MPE pede que Justiça apure possíveis irregularidades na prestação de contas de
cinco candidatos a vereador em Uberlândia
Entre os questionamentos do promotor Eleitoral Daniel Marotta estão a suspeita
de utilização de empresas “laranjas” e doadores de campanha inscritos como
desempregados no Caged.
O Ministério Público Eleitoral (MPE) entrou com Ações de Investigação Judicial
Eleitoral (AIJE) para apurar possíveis irregularidades na prestação de contas de
cinco candidatos a vereador nas Eleições 2024, em Uberlândia.
Entre os questionamentos do promotor Eleitoral Daniel Marotta estão a suspeita
de utilização de empresas “laranjas” e doadores de campanha inscritos como
desempregados no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o que,
segundo o MPE, pode indicar ocultação de verdadeiros emissários dos valores.
Dos cinco citados nas ações, apenas Thais Andrade (União) tentava a reeleição.
Confira todos os nomes, por ordem alfabética:
– Alexandra Sardella (PP) – 514 votos
– Braulio Marcos (Avante) – 1661 votos
– José Gerônimo Sobrinho, Zé Folhinha (Mobiliza) – 653 votos
– Thais Andrade (União) – 2907 votos
– Stefane Laira (PL) – 491 votos
O Diário do Estado fez contato com os investigados e até o momento somente a candidata Alexandra Sardella (PP) não se manifestou. Veja abaixo os posicionamentos.
Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Uberlândia teve 539
candidatos a vereador registrados para disputar a eleição de 2024.
Desses, 27 vão ocupar uma cadeira no Legislativo em 2025:
16 foram reeleitos e 11 não tinham cargos de vereadores.
Conforme os documentos, assinados em 16 de dezembro de 2024 e submetidos à
Justiça Eleitoral, “as possíveis irregularidades foram obtidas por meio do
cruzamento entre os dados de despesas e receitas disponibilizadas no sistema
DivulgaCandContas e de sistemas de órgãos e/ou instituições públicas que detêm
informações dos doadores e/ou fornecedores de serviços de campanha eleitoral”.
O promotor Marotta pede à Justiça que os citados apresentem as referidas defesas
em cinco dias, após serem notificados. Também é solicitado que os demais
envolvidos nas supostas irregularidades sejam notificados para esclarecimentos.
Se as ações forem julgadas procedentes, a pena prevista é “inelegibilidade para
as eleições a se realizarem nos oito anos subsequentes à eleição em que se
verificaram os abusos”.
APONTAMENTOS FEITOS PARA CADA CANDIDATO
Alexandra Sardella (PP):
– Gastos de R$ 25.188,00 com contratados para trabalhar com cargas horárias e períodos semelhantes e receberam valores distintos
– Desse montante, 22% foram pagos ao filho;
– A investigada deve prestar esclarecimentos da diferença de valores gastos com o pessoal de militância e a discrepância da remuneração de seu filho
Braulio Marcos (Avante):
– Recebeu duas doações financeiras de R$ 4.000 e R$ 3.400 de pessoas físicas diferentes que constam como desempregadas no site do CAGED;
– Isso indica suspeita de ambos não tenham feito a doação e o seu nome/CPF teria sido utilizado para esconder o verdadeiro doador.