Jorginho Mello, governador de Santa Catarina, anunciou em entrevista na DE TV que irá tentar reverter a federalização do porto de Itajaí por meio judicial, classificando a decisão como política. O Porto de Itajaí, o segundo maior do país localizado no Litoral Norte de Santa Catarina, foi federalizado de forma definitiva segundo um anúncio feito no início da semana. Jorginho Mello afirmou que a ação visa reparar a decisão tomada pelo presidente da República e que a perda da autoridade portuária representará um desgaste político indesejado.
Em uma avaliação da gestão de 2024 e projeções para o próximo ano, o governador de Santa Catarina ressaltou os principais projetos e entregas realizados. Entre os destaques estão o aumento de voos internacionais com destino ao Panamá, Peru e Lima, o aumento das cirurgias no estado e projetos de mobilidade e infraestrutura, como o túnel submerso no Rio Itajaí-Açu. Jorginho Mello destacou ainda a melhoria na qualidade das estradas do estado.
Na entrevista, Jorginho Mello abordou também questões de mobilidade na Capital, com foco na rodovia SC-401 Norte, importante ligação entre o centro e as praias ao norte da cidade. O governo estadual tem trabalhado para ampliar a capacidade da rodovia e reduzir o congestionamento na região. Além disso, o governador falou sobre os planos de reeleição em 2026, após o desempenho do PL nas eleições municipais de 2024, onde conquistou 30% das prefeituras em Santa Catarina.
A federalização do Porto de Itajaí marcou uma mudança significativa na gestão da estrutura, que esteve sob comando municipal desde a década de 1990. O convênio de delegação da Autoridade Portuária ao município venceu no final de dezembro, dando início a uma nova fase sob a gestão da empresa pública responsável pelo porto de Santos, em São Paulo. O processo de federalização foi resultado de um amplo debate dentro do governo, culminando na decisão de assumir a gestão do porto.
Apesar de ter ocorrido um diálogo com o ministro dos Portos e Aeroportos e a bancada federal, Jorginho Mello destacou a falta de negociação política entre os governos estadual e federal sobre o tema. A crise resultante da perda da autoridade portuária foi vista como um cenário indesejado para ambas as partes envolvidas. O Portos e Aeroportos ressaltou que a decisão foi tomada após um amplo debate interno e destacou a movimentação e o número de navios que o porto recebeu até dezembro.
O porto de Itajaí teve suas atividades paralisadas em 2022 devido a intenção de privatização pelo Governo Federal na época. Com a assinatura de um contrato provisório em dezembro de 2023, no governo Lula, as atividades foram retomadas sob uma nova gestão. A federalização representou não apenas uma mudança na gestão do porto, mas também uma nova perspectiva para as operações e o desenvolvimento da região. A ação do governador de Santa Catarina para reverter essa decisão ressalta a importância estratégica e política do Porto de Itajaí para o estado.