Colecionadores de presépios unem fé e arte no Natal do Alto Tietê: conheça as histórias de Roberto Lemes Cardoso e José Carlos Maziero

Colecionadores de presépios do Alto Tietê unem fé e arte para cultivar a tradição do Natal

Paixão por presépios, tradição que é um dos símbolos do Natal, virou motivo de colecionismo de Roberto Lemes Cardoso, de Guararema, e José Carlos Maziero, de Poá.

Colecionadores de presépios unem fé e arte para celebrar o Natal no Alto Tietê

Entre peças maiores e miniaturas, Roberto Lemes Cardoso tem cerca de 80 presépios. Para o colecionador, as peças fazem parte da história dele, uma tradição de família.

Segundo o aposentado, a coleção começou quando uma amiga foi ao Peru e ele pediu um presépio. A partir daí, ele acabou despertando o interesse na interpretação de povos, de lugares e artistas que confeccionam as peças e na diferença cultural que existe a partir dos presépios.

“O presépio, na verdade, é a manjedoura. Só que hoje se estende mais, alguns são só a sagrada família, mas se coloca muito pastores, cordeiros. O boi e o burro não são do presépio original, não estão na bíblia, mas eles têm um significado que foi acrescentado à gente ao logo da história”, conta Roberto.

Como ele viajava bastante a trabalho, naturalmente outros presépios começaram a chegar.

“Eu, como colecionador, não me interesso muito por ter 300 presépios, 500 presépios. Mas presépios que digam alguma coisa de algum lugar, de alguma época, de alguma pessoa, de algum artista, enfim”.

Roberto divide a coleção em três categorias: itens para a casa dele, que é mais pessoal; os presépios voltados para eventos religiosos, elaborados com foco na fé e na espiritualidade; e os que representam a expressão cultural e artística, refletindo diferentes tradições e culturas ao redor do mundo. Mas ele conta que não há uma peça especial.

“Uma hora você gosta mais, mas aí você vê o outro. É que nem filho, não tem um especial, não tem um preferido. É difícil. Inclusive, tenho uns ali que são de papel. Cheguei a comprar um que você desmontava a caixa de panetone e montava um presépio com as figuras que vinham junto. Então, isso também acho interessante”.

O presépio é uma tradição cristã. Tradicionalmente, é montado no início do advento e desmontado no dia 6 de janeiro e representa o local onde nasceu Jesus Cristo, em Belém, na atual Palestina. Retrata a cena do nascimento, com elementos como Maria, José, os pastores, anjos e os animais, como forma de celebrar a fé e o espírito natalino.

Na casa de José Carlos Maziero, em Poá, o presépio é uma grande maquete, cheia de histórias para contar, com cerca de cinco metros e todo montado pelo aposentado. Segundo ele, são necessários cerca de três meses para a montagem. Ele conta que a paixão começou com o nascimento dos filhos.

“Eu resolvi pegar as pinhas do quintal e fazer aquela casinha. Da casinha, começou a sair tudo. Aí eu queria fazer com a minha filha. Comecei a fazer pra minha filha. Depois veio o menino, aí eu comecei a fazer pro menino. Aí não parei mais, aí tô fazendo até hoje”.

Cheia de movimentos e elementos, a arte impressiona. Desde a primeira casinha feita com pinhas, onde fica a manjedoura, até os barris de vinho feitos de rolha e as parreiras de uva feitas de alpiste de passarinho, até as folhas das árvores feitas com espuma de esponja de lavar louça. Muita criatividade e dedicação que, com a aposentadoria, fez ele trocar a solda pela delicadeza dos trabalhos manuais.

Na construção do presépio, os reis magos saem cada um de um ponto da maquete rumo à manjedoura, onde brilha a estrela à espera da chegada do menino Jesus. Para José Carlos, a tradição do presépio é uma forma mágica de resgatar a fé.

“Na noite de Natal, a minha família vem até aqui. Ou quando era lá embaixo, era lá embaixo, quando era na sala, era na sala. E a gente faz uma prece. Aí nós fazemos a prece do pai nosso, ave maria. Aí cada um se abraça, dá um abraço bem doce, e é assim que a gente faz. Aí sim coloca o menino Jesus. Acabou de colocar, aí a gente faz as preces”, explica José Carlos.

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Influenciadora do ‘Casal Maloka’ obtêm medida protetiva após ser perseguida

Influenciadora do ‘Casal Maloka’ tem medida protetiva contra o ex e afirma ser
perseguida

Gabrielly Miguel viralizou na internet mostrando a rotina como pessoa em
situação de rua, em Santos (SP), junto ao ex-companheiro Douglas Martins.
Procurado, ele não se posicionou até o momento. Eles anunciaram término do
relacionamento em maio deste ano.

