Fósseis de dinossauro inédito de 100 milhões de anos descobertos no Maranhão: Novidades científicas em 2025

Fósseis de 100 milhões de anos encontrados no Maranhão são de espécie de
dinossauro inédita para a ciência

Informação foi divulgada pelo pesquisador responsável pela análise dos ossos do
animal, que foram encontrados na obra de uma ferrovia, em 2021.

Pedaço de osso de dinossauro encontrado em Davinópolis, no Maranhão —
Foto: Divulgação/Brado

Três anos após o achado de ossos bem preservados de um dinossauro em Davinópolis, no Sudoeste do Maranhão, os pesquisadores já puderam concluir que se trata de uma espécie ainda desconhecida pela ciência, que possui cerca de 100 milhões de anos.

A análise dos fósseis está sendo coordenada pelo paleontólogo Elver Luiz Mayer,
na Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa). Ao DE, ele conta
que as pesquisas ainda poderão trazer outras novidades.

“Esses fósseis representam um dinossauro, espécie distinta, do grupo dos
saurópodes, e que verificamos que se trata realmente de uma espécie nova. Além
disso, verificamos que existe uma afinidade, um parentesco, entre esse
dinossauro do Maranhão e de um dinossauro de outro país. Ainda não posso dizer,
pois são informações preliminares e os resultados científicos estão sendo
finalizados e os resultados devem sair no início de 2025”, declarou o
pesquisador.

Pedaço de osso de dinossauro encontrado em Davinópolis, no Maranhão —
Foto: Divulgação/Brado

O saurópode é um tipo de ‘titanossauro’ caracterizado por ter pescoço longo,
cabeça pequena, e ser herbívoro. Alguns podiam atingir até oito metros de
altura, 20 metros de comprimento e pesar 40 toneladas. No caso do ‘dinossauro de
Davinópolis’ a estimativa é de 18 metros de comprimento.
(enviar para o pará)

“O processo de análise dos fósseis envolveu primeiramente uma etapa para
determinar quais partes do corpo do animal estavam efetivamente estavam
representadas. A partir disso, podemos fazer comparações entre o dinossauro do
Maranhão e DE outros dinossauros já descritos na literatura científica em um
período correlato, em torno de 100 milhões de anos”, afirma Elver.

Paleontólogo Elver Luiz Mayer, com os ossos do ‘dinossauro de
Davinópolis’ — Foto: Arquivo pessoal

‘Arrudatitan maximus’, espécie do grupo titanossauro, viveu há 85 milhões
de anos no interior de São Paulo — Foto: Ariel Milani Martine/Arte/Divulgação

Além de finalizar a pesquisa, o próximo passo é preparar os fósseis para
devolvê-los ao Maranhão, onde deverão ser expostos no Centro de Pesquisa de
História Natural e Arqueologia, em São Luís.

“Agora, as análises estão concentradas na anatomia microscópica dos fósseis,
porque os padrões celulares e as alterações observadas podem nos dar respostas
sobre perguntas, como era o metabolismo e o crescimento desse animal? Quais eram
os fatores ambientais que favoreceram que aqueles grandes ossos se preservassem
como fósseis? Nossas pesquisas estão avançando nesse sentido”, conclui o
paleontólogo.

O ACHADO

O achado do ‘Dinossauro de Davinópolis’ aconteceu em abril de 2021, após a
primeira escavação, durante a construção de uma ferrovia realizada por uma
empresa privada. Já a retirada dos fósseis aconteceu no mês de junho daquele
ano.

Pedaço de osso de dinossauro encontrado em Davinópolis, no Maranhão —
Foto: Divulgação/Brado

Região onde foram encontrados os fósseis de dinossauro, em Davinópolis —
Foto: Divulgação/Brado

O funcionários da ferrovia entraram em contato com pesquisadores e o professor e
paleontólogo Elver Luiz Mayer, da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará
(Unifesspa), foi quem enviou equipes ao local. Na região, foram encontrados um
fêmur de mais de 1,5 metro, patas, costelas, além de vértebras do animal.

“Encontramos o material bem concentrado, uma densidade de fósseis em um área
muito pequena. Não dá pra dizer que são do mesmo animal, mas como não
encontramos pedaços iguais, então há indicativos de que é possível que seja do
mesmo dinossauro”, afirmou o professor.

