Novo secretário de Cultura de Nunes, ex-assessor dos governos do PT

Citado na Lava Jato, novo secretário de Nunes atuou em governos do PT

Novo secretário de Nunes, Totó Parente (MDB) trabalhou nos governos Lula e Dilma, além de ter sido citado em delação da Lava Jato

São Paulo – Anunciado pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB) como o novo secretário de Cultura da capital paulista, José Antonio Silva Parente, conhecido como Totó Parente, é um quadro antigo do MDB e já exerceu cargos nos governos petistas de Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva.

Ex-vereador de Cuiabá, Totó é afilhado político do ex-deputado federal Carlos Bezerra (MDB-MT) e além de ter atuado nos governos petistas, foi assessor de Lindbergh Farias (PT-RJ) quando ele era prefeito de Nova Iguaçu.

O emedebista chegou a ser citado em delação do ex-presidente da Petrobras, Paulo Roberto Costa, durante a Lava Jato. Segundo Costa, Totó teria acompanhado Farias em diversas idas à estatal em ocasiões nas quais o petista ia pedir dinheiro para campanhas. O emedebista não chegou a ser investigado pela operação.

Em seu currículo, Totó acumula cargos como o de secretário do Ministério da Integração Nacional no segundo mandato de Lula, entre 2007 e 2008; de assessor especial de Dilma em 2010, durante o primeiro mandato dela; e de diretor da Embratur em 2016, pouco antes do impeachment da petista.

Já durante o governo de Michel Temer, seu correligionário, ele foi secretário no Ministério do Turismo, fato citado por Nunes em vídeo divulgado nesta sexta-feira. Entre janeiro e outubro de 2023, já no 3º mandato de Lula como presidente, Totó foi secretário de Articulação Institucional do Ministério do Planejamento, sob o comando da também emedebista Simone Tebet.

Nestas eleições municipais, ele foi ativo na campanha de Ricardo Nunes à reeleição. A nova composição do secretariado de Nunes até o momento é a seguinte: Assistência Social – Eliana Gomes, Casa Civil – Enrico Misasi, Comunicação – Fábio Portela, Cultura e Economia Criativa – Totó Parente, Educação – Fernando Padula (mantido), Esportes – Rogério Lins, Gestão – Marcela Arruda, Governo – Edson Aparecido (mantido), Urbanismo e Licenciamento – Elisabete França (mantida), Infraestrutura e Obras – Marcos Monteiro (mantido), Meio Ambiente – Rodrigo Ashiuchi, Mobilidade e Trânsito – Gilmar Miranda (mantido), Projetos Estratégicos – Coronel Mello Araújo, Relações Internacionais – Angela Gandra, Saúde – Luiz Carlos Zamarco (mantido), Segurança Urbana – Orlando Morando, Subprefeituras – Fabrício Cobra (atual Casa Civil), Pessoa com Deficiência – Silvia Grecco (mantida), Procuradoria-Geral – Luciana Sant’Ana Nardi, Transporte e Mobilidade Urbana – Celso Jorge Caldeira.

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Regularização de Territórios Quilombolas: 31 Decretos em 2024 para Proteção Cultural e Social.

O governo regularizou 31 territórios quilombolas em todo o ano de 2024, consolidando a regularização de mais de 138 mil hectares e beneficiando diretamente 5.401 famílias. Para reafirmar a autonomia e a preservação cultural dos povos quilombolas, o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) aprovaram ao longo do ano 31 decretos, garantindo a titulação de terras de comunidades quilombolas. Os atos vão além da simples legalização das terras, significando um renascimento do compromisso com a justiça social, equidade e o reconhecimento das demandas históricas dessas populações.

Mônica Borges, diretora de Territórios Quilombolas do INCRA, afirmou que foi necessário realizar a atualização de todos os processos administrativos que estavam aptos à edição dos decretos de interesse social. O INCRA formou uma força-tarefa com servidores públicos nas Superintendências Regionais para garantir que as análises necessárias fossem feitas. A aprovação dos 31 decretos em 2024 consolida a regularização de mais de 138 mil hectares, beneficiando diretamente 5.401 famílias, porém, o caminho não foi livre de desafios. Isabela Cruz, diretora do Departamento de Reconhecimento, Proteção de Territórios Tradicionais e Etnodesenvolvimento do MDA, explica que, dentre as dificuldades enfrentadas, estão o racismo estrutural e as disputas políticas no processo de regularização.

Em 2023, a retomada da política de regularização dos territórios quilombolas encontrou um cenário devastado pelos desmontes ocorridos no governo anterior. Muitas coisas precisaram ser refeitas. Isabela ressalta a importância de iniciar 2025 com a certeza de que o tempo é curto e que é fundamental estar ainda mais alinhados e fortalecidos para continuar esse trabalho. Os decretos de interesse social em 2024 dos territórios quilombolas, como Morro Redondo, Curral de Pedra, Capão das Gamelas, Vicentes, e outros, representam um passo significativo na garantia dos direitos dessas comunidades.

Os decretos abrangem territórios em diferentes estados, como São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraíba, e outros, fortalecendo a presença e a identidade quilombola em diversas regiões do país. As titulações representam não apenas a regularização de terras, mas também a preservação da cultura e da história dessas populações. O reconhecimento oficial desses territórios é fundamental para garantir o acesso a políticas públicas, recursos e desenvolvimento sustentável para as comunidades quilombolas. O trabalho realizado em 2024 é um marco na luta pela garantia dos direitos e da dignidade desses povos historicamente marginalizados.

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