Ao lado de Galípolo, Lula promete “verdadeira autonomia” ao BC
Lula reforçou a autonomia dada pelo governo federal ao presidente do Banco Central, posto que terá Galípolo na presidência. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um vídeo, nesta sexta-feira (20/12), para apresentar o próximo chefe do Banco Central, Gabriel Galípolo, para o público. O petista reforçou que a instituição permanecerá autônoma e deu uma alfinetada no atual chefe do banco, Roberto Campos Neto.
“Quero que você (Galípolo) saiba que está aqui por uma relação de confiança minha e de toda a equipe do governo. Você será o mais importante presidente do Banco Central, porque você vai ser o presidente com mais autonomia que o Banco Central já teve”, afirmou. “Tenho certeza de que, pela sua qualidade profissional, você certamente vai dar uma lição de como se governo o Banco Central com verdadeira autonomia”, acrescentou Lula.
Campos Neto fica no cargo até o fim do mês e, com a virada do ano, Galípolo assumirá a função. Lula e o governo federal têm problemas com as medidas tomadas por Campos Neto, que foi indicado por Jair Bolsonaro (PL) e tem mandato até o fim de 2024. O atual dirigente do banco é alvo frequente das críticas da deputada e presidente do PT, Gleisi Hoffmann, especialmente pela alta na taxa Selic, índice básico de juros, nos últimos anos.
Na gravação, Lula apresentou o novo chefe do BC como “um presente, uma novidade ao Brasil”: “Hoje estamos oferecendo um presente, uma novidade ao Brasil. Esse jovem chamado Galípolo está assumindo a presidência do Banco Central. Queria dizer que seguimos mais convictos que nunca que a estabilidade econômica e o combate a inflação são as coisas mais importantes para proteger o salário e o poder de compra para as famílias. Tomamos as medidas necessárias para proteger a medida fiscal”.
Galípolo tem 42 anos e é natural da capital de São Paulo. Nas eleições de 2022, ele foi tido como responsável por fazer uma ponte entre a campanha petista e atores do mercado financeiro. Com isso, se tornou secretário-executivo do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, entre janeiro e junho de 2023. Depois, se tornou diretor de Política Monetária do BC e favorito para ser indicado de Lula para comandar o banco.