Enterro de 17 fetos abandonados em maternidade de Manaus com apoio da Defensoria: ação garante dignidade na despedida

Enterro de 17 fetos abandonados em maternidade pública de Manaus é realizado com apoio da Defensoria

Os fetos, abandonados por mães em situação de vulnerabilidade, estavam armazenados na maternidade por mais de três anos, de acordo com a Defensoria Pública.

Mais de 15 fetos abandonados em maternidade pública de Manaus são enterrados em ação da Defensoria. — Foto: Divulgação/DPE-AM

Dezessete fetos abandonados na Maternidade Ana Braga, na Zona Leste de Manaus, foram enterrados no Cemitério Nossa Senhora Aparecida, no bairro Tarumã. A ação, ocorrida na semana passada, foi coordenada pela Defensoria Pública do Amazonas (DPE-AM), com apoio do SOS Funeral.

Segundo a DPE, os fetos, que nasceram mortos ou faleceram logo após o nascimento, foram abandonados por suas mães, mulheres em situação de vulnerabilidade social, e estavam armazenados por pelo menos três anos.

Ainda conforme a Defensoria, a maternidade tentou contatar os responsáveis, mas sem sucesso.

“Após termos conhecimento da situação, verificamos como a Defensoria do Amazonas poderia atuar para garantir a estas crianças um enterro digno. Durante esse processo, constatamos que as mães estavam em extrema vulnerabilidade, sendo, em sua maioria, pessoas em situação de rua e dependentes químicas. Por isso, decidimos ajuizar essa demanda para obter a autorização de sepultamento combinada com o registro tardio de óbito”, explicou a defensora Rosimeire Barbosa.

De acordo com a Defensoria, quando um bebê morre logo após o nascimento ou nasce morto, a maternidade deve seguir os seguintes procedimentos:
1. Primeiro, é necessário obter a declaração de óbito feita pelo médico e levá-la ao cartório para a emissão tanto da certidão de nascimento quanto da de óbito.
2. Após isso, o SOS Funeral é acionado para dar continuidade ao processo. Se o feto pesa menos de 500 gramas, ele é descartado; no entanto, quando o peso é superior, uma resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) estabelece que o corpo não pode ser descartado e que o sepultamento, assim como a emissão do registro de óbito, é obrigatório.

“Esse era o caso dos corpos abandonados. Com base na lei, a Defensoria do Amazonas obteve uma resposta positiva do juízo e foi autorizada a realizar o enterro. Contudo, surgiram dois fatores complicadores: a falta de espaço para o sepultamento e a intervenção de uma empresa que se ofereceu para cremar os corpos das crianças”, explicou a defensora.

“De acordo com a legislação brasileira, a cremação só pode ser realizada com autorização da família ou em situações de saúde pública. Como não havia autorização das famílias, a atitude da Amazon Crematório era ilegal. A Defensoria então procurou a Procuradoria Geral do Município (PGM), alertando sobre a ilegalidade da ação. Como resultado, a Justiça obrigou o Estado a garantir um sepultamento digno no cemitério, assegurando que as crianças fossem enterradas adequadamente”, destacou Rosimeire Barbosa.

Após obter a autorização judicial, a Defensoria acionou o SOS Funeral, que acompanhou todo o processo de enterro dos 17 fetos e auxiliou na reserva do espaço para o sepultamento.

“Em hipótese alguma recusaríamos uma solicitação como esta, não só pela obrigação, mas pela questão social. São crianças que infelizmente nasceram em vulnerabilidade nessas maternidades e estavam armazenadas há anos. Nossa função foi viabilizar este ato, dando todo o suporte necessário para a conclusão digna desse processo”, disse João Nobre, gestor do SOS Funeral.

Em nota, a Secretaria de Saúde do Amazonas (SES-AM) afirmou que partiu do órgão a iniciativa de buscar o apoio do Comitê de Combate à Violência Obstétrica, que viabilizou judicialmente, junto à Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM), o sepultamento dos fetos.

“A direção da unidade já havia tentado contato com os responsáveis, por meio de informações obtidas nos prontuários das pacientes, mas não obteve sucesso”, esclareceu a pasta.

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Petrobras recebe autorização para vender gás natural no Amazonas: impulso ao mercado energético regional

A Petróleo Brasileiro S.A. (Petrobras) recebeu autorização da Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados e Contratados do Estado do Amazonas (Arsepam) para vender gás natural no estado. Com essa aprovação, a empresa se torna a primeira a obter essa permissão, conforme a legislação em vigor. A autorização foi formalizada por meio da Portaria nº 171/2024-GDP/Arsepam, após a análise da documentação apresentada pela Petrobras. A empresa atendeu a todas as exigências estabelecidas pela Arsepam e pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O processo de autorização foi iniciado com uma solicitação formal feita pela Petrobras em setembro de 2022. A empresa cumpriu todos os requisitos necessários para a comercialização de gás natural, incluindo a regularidade fiscal e as obrigações legais exigidas.

O diretor-presidente da Arsepam, Ricardo Lasmar, destaca que essa autorização reflete o compromisso da Agência em regular e impulsionar o mercado de gás natural no Amazonas. Ele também enfatizou que, a partir de agora, a Petrobras poderá vender gás natural diretamente para consumidores livres, conforme as normas estabelecidas. Com o aumento do consumo de gás natural no Amazonas, a entrada da Petrobras nesse segmento representa um marco importante para o setor energético do estado. A liberação para a venda direta a consumidores livres abre novas oportunidades de negócios e fortalece a diversificação da matriz energética na região.

Além disso, a autorização concedida à Petrobras para a venda de gás natural no Amazonas contribui para a competição no mercado, beneficiando os consumidores com opções mais amplas de fornecedores e preços. A Arsepam reforça seu papel de órgão regulador ao garantir que a Petrobras cumpra as normas estabelecidas e promova um ambiente concorrencial saudável. A empresa terá a responsabilidade de seguir todas as regulamentações vigentes e manter a qualidade do serviço prestado aos consumidores do estado.

Com a divulgação da autorização para a Petrobras comercializar gás natural no Amazonas, o mercado de energia da região se mostra cada vez mais dinâmico e promissor. A entrada de novos players fortalece a cadeia produtiva do setor e estimula investimentos em infraestrutura e tecnologia. A participação da Petrobras nesse cenário representa um avanço significativo para a economia local e para a segurança energética do estado, garantindo o abastecimento contínuo de gás natural para diversos segmentos industriais e comerciais do Amazonas.

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