Empresa sancionada por falha em contrato de obras é proibida de ser contratada

Empresa que reparou ponte que caiu está proibida de ser contratada

Empresa que fez obras na ponte que caiu entre o MA e o TO está sob sanção por causa de contrato na BR-226

Contratada para manutenção da ponte que caiu entre o Tocantins e o Maranhão entre 2021 e 2024, a Matera Engenharia está desde novembro sob sanção do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). O motivo apontado pelo órgão para instaurar a punição é uma falha na entrega objeto de um contrato para reparação de estradas como a BR-226, que cruza a estrutura colapsada no último domingo (22/12).

A sanção impede o poder público de contratar a empresa para obras com prazo determinado. Esse impedimento abrange “todos os Poderes da esfera do órgão sancionador” e segue vigente até 27/01/2025. Ou seja, durará pouco menos de dois meses.

Nos dados da sanção, cita-se como fundamento legal o 7º artigo da chamada “Lei do Pregão” (10520).

O texto diz: “Quem, convocado dentro do prazo de validade da sua proposta, não celebrar o contrato, deixar de entregar ou apresentar documentação falsa exigida para o certame, ensejar o retardamento da execução de seu objeto, não manter a proposta, falhar ou fraudar na execução do contrato, comportar-se de modo inidôneo ou cometer fraude fiscal, ficará impedido de licitar e contratar com a União, Estados, Distrito Federal ou Municípios”.

A sanção não foi aplicada por causa do contrato da ponte, mas por uma contratação de R$ R$ 4,4 milhões firmada em 2021. O objetivo da licitação foi a manutenção de rodovias federais que passam pelo Tocantins. Entre elas, a BR-226, que cruza a ponte Juscelino Kubitscheck.

De acordo com o banco de dados do Portal da Transparência, tratado pela coluna, a Matera Engenharia já recebeu R$ 140 milhões em pagamentos do governo federal. Ao todo, foram 51 contratos firmados até o momento com o poder público na esfera nacional. O empreendimento acumula R$ 276 milhões em contratos com o governo federal.

A empresa ainda recebeu R$ 1,3 milhão em emendas parlamentares, incluindo uma emenda de relator, conhecida como orçamento secreto. O restante foi de emendas de comissão e de bancada, que também não possuem autoria clara. Esses últimos tipos de repasse entraram mira do Supremo Tribunal Federal (STF) e da Polícia Federal (PF).

Ao todo, foram quatro emendas: uma do orçamento secreto; uma da bancada do Acre; da Comissão Mista de Planos, Orçamentos e Fiscalização; e da bancada do Rio Grande do Norte. A empresa é sediada em Natal, capital potiguar.

De acordo com o Ministério dos Transportes, os repasses para obras na ponte pela empresa somam R$ 3,6 milhões entre 2021 e 2024. Ou seja, iniciou no governo Bolsonaro e continuou no governo Lula. A pasta informou que a verba foi destinada para: limpeza e substituição de juntas de dilatação, muro de arrimo em pedra, recomposição de erosão, injeção de fissuras em estruturas de concreto com adesivo estrutural, recomposição de dreno etc.

O contrato foi firmado no âmbito do Programa de Manutenção e Reabilitação de Estruturas (Proarte). A iniciativa é “responsável pelo gerenciamento de serviços de manutenção e de reabilitação em Obras de Arte Especiais (OAEs)”, como informa o governo.

OAEs é um jargão da engenharia para se referir a grandes obras, englobando pontes, túneis, viadutos, passarelas e estruturas de contenção. São estruturas que integram a malha rodoviária federal em todo o país.

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Laudo confirma pesticida em comida que matou dois no Piauí: Investigação em andamento

Laudo revela presença de pesticida em comida que matou dois no Piauí

Nove pessoas da mesma família ficaram intoxicadas após a ingestão de uma refeição na última terça-feira (31/12)

Um laudo que faz parte da investigação da morte de um adolescente e um bebê, em Parnaíba, litoral do DE confirmou que havia um pesticida no arroz que as vítimas ingeriram na última terça-feira (31/12). O laudo foi obtido pelo programa Fantástico.

Os membros da família começaram a passar mal na última quarta-feira (1º/1). A primeira vítima foi o adolescente de 17 anos que morreu a caminho da unidade de saúde. Os familiares, ao todo nove, foram socorridos e levados ao Hospital Regional Dirceu Arcoverde (Heda).

O laudo que faz parte da investigação revelou a presença de uma substância altamente tóxica presente em pesticidas e agrotóxicos.

> “Qualquer quantidade já faz mal, qualquer uma. Ela afeta a transmissão dos estímulos nervosos em todo o corpo. Dando crise convulsiva, falta de ar, dores cólicas abdominais, inclusive afeta o coração também”, afirmou ao Fantástico o perito-geral do Departamento de Polícia Científica do DE, Antônio Nunes Pereira.

Embora tenha sido internado e recebido atendimento médico, o bebê de 1 ano e 8 meses também não resistiu e foi a segunda vítima. A morte foi confirmada na quinta-feira (2/1) pela Polícia Civil. Os outros sete familiares também foram hospitalizados por causa da intoxicação.

“O Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (Heda) lamenta profundamente o falecimento de I.D.S., de apenas 1 ano e 8 meses, que deu entrada sob os cuidados do hospital nesta quarta-feira (1º/1). Expressamos nossas mais sinceras condolências à família neste momento de imensa dor”, escreveu o hospital em um comunicado.

O envenenamento é investigado pela Polícia Civil. Até o momento não houve a divulgação de suspeitos do envenenamento. A participação de algum integrante da família não é descartada.

“Alguém colocou a substância no arroz no dia primeiro. A gente entende que houve uma intenção de colocar essa substância na comida deles e a gente vai partir pra uma investigação de homicídio, descartando morte natural ou acidental”, afirmou o delegado Abimael Silva.

TRISTEZA

Maria dos Aflitos, mãe do bebê que morreu afirmou não acreditar que alguém da família participou do crime. Ela disse sentir muito a falta dos familiares.

“Cedo estava todo mundo aqui no fundo para tomar café. Hoje acordei, não escutei brulho de ninguém, só silêncio. (…) Não é fácil perder uma família quase toda”, afirmou Maria.

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A Polícia Civil também informou que o adolescente morto era parente de dois meninos de 7 e 8 anos, que morreram envenenados em 2024. Eles haviam comido cajus com veneno. O bebê que morreu é irmão dos dois meninos que morreram.

VEJA A LISTA DAS VÍTIMAS

Segundo a Polícia Civil do Piauí, as vítimas são:

Adolescente de 17 anos;
As duas irmãs do adolescente;
O padrasto do adolescente;
Uma mulher e seu filho, que moravam na casa;
Três crianças, filhas das irmãs do adolescente.

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