Ibama devolve macaca-prego após decisão judicial questionável

Ibama devolve macaca-prego “mesmo discordando de decisão judicial”

Ibama havia apreendido macaca em novembro, no DF, depois de constatar uso de
documentos supostamente falsos para justificar posse do animal

Passada as 48 horas dadas pela Justiça Federal ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama) para devolução da macaca-prego Anne às tutoras que a criavam, o animal foi entregue nessa segunda-feira (23/12), por volta das 17h. Apesar de cumprida a decisão, a autarquia informou que vai recorrer da determinação.

A macaca estava havia quase um mês no Centro de Triagem de Animais Silvestres do
Distrito Federal (Cetas-DF), onde já estaria inserida a um grupo de animais da mesma espécie. Anne foi apreendida em novembro último, depois de o Ibama constatar o uso de documentos supostamente falsos para justificar a posse do animal.

A enfermeira Rosemary Rodrigues, 51 anos, criava Anne junto à filha, Vitória Gabriela Rodrigues, 24. O analista ambiental do Ibama Roberto Cabral foi um dos fiscais que flagrou a jovem com o bicho, em um shopping do Distrito Federal, e a abordou.

“Mesmo discordando, o Ibama cumpre decisão judicial, mas recorreremos dela, por ser contrária à proteção dos animais e, também, ao disposto no artigo 25 da Lei
nº 9.605/1998 [Lei dos Crimes Ambientais]. A macaca foi adquirida por tráfico de animais silvestres, os documentos apresentados são falsos, e ela [a tutora], portanto, não comprou a macaca em criadouro”, afirmou Roberto, por meio de nota.

O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) determinou a devolução na última quarta-feira (18/12). Na sexta-feira (20/12), Roberto criticou a decisão. “Conseguimos colocar [Anne] em um grupo que a aceitou e interage com ela. Voltá-la para essa pessoa [a antiga tutora], na verdade, também é eliminar a relação que ela tem com indivíduos da própria espécie”, ressaltou.

“A decisão também entrega à sociedade a perigosa mensagem de que a legislação ambiental no Brasil não precisa ser cumprida. Esperamos que o tribunal, pelo bem do animal e de outros que, com isso, sofreram o incentivo do tráfico de animais silvestres, seja revista”, completou o servidor do Ibama.

O analista ambiental ainda rebateu a declaração do desembargador responsável pela decisão, sobre o centro supostamente enfrentar graves deficiências estruturais e de pessoal, que teriam comprometido a capacidade operacional do local.

“O Cetas passou por reforma há pouco tempo. Na questão estrutural, ele está totalmente adequado. Em relação ao pessoal, contamos com biólogos e veterinários que trabalham nesse centro de triagem, além de cooperações técnicas com o hospital veterinário da Universidade de Brasília”, afirmou.

Um inquérito foi aberto pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), por meio da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra os Animais (DRCA), para investigar o caso.

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Bala perdida atinge condomínio na zona oeste de São Paulo durante carreata de motos no Natal

Condomínio da zona oeste é atingido por bala perdida na noite de Natal

Grupo realizava carreata de motos pelo bairro Jaguaré na mesma hora em que a
sacada de um condomínio foi atingida por uma bala perdida

São Paulo — Uma bala perdida atingiu a sacada de um condomínio no Jaguaré, na
de São Paulo [https://www.de.com/sao-paulo], na noite dessa
terça-feira (24/12), véspera de Natal, na mesma hora em que motoqueiros
realizavam uma carreata pelo bairro. Ninguém ficou ferido.

A moradora do apartamento atingido informou ao DE que estava em casa e,
do nada, ouviu um estrondo. Só nessa quarta-feira (25/12) ela viu que sua
varanda havia sido atingida por um tiro. Vizinhos relataram que, na mesma hora
em que o disparo aconteceu, jovens haviam saído da periferia para realizar um
“giro de Natal”. Eles se reuniram dando grau e fazendo manobras em suas motos ao
redor do bairro durante a tarde toda. À noite, começaram a dar tiros para o
alto.

A moradora explicou que estava acompanhando a gangue que andava de moto pela
região através uma live no Instagram. Segundo ela, eram cerca de 30 ou 40 motos,
sendo que havia pilotos sem camiseta, sem capacete e veículos sem placa. Em
determinado momento do vídeo, ela diz ter visto um dos motoqueiros roubando uma
moto.

Ao anoitecer, a moradora começou a ouvir fogos e identificou o som de tiros. O
barulho estava longe, mas se aproximando no momento em que ela estava estendendo
roupas perto da sacada. “Do nada, um estrondo aqui na minha sacada, um barulhão.
Meu marido estava dormindo e acordou com o barulho. Eu, na lavanderia, já
agachada, falei para ele sair da varanda”, relatou.

Após ouvirem o estrondo, ela e o marido correram para o quarto e não saíram mais
até o dia seguinte, manhã de Natal, quando viram a marca do tiro. Considerando o
local em que a sacada foi atingida e onde o grupo estava, ela calcula que eles
estavam “atirando para frente, aleatoriamente”.

“Está bem difícil aqui [na região]. Está bem pesado o clima”, desabafou a
moradora. Ela não pretende passar o Réveillon em casa por causa do ocorrido. “A
gente está com medo. Sair na rua, a gente quase não sai.”

A Secretaria da Segurança Pública [https://www.ssp.sp.gov.br/] informou que “até
o momento, a Polícia Civil [https://policiacivil.sp.gov.br/] não localizou o
registro do caso com os dados fornecidos”.

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