Datafolha: 62% dos brasileiros se opõem à anistia para golpistas do 8/1

STF condena mais 29 réus pelos atos golpistas de 8/1

Uma pesquisa realizada pelo Datafolha e divulgada na quarta-feira, 18 de dezembro de 2024, revelou que 62% dos brasileiros são contrários à concessão de anistia aos participantes dos atos golpistas ocorridos em 8 de janeiro de 2023, em Brasília. Esses atos envolveram a invasão do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal (STF).

A pesquisa foi conduzida após a Polícia Federal (PF) indiciar Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil e atualmente filiado ao Partido Liberal (PL), por envolvimento na conspiração que levou aos eventos de 2022. A rejeição à anistia é clara, refletindo a opinião majoritária da população brasileira sobre o assunto.

Os dados da pesquisa indicam que a oposição à anistia é significativa, com 62% dos entrevistados expressando sua discordância. Essa posição é compartilhada por uma ampla gama de segmentos da sociedade, embora haja variações nos níveis de apoio e rejeição entre diferentes grupos.

Veja os números:

  • Contra: 62% (eram 63% em março);
  • A favor: 33% (eram 31%);
  • Não sabem: 5% (eram 4%);
  • Indiferente: 1% (era 2%)

Apoio à Anistia

Ainda segundo a pesquisa, a maioria dos apoiadores a anistia são homens, com 37%, enquanto 29% das mulheres entrevistadas defendem a medida. Já 64% das mulheres são contra a anistia, e 59% defendem punição para os participantes do 8/1.

Em relação ao apoio a políticos, quem declarou voto no ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2022 defende em sua maioria o perdão aos golpistas: 45%. Já 72% dos que declararam voto no presidente Lula (PT) na última eleição presidencial são contra a anistia.

Já em relação a classe de trabalho, os funcionários públicos (68%), estudantes (68%), desempregados (67%) e moradores da região Nordeste (66%) são os grupos sociais que mais defendem a punição.

Os mais favoráveis à anistia são os assalariados sem registro (38%), empresários (37%), evangélicos (37%) e pessoas de 35 a 44 anos (36%).

O instituto ouviu 2.002 pessoas em 113 municípios do Brasil nos dias 12 e 13 de dezembro, com entrevistados de idade entre 16 anos ou mais.

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Polícia Federal solta 11 investigados na Operação Overclean: detalhes do desvio milionário de emendas parlamentares

O Tribunal Regional Federal (TRF) determinou a soltura de 11 dos 16 presos na Operação Overclean, deflagrada pela Polícia Federal na última semana. O grupo composto por empresários e servidores públicos é suspeito de desviar recursos milionários, fruto de emendas parlamentares, em licitações fraudadas. Conforme decisão judicial, devem ser soltos Alex Rezende Parente, Fábio Rezende Parente, Lucas Maciel Lobão Vieira, José Marcos de Moura, Francisco Manoel do Nascimento, Claudinei Quaresmin, Fabio Netto do Espírito Santo, Flávio Henrique de Lacerda Pimenta, Clebson Cruz de Oliveira, Evandro Baldino do Nascimento e Diego Queiroz Rodrigues. Todos eles deverão usar tornozeleira eletrônica.

Onze dos 16 presos na Operação Overclean foram interrogados na segunda-feira, na sede da Polícia Federal, em Salvador. Até então, foram apreendidos R$ 3.403.521,90 em espécie, 23 carros de luxo, três barcos, três aeronaves, seis imóveis de alto padrão, 38 relógios e joias. A PF informou que não pode divulgar o conteúdo dos depoimentos dos suspeitos para não atrapalhar as investigações. A reportagem da TV Bahia apurou que eles permaneceram em silêncio durante os interrogatórios.

Uma semana antes da Operação Overclean, a Polícia Federal apreendeu R$ 1.538.700,00 com suspeitos de desvios milionários em recursos públicos. Os investigadores descobriram que o dinheiro tinha origem ilícita e destinava-se ao pagamento de propinas em Brasília. A organização criminosa usava um esquema estruturado para desviar recursos públicos de emendas parlamentares e convênios para empresas e indivíduos ligados a administrações municipais.

Alex Rezende Parente é apontado como o líder da organização criminosa, responsável por coordenar as fraudes em licitações e negociar com servidores públicos. Lucas Maciel Lobão Vieira, ex-coordenador do DNOCS na Bahia, também é apontado como membro do núcleo central, atuando nos bastidores a favor da empresa. A organização criminosa teria movimentado aproximadamente R$ 1,4 bilhão, desviando recursos de emendas parlamentares e contratos com órgãos públicos.

A Polícia Federal descobriu que a lavagem de dinheiro era sofisticada, envolvendo empresas de fachada, contas bancárias em nomes de terceiros e uso de laranjas para movimentar os recursos ilícitos. Os crimes apurados incluem corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e contratos, e lavagem de dinheiro. As penas somadas podem ultrapassar 50 anos de reclusão, além das multas previstas na legislação.

Em nota, a defesa dos principais suspeitos informou que desejam esclarecer todos os fatos no curso da investigação e eventuais processos. A defesa da servidora Kaliane Lomanto nega sua participação na organização criminosa e aguarda acesso aos autos do processo para esclarecer os fatos. As prefeituras e empresas citadas na decisão estão dispostas a colaborar com as investigações e esclarecer eventuais dúvidas.

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