Projeto Waita impulsiona conservação dos papagaios-de-peito-roxo em Dom Joaquim, MG

Papagaios-de-peito-roxo ganham nova chance em Dom Joaquim, MG

Um projeto conduzido pelo instituto de pesquisa e conservação Waita tem sido fundamental para estimular o crescimento da população de papagaios-de-peito-roxo (Amazona vinacea) na cidade de Dom Joaquim (MG), antiga região de ocorrência natural da espécie.

Essa ave, endêmica da Mata Atlântica, encontra-se ameaçada de extinção, com cerca de 8.500 adultos vivendo na natureza, de acordo com a literatura científica. As principais ameaças enfrentadas pelos papagaios-de-peito-roxo são o tráfico ilegal de animais silvestres e a degradação de seus habitats.

O Projeto Voar tem como objetivo reabilitar aves que foram vítimas do tráfico, transferindo-as para uma área de soltura após um período de adaptação. Nessa região, são adicionados comedouros suplementares e caixas ninho para garantir a alimentação e abrigo adequados aos animais.

Ao serem liberados na natureza, os papagaios-de-peito-roxo são monitorados por pesquisadores durante um ano, que avaliam seu comportamento e adaptação ao ambiente. De acordo com Victor Franzone, coordenador do projeto, 66 aves passaram por reabilitação, sendo que 50 delas já foram liberadas desde 2021.

Em novembro, 12 aves vítimas do tráfico foram soltas em parceria com o Ibama e o IEF-MG. Além das ameaças enfrentadas, a reprodução da espécie também é um desafio, pois depende de cavidades nas árvores para nidificação.

O trabalho de conservação também envolve a interação com a comunidade local. O instituto realiza atividades educativas em praças e escolas de Dom Joaquim, em parceria com a prefeitura, para sensibilizar a população sobre a importância da preservação da espécie.

Em 2023, o “Dia do Papagaio-de-peito-roxo” foi aprovado na Câmara Municipal, estabelecendo 22 de outubro como a data comemorativa. A espécie se tornou símbolo da cidade, fortalecendo as ações de conservação e ampliando o apoio da comunidade.

Além dos papagaios-de-peito-roxo, o instituto Waita também atua na conservação do bicudo e do papagaio-verdadeiro, espécies ameaçadas de extinção. O projeto “Bicho Solto”, realizado em Belo Horizonte, trabalha com diversas espécies silvestres, contribuindo para a proteção da biodiversidade.

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