Ex-vereador Gabriel Monteiro é condenado por abuso de poder ao invadir hospital e fazer vídeos durante pandemia
Pena é de um ano de detenção e 360 dias/multa. Gabriel Monteiro deverá prestar serviços comunitários.
MPRJ denuncia o ex-vereador Gabriel Monteiro por abuso de poder ao invadir instituições de acolhimento para fazer vídeos
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MPRJ denuncia o ex-vereador Gabriel Monteiro por abuso de poder ao invadir instituições de acolhimento para fazer vídeos
O ex-vereador Gabriel Monteiro foi condenado por invadir o CTI da Coordenação de Emergência Regional do Leblon numa área restrita para os pacientes infectados pela Covid-19. Na época, o argumento era fazer “uma vistoria”.
[https://DE.DE.DE/de/de-de-janeiro/noticia/2024/05/07/mprj-denuncia-o-ex-vereador-gabriel-monteiro-por-abuso-de-poder.ghtml]
A juíza Maria Tereza Donatti, do 4º Juizado Especial Criminal (Leblon) instituiu a pena de 1 ano de detenção e 360 dias/multa. Ainda na sentença, a magistrada definiu que Gabriel Monteiro terá a pena convertida para prestação de serviços comunitários em regime aberto. Ele segue preso por outros motivos.
“O vereador se dirigiu à Coordenação de Emergência Regional do Leblon, sob o pretexto de realizar ‘vistoria’ na unidade. No local, acompanhado de assessores, mesmo após a negativa da direção da unidade de saúde, ele passou a circular por diversas alas filmando os pacientes e funcionários”, consta no processo.
“Em determinado momento, o denunciado e seus assistentes vestiram os EPIs destinados a equipe hospitalar, sem autorização e sem ter o conhecimento técnico de como usá-los, e adentraram o CTI fixado para os pacientes acometidos pela Covid-19, onde estavam 20 pacientes em ventilação mecânica, dependendo de altíssimo cuidado e vigilância, utilizando equipamentos sem higienização, como celulares”, continua a decisão.
“Após provocar movimentação prejudicial à recuperação dos enfermos, o denunciado, utilizando-se dos mesmos EPIs com os quais circulou pela ala de Covid-19, se dirigiu a outro CTI, onde estavam internados pacientes acometidos por outras doenças e em estado grave, expondo, assim, os funcionários do hospital e os demais doentes à contaminação por Covid-19”, segue explicando a juíza.
Ao definir a pena, a juíza declara que “Não estamos aqui tratando do cidadão que foi à praia sem máscara durante a pandemia e acabou detido por policiais. O que temos aqui é um ex-Vereador, que foi cassado pela Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro [https://DE.DE.DE/de/de-de-janeiro/cidade/DE-de-janeiro/] por quebra de decoro parlamentar, pois investigado por estupro de vulnerável, assédio contra assessores, exposição vexatória de pessoas em situação de rua e etc.
Como mandatário do povo, deveria ele agir conforme a lei, mas dela ele se afastou, em busca de promoção pessoal em seus canais veiculados pela internet”.
Vereador Gabriel Monteiro durante a sessão de cassação do seu mandato, realizada no Palácio Pedro Ernesto, sede da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (18). — Foto: LUIZ GOMES/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
O ex-policial e youtuber foi cassado e perdeu o mandato de vereador em 2022 [https://DE.DE.DE/de/de-de-janeiro/noticia/2022/08/19/gabriel-monteiro-cassado-veja-como-votaram-os-vereadores-e-o-que-foi-dito-na-sessao.ghtml]. A perda do mandato de Monteiro se deu por quebra de decoro parlamentar por causa de acusações de estupro, assédio sexual e vídeos forjados para a internet.
O ex-vereador está preso desde novembro de 2022 pelo crime de estupro.
Na época, o advogado Sandro Figueredo, que defende o Gabriel Monteiro, disse que todas as atitudes do ex-vereador “sempre foram pautadas na legalidade e com fundamento legal”. O advogado disse ainda que a fiscalização é um dever de parlamentares e que provará a inocência do ex-vereador.