A Justiça concedeu uma medida protetiva à influenciadora e cabeleireira trans
Gabrielly Miguel, que viralizou na internet com o perfil ‘Casa Maloka’
contra o ex-companheiro Douglas Martins. Conforme consta na decisão obtida pelo
DE, a proteção foi fornecida a ela após ‘suposta situação de violência
doméstica’.

O caso está sob segredo de Justiça, mas a equipe de reportagem teve acesso ao
conteúdo, onde consta que Douglas deve manter uma distância mínima de 100 metros
de Gabrielly e dos familiares dela, além de não ter contato com eles por nenhum
meio de comunicação.

Dentro de um prazo de 180 dias, Douglas também não pode frequentar os mesmos
locais que Gabrielly, incluindo a casa dela e o local de trabalho. Dentre as
medidas protetivas há, ainda, a proibição de publicar conteúdos ofensivos contra
a vítima nas redes sociais.

Nesta última determinação, inclusive, ele não pode expor a vida dela e
incentivar os seguidores a perseguirem, difamarem ou prejudicá-la nas redes
sociais visando a atividade econômica que Gabrielly exerce como digital
influencer.

De acordo com a justiça, as medidas impostas, em 23 de agosto, devem ser
obedecidas sob pena de decreto de prisão preventiva de Douglas. No entanto,
Gabrielly e a advogada que a representa, Sarah Carolina de Paula, alegam que as
proteções estão sendo descumpridas.

A DE procurou Douglas para se posicionar sobre o caso, mas não obteve retorno
até a última atualização desta reportagem.

PERSEGUIÇÃO E AMEAÇAS

Gabrielly contou ao DE que, após a separação e divisão de bens, Douglas passou a
difamá-la na internet. Segundo a influencer, o ex-companheiro fica dizendo que
ela usa drogas e que está usando dinheiro dos seguidores para viajar – o que
estaria atrapalhando o trabalho dela.

“Eu nunca pedi dinheiro para seguidor, para fazer vaquinha para nada, faço
minhas publicidades […]. Ele quebrou a medida protetiva fazendo storys me
difamando, falando de mim nos storys, me ameaçando. Mandou áudios para o
Vinícius [atual companheiro], o ameaçando”, disse ela.

A influencer contou que se sente ameaçada com a situação, que mora de aluguel e
que a multa para se mudar é muito alta. “Tenho medo da minha casa sendo
invadida, [foram] vários áudios de ameaça”.

Ela contou, ainda, que os seguidores estão mandando mensagem a ameaçando por
“uma coisa que não estou fazendo, que não fiz”, além de pararem de segui-la.

‘EX-MORADORES DE RUA’

O ex-casal viveu pelas ruas de Santos, no litoral de São Paulo,
por aproximadamente sete anos, mas tudo mudou no começo de 2024. Com um celular
emprestado de um amigo, criaram um perfil no Instagram contando como é a rotina
de quem ‘mora’ em uma barraca. Em maio, no entanto, anunciaram o término do
casal, mas disseram que manteriam a parceria profissional.

Gabrielly nasceu em São José dos Campos (SP) e, Douglas, em São Lourenço (MG).
Eles moraram nas ruas por aproximadamente sete anos.

Segundo Gabrielly, a ideia de publicar detalhes sobre a vida nas ruas surgiu
após a indicação de um casal de amigos, que também cresceu nas redes sociais
mostrando a própria realidade. “Foi a Kimberly e o Alexandre, do perfil
‘megaloka2.0’, que nos incentivaram de verdade, pois eu não queria gravar”.

Eles começaram a mudança de vida a partir da ajuda de um amigo, que cedeu uma
bicicleta para que Douglas trabalhasse como entregador e também emprestou o
celular a eles. “Ele é entregador e pegou amizade conosco porque esperava [o
aviso dos] pedidos perto da gente. Comprou um celular novo, e o antigo nos
emprestou”, afirmou Gabrielly.

As primeiras postagens foram feitas, segundo eles, por meio deste aparelho
emprestado. O sucesso foi imediato, sendo que o perfil ‘casalmaloka013’ foi
criado no Instagram em janeiro deste ano.

O primeiro conteúdo que viralizou é de um vídeo em que Douglas chega em ‘casa’,
uma barraca montada na calçada, após um dia de trabalho.

VÍDEOS: DE EM 1 MINUTO SANTOS

50 vídeos

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