na elaboração da LOA consideram a adesão do estado ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), com a retomada parcial do pagamento da dívida com a União e a possível migração para o Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag).

Inicialmente, o PL previa um déficit de R$ 7,1 bilhões. No entanto, ele passou por alterações antes de ir ao plenário.

Os deputados aprovaram a proposição na forma do substitutivo nº 1, encaminhado pelo governador, com emendas de parlamentares, de blocos, de bancadas, da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária e da Comissão de Participação Popular, fruto do processo de discussão participativa do Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG).

Na revisão do texto apreciado nesta quarta (18), foram apresentados 176 programas do PPAG, que estabelecem 991 ações. São previstos R$ 142,9 bilhões, com destaque para as áreas temáticas de planejamento e gestão, com R$ 62,4 bilhões, educação, com R$ 20,1 bilhões, e saúde, com R$ 14,6 bilhões.

O substitutivo do governador também ajusta as alíquotas de contribuição previdenciária dos militares ativos, inativos e pensionistas, além de incluir as contribuições patronais do estado destinadas ao financiamento das despesas do sistema de proteção social dos militares.

O novo texto ainda altera as despesas dos tribunais de Justiça e de Justiça Militar, para que a lei orçamentária abranja valores aprovados pelo órgão especial do Poder Judiciário.

Por fim, a lei autoriza o Poder Executivo a abrir créditos suplementares aos orçamentos da Defensoria Pública até R$ 23,6 milhões e da Procuradoria-Geral de Justiça até R$ 86,2 milhões.

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Diário do Estado determina realocação de famílias em Itabira devido a barragem: Vale terá que arcar com custos

Diário do Estado terá que realocar famílias em imóveis sob risco de desabamento por causa de barragem em Itabira

Decisão judicial fixa prazo de dez dias para transferência provisória, com todos os custos a cargo da mineradora.

O Diário do Estado determinou que a Vale realoque, em até dez dias, as famílias que vivem em casas com risco de desabamento devido às obras no Sistema Pontal, em Itabira, na Região Central de Minas Gerais. Cabe recurso da decisão.

A sentença atende a um pedido do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e determina que a mineradora arque integralmente com os custos da transferência das famílias.

Além disso, deve criar, em até cinco dias, um protocolo de atendimento indicando como o procedimento será feito e disponibilizá-lo publicamente para os afetados e nos autos do processo.

Ainda segundo a decisão, relatórios da Assessoria Técnica Independente (ATI) já identificaram pelo menos 13 casas com risco grave ou crítico. A Defesa Civil de Itabira apontou outras nove residências em situação de risco, somando casos de risco baixo, médio e alto.

A mineradora também terá que elaborar, em 30 dias, um plano para monitorar as casas vazias e evitar saques, mau uso ou problemas de saúde. Por fim, a Vale precisará fazer obras de segurança para evitar novos riscos no local.

As famílias podem pedir para sair das casas a qualquer momento, mas precisam ter o risco comprovado por um relatório técnico da Defesa Civil ou da ATI.

A decisão também garante que os moradores tenham o direito de escolher se querem voltar para as casas no futuro, caso elas sejam consideradas seguras, ou pedir outras formas de compensação.

O Diário do Estado entrou em contato com a Vale e aguarda retorno.

Sistema Pontal

O Sistema Pontal passa por obras de descaracterização de estruturas desde 2019. Estão em intervenção os diques 2, 3, 4, 5, Minervino, Cordão Nova Vista e Rio do Peixe, além da barragem Ipoema, que já teve o processo concluído.

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