Monitoramento da contaminação por produtos químicos no rio Tocantins após queda de ponte: ANA em ação

A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) está monitorando a contaminação por produtos químicos no rio Tocantins, após a queda de uma ponte que ligava os estados do Maranhão e Tocantins. O acidente resultou na queda de três caminhões no rio, sendo que dois deles transportavam substâncias químicas. Como consequência, amostras foram coletadas em cinco pontos do rio para avaliação da situação.

A contaminação com ácido sulfúrico tem dificultado as buscas por desaparecidos no colapso da ponte. Segundo informações do Departamento de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais do Maranhão (Sema), foram coletadas amostras em cinco pontos do rio, desde a barragem da Usina Hidrelétrica de Estreito até o município de Imperatriz, a jusante do local do desabamento.

Análises estão sendo realizadas para avaliar a qualidade da água, com apoio técnico da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb-SP), referência em análise de água no Brasil. A expectativa é identificar os impactos da contaminação nos ecossistemas aquáticos e nas comunidades que dependem do rio Tocantins para o abastecimento de água.

Segundo informações do Ibama, além do Maranhão e Tocantins, a contaminação também pode atingir o Pará devido ao acidente. Os veículos transportavam cargas de ácido sulfúrico e pesticidas, causando preocupações com a possível disseminação dos produtos químicos e seus impactos ambientais.

O ministro dos Transportes, Renan Filho, decretou estado de emergência na região e anunciou uma verba de pelo menos R$ 100 milhões para a reconstrução da ponte. O trabalho de remoção das substâncias está sendo realizado por empresas especializadas, sob coordenação da ANA e do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).

Em meio às buscas por desaparecidos, equipes do Corpo de Bombeiros e do Núcleo de Prevenção e Atendimento a Emergências Ambientais estão atuando no resgate das vítimas. Medidas preventivas incluem a suspensão parcial do abastecimento de água em algumas cidades localizadas a jusante do acidente, visando garantir a segurança da população frente aos riscos de contaminação.

Por fim, as autoridades alertam sobre os riscos e orientam a população a evitar o contato com a água do rio Tocantins. Municípios dos estados do Maranhão e Tocantins estão em alerta devido à possível contaminação, sendo necessário medidas preventivas para mitigar os impactos ambientais e proteger a saúde da população local. A reconstrução da ponte e a remoção segura das substâncias tóxicas são prioridades para restabelecer a normalidade na região afetada.

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Buscas por desaparecidos na ponte entre MA e TO são retomadas; 4 mortes confirmadas

Buscas por desaparecidos após queda de ponte entre MA e TO são retomadas nesta quarta; 4 mortes são confirmadas

Pelo menos dez veículos passavam pela ponte no momento do desastre no domingo (22). Treze pessoas continuam desaparecidas.

Equipes do Corpo de Bombeiros retomaram na manhã desta quarta-feira (25) as buscas pelos 13 desaparecidos após a queda da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que liga os estados do Maranhão e Tocantins, no domingo (22). Quatro mortes foram confirmadas.

Pelo menos dez veículos, sendo três caminhões que transportavam cerca de 25 mil litros de defensivos agrícolas e 76 toneladas de ácido sulfúrico, acabaram caindo no rio em virtude do desabamento.

A operação de buscas encerrou às 18h30 dessa terça-feira (23) e foi retomada às 6h desta quarta (25), com embarcações da Marinha e do Corpo de Bombeiros. Cerca de 90 pessoas estão envolvidas na força-tarefa.

As buscas estão sendo realizadas nesta manhã apenas com botes. Onze mergulhadores da Marinha ajudam na operação de buscas. Por enquanto, trabalham em lanchas, sem mergulhar, já que duas das carretas que caíram da ponte estavam carregadas com produtos tóxicos.

Uma reunião será realizada ainda nesta manhã para avaliar as condições do rio Tocantins. Segundo a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), até o momento não há indícios de contaminação.

A Marinha informou que está utilizando um equipamento chamado SideScan Sonar, que identificou a possível localização de um dos caminhões, a aproximadamente 40 metros de profundidade. Veja na imagem abaixo.

Também está prevista para esta quarta-feira a chegada de um drone subaquático da Polícia Federal, que deve agilizar a localização dos veículos e corpos submersos.

VÍTIMAS

– Na terça-feira (24), o corpo de Lorranny Sidrone de Jesus, de 11 anos foi encontrado no rio, segundo os bombeiros do Maranhão. Ela estava em um caminhão que transportava portas de MDF, com origem em Dom Eliseu, Pará.
– Por volta das 9h, também foi achado o corpo Kecio Francisco Santos Lopes, de 42 anos. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, ele era o motorista do caminhão de defensivos agrícolas.
– Ainda na terça-feira (24), por volta das 11h20, o corpo de Andreia Maria de Souza de 45 anos foi encontrado. Ela era motorista de um dos caminhões que carregavam ácido sulfúrico.
– No domingo (22), o corpo de Lorena Ribeiro Rodrigues de 25 anos foi localizado. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que ela é natural de Estreito (MA), mas mora em Aguiarnópolis (TO).
– Um homem de 36 anos foi encontrado com vida por moradores e levado ao hospital de Estreito.

A SITUAÇÃO DA ÁGUA

A suspeita é que a água do Rio Tocantins esteja contaminada – mais de 70 toneladas de ácido sulfúrico e 22 mil litros de agrotóxicos caíram no rio. Amostras da água foram recolhidas por órgãos ambientais federais para saber se há risco para a população. Ainda não se sabe se houve vazamento, mas caso o produto ainda esteja nos caminhões, uma empresa especializada deve fazer a remoção. O Ministério Público Federal (MPF) vai apurar os danos ambientais.

Por precaução, o governo do Maranhão pediu para os moradores e prefeituras não pegarem a água do rio para abastecimento. A Agência Nacional de Águas e Saneamento estima que 18 cidades do Tocantins e Maranhão podem ter sido impactadas.

Governo do MA pede que prefeituras e população não utilizem águas do rio Tocantins por risco de contaminação

O ministro dos Transportes, Renan Filho, sobrevoou a região na segunda (23), com os governadores do Maranhão, Carlos Brandão, do PSB, e do Tocantins, Wanderley Barbosa, do Republicanos. Renan Filho anunciou um decreto emergencial para destinar pelo menos R$ 100 milhões para obras de reconstrução da ponte.

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