Polícia Federal solta 11 investigados na Operação Overclean: detalhes do desvio milionário de emendas parlamentares

O Tribunal Regional Federal (TRF) determinou a soltura de 11 dos 16 presos na Operação Overclean, deflagrada pela Polícia Federal na última semana. O grupo composto por empresários e servidores públicos é suspeito de desviar recursos milionários, fruto de emendas parlamentares, em licitações fraudadas. Conforme decisão judicial, devem ser soltos Alex Rezende Parente, Fábio Rezende Parente, Lucas Maciel Lobão Vieira, José Marcos de Moura, Francisco Manoel do Nascimento, Claudinei Quaresmin, Fabio Netto do Espírito Santo, Flávio Henrique de Lacerda Pimenta, Clebson Cruz de Oliveira, Evandro Baldino do Nascimento e Diego Queiroz Rodrigues. Todos eles deverão usar tornozeleira eletrônica.

Onze dos 16 presos na Operação Overclean foram interrogados na segunda-feira, na sede da Polícia Federal, em Salvador. Até então, foram apreendidos R$ 3.403.521,90 em espécie, 23 carros de luxo, três barcos, três aeronaves, seis imóveis de alto padrão, 38 relógios e joias. A PF informou que não pode divulgar o conteúdo dos depoimentos dos suspeitos para não atrapalhar as investigações. A reportagem da TV Bahia apurou que eles permaneceram em silêncio durante os interrogatórios.

Uma semana antes da Operação Overclean, a Polícia Federal apreendeu R$ 1.538.700,00 com suspeitos de desvios milionários em recursos públicos. Os investigadores descobriram que o dinheiro tinha origem ilícita e destinava-se ao pagamento de propinas em Brasília. A organização criminosa usava um esquema estruturado para desviar recursos públicos de emendas parlamentares e convênios para empresas e indivíduos ligados a administrações municipais.

Alex Rezende Parente é apontado como o líder da organização criminosa, responsável por coordenar as fraudes em licitações e negociar com servidores públicos. Lucas Maciel Lobão Vieira, ex-coordenador do DNOCS na Bahia, também é apontado como membro do núcleo central, atuando nos bastidores a favor da empresa. A organização criminosa teria movimentado aproximadamente R$ 1,4 bilhão, desviando recursos de emendas parlamentares e contratos com órgãos públicos.

A Polícia Federal descobriu que a lavagem de dinheiro era sofisticada, envolvendo empresas de fachada, contas bancárias em nomes de terceiros e uso de laranjas para movimentar os recursos ilícitos. Os crimes apurados incluem corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e contratos, e lavagem de dinheiro. As penas somadas podem ultrapassar 50 anos de reclusão, além das multas previstas na legislação.

Em nota, a defesa dos principais suspeitos informou que desejam esclarecer todos os fatos no curso da investigação e eventuais processos. A defesa da servidora Kaliane Lomanto nega sua participação na organização criminosa e aguarda acesso aos autos do processo para esclarecer os fatos. As prefeituras e empresas citadas na decisão estão dispostas a colaborar com as investigações e esclarecer eventuais dúvidas.

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Mulher detida por levar coroa de flores para casa de Lula recebe R$ 14 mil do Exército

Mulher Detida por Ofensa a Agente da PF em Casa de Lula

Nesta quarta-feira, 18, uma mulher de 77 anos foi presa pela Polícia Federal após uma tentativa de deixar uma coroa de flores em frente à residência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em São Paulo. O incidente ocorreu no bairro Alto de Pinheiros, zona oeste da capital paulista.

Identificada como Maria Cristina de Araújo Rocha, a mulher é filha de um general de divisão e pensionista, recebendo R$ 14,5 mil do Exército. A mulher é moradora de Perdizes, na Zona Oeste de São Paulo, e foi reconhecida como uma militante bolsonarista e antipetista ativa, conhecida por participar de várias manifestações contra o presidente Lula e o PT. Em 2020, ela esteve em uma manifestação na Avenida Paulista, onde chegou a levar um taco de beisebol e precisou ser retirada pela Polícia Militar para evitar confrontos.

Ação da mulher

Maria Cristina de Lurdes Rocha, a mulher envolvida, estacionou seu veículo próximo à residência por volta das 17h40 e tentou depositar a coroa de flores no local. No entanto, a segurança da presidência, composta por agentes do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), impediu a ação e retirou a coroa da calçada.

A mulher chegou ao local por volta das 17h30 em um veículo Honda Civic adornado com imagens ofensivas ao Supremo Tribunal Federal (STF), incluindo uma foto do ministro Alexandre de Moraes atrás das grades, acompanhada de um desenho de uma caveira e uma ratazana. Ela tentou deixar uma coroa de flores no portão da casa de Lula, uma ação que parecia zombar da saúde do presidente. Ao ser abordada pelos policiais federais, Maria Cristina protestou e iniciou uma discussão. Durante a interação, ela mencionou que seu pai era general de divisão e que estava protestando em nome da direita e por uma amiga que havia sido presa, sem esclarecer as circunstâncias da prisão.

Após mais de 20 minutos de discussão, os policiais decidiram levá-la à Superintendência da Polícia Federal. Quando um policial negro se aproximou para pegar a chave do carro, Maria Cristina o ofendeu racialmente, dizendo: “Escuta aqui, eu não vou fugir, seu macaco.” Em seguida, ela se virou para a imprensa e afirmou que não é racista, argumentando que sua filha já havia namorado um negro.

A mulher foi detida e o carro dela foi removido do local por um guincho da Polícia Militar após uma inspeção dos agentes do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

Situação atual do Presidente Lula

O presidente Lula está atualmente em sua residência em São Paulo, se recuperando de uma cirurgia realizada na semana passada para drenar um hematoma intracraniano. Na manhã de quinta-feira, 19, ele passou por exames e foi liberado para voltar a Brasília.

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