Carlos Eduardo do Sacramento Marques Santiago de Jesus, suspeito de desviar doações em um telejornal, foi preso em Salvador. Investigações revelaram que ele era um dos operadores do esquema. Segundo denúncia do Ministério Público da Bahia (MP-BA), os jornalistas Marcelo Castro e Jamerson Oliveira eram os líderes desse grupo criminoso.
Carlos Eduardo foi detido no bairro do Cabula e levado para o Departamento Especializado de Investigações Criminais (Deic). Outro suspeito, Thais Pacheco da Costa, também teve a ordem de prisão emitida, mas ainda não foi capturada. Ambos foram acusados de atuar como operadores no esquema.
O MP-BA denunciou um total de 12 pessoas por crimes como associação criminosa, apropriação indébita e lavagem de dinheiro. O grupo teria desviado cerca de R$ 407.143,78, equivalente a 75% das doações feitas pela audiência do programa. Os jornalistas Marcelo Castro e Jamerson Oliveira teriam ficado com as maiores quantias desviadas.
Marcelo Castro era um dos principais repórteres do telejornal “Balanço Geral”, enquanto Jamerson Oliveira atuava como editor-chefe. Eles teriam liderado o esquema que desviava as doações feitas por telespectadores. A descoberta do golpe aconteceu após uma denúncia informal à emissora, que iniciou uma investigação interna e posteriormente acionou a Polícia Civil.
As vítimas do golpe eram pessoas em situação vulnerável, com problemas de saúde ou financeiros. Elas participavam de reportagens do telejornal e recebiam doações destinadas a ajudá-las. O esquema funcionava através de uma chave PIX divulgada durante o programa para arrecadar fundos, que eram desviados pelo grupo criminoso.
A descoberta da fraude ocorreu após um jogador de futebol desconfiar da diferença entre as contas indicadas para doação. Após uma investigação interna, a emissora levou o caso às autoridades policiais e demitiu os jornalistas envolvidos. A denúncia contra os suspeitos foi oferecida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais do MP-BA à Justiça.
O advogado dos jornalistas acusados defendeu a inocência de seus clientes, destacando que a denúncia ainda não foi recebida pela Justiça e que as provas coletadas não passaram por diversos princípios processuais. A defesa contesta as acusações e argumenta a inocência dos assistidos. A investigação permanece em andamento para esclarecer todos os detalhes do “Golpe do PIX” em Salvador.