Barroso afrouxa regra para câmeras da PM em SP, mas exige uso obrigatório em comunidades

No último despacho, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, acolheu parcialmente um recurso do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos), em São Paulo, flexibilizando as normas que determinavam o uso obrigatório de câmeras corporais pela Polícia Militar. O novo entendimento do ministro aponta que o uso das câmeras passa a ser obrigatório apenas em comunidades carentes e perigosas, visando garantir a transparência das ações policiais e a proteção dos direitos dos cidadãos.

A decisão de Barroso foi tomada levando em consideração a necessidade de equilibrar a segurança pública com o respeito aos direitos fundamentais dos cidadãos. Com isso, ele decidiu pela flexibilização das regras das câmeras corporais, embora mantendo a obrigatoriedade em áreas mais suscetíveis à violência e à criminalidade. Essa medida busca promover a transparência nas ações policiais e garantir maior prestação de contas por parte dos agentes de segurança.

A utilização de câmeras corporais pela Polícia Militar é uma pauta sensível e de grande relevância social, visto que, por um lado, pode contribuir para coibir abusos e excessos por parte dos policiais, e, por outro, pode proteger os agentes de falsas acusações e garantir a integridade das operações. A decisão de Barroso reflete a necessidade de encontrar um equilíbrio entre a segurança pública e os direitos individuais dos cidadãos, adaptando as normas de acordo com a realidade de cada região.

O governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) apresentou o recurso ao Supremo visando a flexibilização das regras das câmeras corporais, argumentando que a obrigatoriedade coletiva poderia ser excessiva e impactar negativamente o trabalho policial em determinadas situações. Com a decisão favorável do ministro Barroso, o governo estadual poderá implementar as novas diretrizes, garantindo maior eficácia nas ações de segurança pública, aliada à transparência e respeito aos direitos dos cidadãos.

A determinação do STF representa um avanço na regulamentação do uso de câmeras corporais pela Polícia Militar, ao estabelecer critérios mais flexíveis e adaptáveis às diferentes realidades locais. A medida reforça o compromisso com a transparência e a prestação de contas por parte das forças de segurança, buscando construir uma relação de confiança com a sociedade e promover uma atuação mais responsável e ética dos agentes públicos.

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Filha que encomendou morte do pai vende bens e troca de carro: caso choca delegado

Filha que contratou assassino para matar o pai para ficar com herança de R$ 3
milhões trocou de carro e tentou vender bens após o crime, diz delegado

Mulher vendeu cabeças de gado, tentou vender imóveis, e esposo comprou um
smartphone de alto custo, afirmou a polícia. Casal segue preso e executor está
foragido.

Delegado conta que filha que encomendou morte do pai vendeu bens e trocou de
carro

A filha que contratou um assassino para matar o pai
para ficar com herança de R$ 3 milhões trocou de carro e começou a vender bens
após o crime, disse o delegado Peterson Amin. Desde o homicídio do fazendeiro, a
mulher vendeu cabeças de gado, tentou vender imóveis, além de trocar de veículo,
enquanto o marido dela comprou um smartphone de alto custo, afirmou a polícia.

O fazendeiro foi morto com dois tiros em uma emboscada no dia 1º de abril, na
zona rural de Campinorte. O genro e a filha dele são suspeitos de ordenar a execução para
ficar com a herança, já que a mulher é a única herdeira do homem morto. De
acordo com Peterson, o casal não tinha motivo aparente para precisar do dinheiro
da herança com urgência.

“Eles não tinham nenhum tipo de dívida. Era puramente pelo valor da herança
mesmo”, afirmou.

O casal foi preso no dia 20 de dezembro, em Campos Verdes, no norte de Goiás, depois
que o executor do crime fez uma denúncia anônima à polícia. Ele enviou prints de conversas e de negociações com o genro do fazendeiro,
depois de não receber o pagamento pelo crime, de acordo com a Polícia Civil. O
executor segue foragido.

A Defensoria Pública informou que representou o casal suspeito de encomendar o
crime durante a audiência de custódia, cumprindo o dever legal, mas não
comentará o caso. De acordo com o delegado Anderson, os dois seguem presos após
a audiência de custódia.

Como a DPE-GO não está presente permanentemente na comarca, será desabilitada do
processo, cabendo aos acusados constituírem defesa ou à Justiça nomear um
defensor. O delegado informou que a defesa dos suspeitos não se apresentou, até
a última atualização desta reportagem.

A filha afirmou à polícia que o marido foi o responsável por organizar o crime e
alegou que não o denunciou por medo, segundo o delegado Peterson Amin. O investigador, no entanto, disse que não
acredita na versão apresentada pela mulher e afirma que ela também está
envolvida no crime. O marido dela ficou calado durante o depoimento.

Antes de falar à polícia, o assassino do fazendeiro ameaçou o casal, de acordo
com a PC. “Acho bom não me bloquear de novo, tá bom? Ou me paga ou vai todo
mundo para a cadeia, beleza?”, escreveu o suspeito.

A ameaça de denunciar o casal à polícia aconteceu pelo Instagram. O suposto
mandante do crime pediu para que o executor o chamasse para conversar pelo
WhatsApp, onde as ameaças continuaram. “Acho bom cumprir o combinado”, escreveu
o suposto assassino.

O genro do fazendeiro chegou a perguntar ao homem “quanto você quer?”. E o homem
disse que queria receber os R$ 20 mil combinados, quando o crime foi
encomendando. O executor até sugeriu parcelar a dívida: “Você manda R$ 6 [mil]
essa semana para mim, eu mando buscar aí R$ 7 [mil] mês
que vem e R$ 7 [mil] no outro mês”.

O homem concordou com o parcelamento, mas depois pediu para o executor esperar.
“Tu não sabe o que está acontecendo aqui”, disse ele. “Não tá indo um processo
ainda. Falei para tu: quando acabar o processo. Aí você vem com essa ameaça para
cima de mim”, completou o genro do fazendeiro.

Conforme as conversas divulgadas pela polícia, o executor e o marido da suspeita
acertaram o crime “no meio do mato”. Esse homem, por sua vez, contratou outros
dois comparsas para matar o fazendeiro.

O assassinato aconteceu em 1º de abril, na zona rural de Campinorte. De acordo
com a Polícia Civil, o pai da suspeita foi morto em uma emboscada, após ser
abordado por três homens enquanto pilotava uma motocicleta. Ele foi atingido com
dois tiros.

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