Pedaço de osso de dinossauro encontrado em Davinópolis, no Maranhão —
Foto: Divulgação/Brado

Todos os ossos encontrados em Davinópolis foram encaminhados para a Universidade
Federal do Sul e Sudeste do Pará, onde são analisados pelas equipes do professor
Elver Luiz.

DINOSSAUROS NO MARANHÃO

Repórter Mirante destaca o crescimento do Paleoturismo no Maranhão

No Maranhão, os fósseis encontrados em abril de 2021 foram os primeiros achados
na região de Davinópolis, mas não é o primeiro titanossauro encontrado no
estado. A mesma espécie já teve fóssil encontrado na Ilha do Cajual, perto da
cidade de Alcântara.

Representação do titanossauro e pedaço de vértebra encontrado na Ilha de Cajual,
no Maranhão, nos anos 90 — Foto: Manuel Alfredo

A descoberta de mais vestígios desse grupo de dinossauros abre caminho para o
entendimento da evolução desses animais no Maranhão e DE Brasil.

“Já encontramos fósseis de titanossauro na região da Ilha do Cajual, que fica
próximo a São Luís, com 97 a 95 milhões de anos, coletados nos anos 90. Mas a
descoberta é sempre de pedaços pequenos, quebrados e isolados. Esse de
Davinópolis possui membros encontrados mais próximos e mais preservados”,
afirmou o paleontólogo da Universidade Federal do Maranhão, Manuel Alfredo.

Representação de titanossauro no Centro de Pesquisa e História Natural e
Arqueologia do Maranhão — Foto: Reprodução/TV Mirante

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Desabamento da Ponte Juscelino Kubitschek: atualização de vítimas e impactos ambientais

A Marinha do Brasil atualizou no início da tarde do último sábado (28) para nove o número de vítimas fatais após o desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que ligava o Maranhão ao Tocantins. Oito pessoas ainda estão desaparecidas. A vítima encontrada, de acordo com a Marinha, estava presa em um carro submerso nas águas do Rio Tocantins. As buscas pelas vítimas continuam com o auxílio de mergulhadores e barcos, em uma ação conjunta envolvendo equipes da Marinha, do Corpo de Bombeiros do Maranhão e do Tocantins.

A queda da ponte, que se localiza na BR-226 entre as cidades de Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO), ocorreu no último domingo (22) e foi provocada pelo cedimento do vão central da estrutura, de acordo com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). A investigação sobre a causa do desabamento está em andamento. Vídeos postados por moradores denunciaram as más condições da ponte nos dias anteriores ao acidente.

O desabamento levou à queda de oito veículos no rio Tocantins e a estrutura construída na década de 1960 interliga as cidades de Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO). Após a tragédia, surgiram preocupações com a presença de tanques contendo substâncias químicas no rio, como ácido sulfúrico e defensivos agrícolas. No entanto, segundo a supervisão de Emergência Ambiental da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), os tanques permaneceram intactos, minimizando o risco de contaminação ambiental.

Além das vítimas já encontradas, outros corpos foram localizados nos dias seguintes ao desabamento, como o de uma jovem de 25 anos, um homem de 36 anos encontrado com vida e dois corpos encontrados pelos mergulhadores. A operação de resgate das vítimas e dos veículos submersos é complexa e deve ser realizada com cuidado para evitar riscos adicionais ao ambiente. A orientação é para que as pessoas evitem contato com os materiais químicos encontrados nas proximidades do Rio Tocantins.

A interdição da ponte levou os motoristas a buscarem rotas alternativas para se locomover entre os estados do Maranhão e Tocantins. Enquanto as buscas continuam pelas vítimas desaparecidas e a investigação sobre as causas do desabamento prossegue, medidas de segurança e preservação ambiental estão em curso para minimizar os impactos da tragédia. A população deve manter-se informada e colaborar com as autoridades caso identifiquem qualquer material suspeito nas imediações do rio. O desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira representa não apenas uma tragédia humana, mas também um alerta sobre a importância da manutenção e fiscalização das infraestruturas viárias no país.

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