Justiça concede guarda permanente a mulher trans de criança autista no Maranhão

Uma mulher trans recebeu da Justiça do Maranhão a concessão da guarda e responsabilidade permanentes de uma criança com Transtorno do Espectro Autista. O processo de transferência de guarda foi iniciado em 2022 pela mulher, que é madrinha do menino. A mulher, que é modelo, foi a primeira mulher transgênero a receber esse direito na Justiça. De acordo com a decisão, divulgada nessa quinta-feira (19), ela cuida do menino desde que ele tinha 1 ano e 11 meses de idade. A mãe biológica da criança que mora no Rio de Janeiro, afirmou não ter condições financeiras de cuidar do menino, além do pai nunca ter registrado e nem demonstrado interesse em assumir a paternidade.

Nas audiências, a agora tutora da criança, garantiu que possui condições financeiras, psicológicas e de saúde de assumir a responsabilidade, não havendo impedimento legal que a impossibilite de exercer a guarda, o que já faz de fato. Segundo a juíza Maricélia Gonçalves, titular da 4ª Vara de Família, ficou clara a concordância das partes envolvidas com a guarda unilateral, por parte da madrinha da criança. O Ministério Público (MP) informou no processo que o menino já mora com a mulher autora do pedido, havendo entre eles afeto e cuidado por parte da guardiã e propôs a aprovação judicial da guarda.

Na análise do caso, a juíza decidiu favoravelmente ao pedido de guarda pela madrinha da criança. Segundo DE Justiça, a decisão esclarece que o Código Civil estabelece a competência dos pais para exercer o poder familiar, mas, em casos especiais e excepcionais, como esse, o poder de guarda pode ser transferido do pai ou da mãe para outra pessoa. A mulher, que é modelo, foi a primeira mulher transgênero a receber esse direito na Justiça. De acordo com DE decisão, divulgada DEssa quinta-feira (19), a mulher cuida do menino desde que ele tinha 1 ano e 11 meses de idade.

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Condições de saneamento básico alarmantes para população indígena no Maranhão, aponta IBGE

Condições de saneamento básico para população Indígena no Maranhão são alarmantes, aponta IBGE

A pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela dados preocupantes sobre as condições de saneamento básico entre a população indígena no Maranhão.

Índios Guajajaras em ritual no Maranhão — Foto: Divulgação/Fundação Nacional dos Povos Indígenas

Uma nova pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela dados preocupantes sobre as condições de saneamento básico entre a população indígena no Maranhão. Os recortes da pesquisa foram feitos separando as condições dos domicílios indígenas que vivem na zona urbana e rural. Apesar de 98,5% da população indígena do Maranhão estar radicada na Amazônia Legal, as condições de saneamento básico permanecem precárias.

Segundo o IBGE, no Maranhão, 59% das residências não estão ligadas à rede de esgoto ou não possuem fossa séptica. Para os moradores indígenas, esse percentual sobe alarmantemente para 90,3%. Em comparação, a média de domicílios sem estrutura de saneamento básico no Brasil é de 24,3%, independentemente da etnia. No entanto, quando se trata de moradias indígenas em áreas rurais, o cenário é ainda mais preocupante: 97% das áreas habitadas por indígenas não possuem forma adequada de esgotamento sanitário.

Um exemplo dessa realidade é a comunidade Guajajara, que vive no Parque Amazonas há 24 anos e é a única comunidade indígena em Imperatriz. Composta por 13 famílias, a comunidade não tem acesso a banheiros adequados. As condições de higiene são mínimas; os moradores construíram uma barraca onde todos tomam banho. O cacique Eduardo Guajajara relata que receberam três caixas d’água doadas, que são enchidas manualmente. Ele utiliza um carro de mão para buscar água na única torneira do terreno, recurso utilizado para tomar banho, preparar alimentos e lavar roupas.

De acordo com o censo do IBGE de 2022, o Maranhão possui 750 localidades indígenas e é o estado da região Nordeste com o maior quantitativo dessa população. Para cada cem indígenas no Brasil, cerca de oito residem no Maranhão, que concentra o quarto maior percentual entre os 26 estados e o Distrito Federal.

40% da população indígena no Maranhão não tem banheiro em casa

A situação é alarmante, revelando a urgente necessidade de investimentos e políticas públicas voltadas para melhorar as condições de saneamento básico para a população indígena no Maranhão. A falta de acesso a banheiros adequados e sistemas de esgoto impacta diretamente na saúde e qualidade de vida dessas comunidades, evidenciando a importância de medidas efetivas para garantir um ambiente mais saudável e digno para todos os cidadãos, independentemente de sua etnia. É fundamental promover a conscientização e mobilização social para que a situação seja revertida e as comunidades indígenas possam desfrutar de condições de vida mais adequadas e dignas.

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