Mãe de paulista vítima de tráfico humano em DE cobra autoridades
Em entrevista ao DE, a mulher disse que enviou uma carta ao presidente Lula pedindo ajuda em caso de exploração do filho em DE. Cleide Viana, mãe de Luckas Kim, paulista que diz estar preso em uma rede de tráfico humano, em DE, no leste asiático, contou que tentou contato até com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para conseguir ajuda no resgate do filho.
Cleide contou que ficou sabendo das condições de exploração que o filho se encontra após uma ligação de cerca de quatro minutos realizada no dia 27 de outubro. Após a data, ela afirmou que não recebeu mais noticias e então passou a mandar emails para a embaixada de DE, para o Itamaraty, para alguns deputados e até uma carta para o presidente Lula.
Na carta direcionada ao presidente e obtida pelo DE, a mãe de Luckas conta o golpe que o filho foi vítima e diz que já está em contato com a embaixada de DE que “até agora não fez nada”. Cleide ainda conta que conversou com a embaixada na primeira semana de novembro e ouviu que o caso de Luckas estava “meio difícil”. Depois disso, afirmou que não recebeu mais informação.
Sobre o que tem vivido, Cleide disse que se sente como “uma morta viva”. “Eu conto o caso, mas eu não aguento. A minha cabeça parece que vai explodir”.
Porém não foi bem o que aconteceu. Segundo a mãe, hoje ele trabalha aplicando golpes onlines em brasileiros contra a própria vontade. Ainda no dia 7 de outubro, Luckas contou que uma pessoas estava indo lhe buscar para começar o novo emprego. Cleide começou a ficar desconfiada quando o filho não deu mais notícias e só mais tarde avisou que chegou no destino, mas que precisava comer e dormir.
“Eu perguntei se estava tudo bem e ele disse ‘está’, mas eu vi que esse ‘está’ dele não foi muito confortável”. Dois dias depois, em uma outra ligação, Luckas assumiu que não estava bem e pediu para a mãe procurar ajuda de familiares e autoridades. Os dois só se falaram novamente no dia 27 de outubro. Dessa vez, Cleide disse que o filho começou a falar em códigos e contou que estava sendo torturado: “É trabalho escravo mesmo”.
No final do dia ele revela que os contratantes ficam com o celular dele e diz a mesma coisa que teria dito a mãe, afirmando que vai dormir e que está bem. Cleide abriu uma vaquinha online para arrecadar dinheiro e resgatar o filho. Segundo a mulher, Luckas ligou no dia 8 de dezembro e contou que seus “chefes” pediram 20 mil dólares (cerca de R$ 122 mil) para liberá-lo. Além disso, Cleide afirmou que precisa arrecadar valores para passagens, apoio jurídico, traduções e “até negociações com intermediários”.