PF investiga suspensão de R$ 4,2 bilhões em emendas parlamentares

A Polícia Federal (PF) abriu um inquérito para investigar a suspensão da liberação de R$ 4,2 bilhões em emendas parlamentares de comissão, determinada pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão de Dino veio após um pedido do PSol apontar irregularidades na destinação dos recursos e falta de transparência em relação aos autores das emendas. As emendas de comissão são recursos destinados pelos colegiados temáticos da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, e não são impositivas, podendo não ser convertidas em pontos da Lei Orçamentária Anual (LOA).

A suspensão das emendas foi motivada por um ofício de 17 líderes partidários ao governo federal solicitando a liberação do pagamento de 5,4 mil emendas de comissão sem identificação dos autores. Essa medida foi questionada por diversas ações, incluindo o pedido do PSol. Flávio Dino destacou que a liberação dos valores acontece em meio a discussões sobre cortes de gastos e ressaltou que a decisão não está de acordo com a ordem constitucional, considerando a inobservância de deveres constitucionais e legais.

Dino determinou que o governo só poderá executar as emendas de 2025 após a conclusão de medidas para corrigir questões de transparência e rastreabilidade do instrumento. Além disso, solicitou à Advocacia-Geral da União que informe sobre o montante empenhado e pago, os responsáveis pelos pagamentos, e os documentos referentes às emendas de bancada, de comissão e de relator entre os meses de agosto e dezembro. A AGU se comprometeu a cumprir as solicitações do ministro.

Em agosto, Flávio Dino já havia suspendido as emendas impositivas aguardando a criação de regras de transparência. Ele recentemente liberou o pagamento novamente, mas estabeleceu limites para o aumento do valor total das emendas a cada ano. As emendas de comissão, diferentes das individuais e de bancada, não têm execução obrigatória, permitindo ao Executivo margem para negociações políticas. Dino ressaltou a importância de registrar em ata o nome do parlamentar autor da proposta, visando mais transparência e controle sobre os recursos públicos.

O ministro do STF enfatizou a necessidade de que as emendas sejam deliberadas nas respectivas bancadas e comissões, com registro detalhado em ata, incluindo a identificação dos parlamentares autores das propostas. As ações de Dino visam garantir transparência e rastreabilidade no uso das emendas parlamentares, especialmente em um momento de discussão sobre cortes de gastos. A PF está investigando a destinação dos recursos das emendas suspensas para garantir a integridade e legalidade na aplicação dos valores.

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Morte brutal de professora no DF: 10 anos de impunidade – Suspeito pronunciado em 2023

Crânio rachado e corpo nu: 10 anos da morte brutal de professora no DF

Heber dos Santos Freitas Ribas, suspeito de matar Janaína Câmara em 2014, foi
pronunciado pelo crime apenas este ano

Após 10 anos do crime, o processo que trata da morte da professora Janaína Alves
Fernandes Tavares da Câmara avançou na Justiça. O suspeito de matar Janaína em dezembro 2014, Heber dos Santos Freitas Ribas, ex-companheiro dela, foi pronunciado em abril deste ano. A juíza da 1ª Vara Criminal do Novo Gama entendeu que ele deve ser julgado por um Tribunal do Júri. Porém, apesar da determinação, Heber segue em liberdade recorrendo a outras instâncias para ser absolvido da acusação.

Em setembro do ano passado, o DE mostrou que o processo do caso de Janaína estava travado na Justiça goiana.

O caso foi recebido pela Justiça em 2021. Apenas em julho de 2023 foi agendada uma Audiência de Instrução e Julgamento agosto do mesmo ano. A audiência chegou a ser realizada, mas sem a pronúncia.

Apenas em 10 de abril deste ano, a Justiça declarou Heber réu e o destinou ao júri popular. Entretanto, a defesa do acusado recorreu da decisão. O recurso chegou à 3ª Câmara Criminal, sob responsabilidade da desembargadora Carmecy Rosa Maria Alves de Oliveira. Em julho, ela negou o pedido. A defesa, então, recorreu novamente, levando o caso para a Assessoria para Assunto de Recursos Constitucionais, sob responsabilidade do desembargador Amaral Wilson de Oliveira. Apenas em 28 de novembro, o desembargador proferiu decisão, também negando o recurso especial. Agora, Heber deve aguardar a intimação da decisão do desembargador.

SOBRE O CRIME

Segundo a denúncia do Ministério Público goiano (MPGO), a vítima teve a cabeça esfacelada a golpes de porrete e o corpo seminu jogado em um matagal às margens da Rodovia DF-290, entre Santa Maria e o Novo Gama (GO), município no Entorno do DF.

Janaína foi encontrada sem vida em área de mato. Ela era professora.

Quando policiais militares encontraram Janaína, ela tinha o rosto desfigurado e o crânio rachado, com vazamento de massa encefálica. A vítima se encontrava seminua, com o sutiã levantado e os seios à mostra. Também teve a calça arrancada e a calcinha rasgada. Havia um preservativo perto do corpo e vestígios de fezes nas coxas. Nas peças do processo, os peritos do Instituto de Criminalística (IC) e médicos legistas do Instituto Médico Legal (IML) da Polícia Civil apresentaram seus laudos, mas não conseguiram cravar com exatidão se a vítima havia sido estuprada antes ou após a morte.

Nos dias que se seguiram após a localização do corpo, a Polícia Civil do DF não demorou a juntar as peças que apontou a autoria do crime. Janaína viveu com Heber pouco mais de dois anos, entre 2012 e 2014, e havia se separado dois meses antes do crime. As apurações apontaram que a vítima começou a sofrer agressões constantes de Heber e decidiu se separar. Heber responde ao homicídio triplamente qualificado em liberdade.

A professora municipal de Goiás lecionava para alunos do 1º ao 4º ano do ensino fundamental na Escola Municipal Jardim Paiva, no Novo Gama, no Entorno do DF, e faltou ao trabalho no dia que antecedeu ao crime. No dia seguinte, no entanto, às 15h40, policiais encontraram o corpo da jovem no matagal. Janaína deixou três filhos: um menino com pouco mais de 1 anos, fruto do relacionamento com o homem que tirou sua vida, além de um garoto de 5 anos e uma menina, de 6. Atualmente, os órfãos estão com 11, 15 e 16 anos respectivamente.

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