Intoxicação por bolo: Saiba quem são as vítimas do caso em Torres, RS

Intoxicação após bolo: saiba quem é quem entre as vítimas do caso

Polícia investiga a possibilidade de o bolo estar contaminado com arsênio. Três
pessoas morreram e duas seguem hospitalizadas

Três pessoas morreram e duas seguem hospitalizadas após comerem um bolo,
supostamente contaminado com arsênio, em Torres, no litoral norte do Rio Grande do Sul. As vítimas estavam reunidas em um café da tarde, na última segunda-feira (23/12), quando começaram a passar mal.

No total, sete pessoas participavam da reunião familiar, no entanto, seis consumiram o bolo. Elas foram encaminhadas ao Hospital Nossa Senhora dos Navegantes, onde receberam socorro médico.

Saiba quem é quem

Imagem colorida sobre quem é quem no caso do bolo. Família foi hospitalizada após comer bolo

Zeli Teresinha dos Anjos, de 61 anos, foi a responsável por preparar o bolo. Ela ainda está hospitalizada, mas com quadro estável. O ex-marido de Zeli morreu em setembro deste ano, com um quadro de intoxicação alimentar. A polícia abriu inquérito para fazer a exumação do corpo e investigar se houve envenenamento nesse caso.

Maida Berenice Flores da Silva, de 58, era irmã de Zeli e morreu nessa segunda-feira (23/12). Segundo o boletim médico, ela sofreu uma parada cardiorrespiratória. O marido de Maida chegou a ser hospitalizado, mas teve alta.

Três imagens. Maida Berenice Flores da Silva (à esquerda), Tatiana Denize Silva dos Santos (ao centro) e Neusa Denise da Silva dos Anjos (à direita) morreram após comerem um
bolo no RS. Fechar modal.

Seis familiares passaram mal após comer bolo em Torres (RS)

Polícia Civil do Rio Grande do Sul/Divulgação

Os resultados preliminares divulgados na sexta-feira (27/12) indicam a presença de arsênio no sangue de uma vítima e de dois sobreviventes que ingeriram o bolo durante a reunião familiar. Essa substância, altamente tóxica, pode provocar danos graves à saúde e, em casos extremos, ser letal.

Foram analisadas amostras de sangue da mulher responsável pela preparação do bolo, do sobrinho-neto e de Neuza Denize Silva dos Anjos, uma das vítimas. A mulher e o menino seguem internados, mas estão “clinicamente estáveis”, segundo informações médicas.

O arsênio é um metal encontrado naturalmente em águas subterrâneas e em diversos alimentos, como frutos do mar, carne, frango e cereais. Em concentrações elevadas, torna-se tóxico. Ele é reconhecido pela OMS como um dos 10 químicos mais preocupantes para a saúde pública, portanto, o arsênio deve ser evitado, sempre que possível, para prevenir esses riscos.

Receba notícias do DE no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal de notícias no Telegram.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Viver a vida de verdade: distinguindo entre existir e viver plenamente | Ano Novo feliz 2025

Trago algumas pistas sobre o que é viver a vida de verdade e o que é uma vida de vivo viver? Viver vivamente é estar presente no exato instante de agora – Sensação estranha. Parece que estive em coma por 20 anos e só agora estou acordando. A frase é do personagem de Kevin Spacey em Beleza Americana, filme do ano 2000. Lester Burnham é um publicitário em crise de meia-idade que se apaixona por uma garota bem mais jovem. Inebriado pelo frescor da juventude, ele sai da letargia de duas décadas de um casamento petrificado. O amor platônico lhe traz a vida de volta.

Uma frase de Oscar Wilde resume bem a diferença entre viver e não viver: “Viver é a coisa mais rara do mundo, e a maioria das pessoas apenas existe”. Ouso decompor a sabedoria do mordaz escritor irlandês: não poucas vezes, numa única vida, há períodos que variam da extrema lassidão ao intenso viver. Não é fácil perceber a vida que se está perdendo no faz de conta que se está vivendo. Uma hora, mais dia menos dia, alguma coisa dentro de nós grita pedindo vida verdadeiramente viva. E a travessia do ano, do passado para o futuro, é um desses momentos em que tomamos consciência de que o tempo escorre como areia nas mãos – afinal, estarei viva ou só me fingindo de viva?

O que será mesmo viver verdadeiramente? Não existe uma única resposta, talvez as respostas sejam tantas quantas somos – 8 bilhões de viventes querendo viver e sem saber se está mesmo vivendo. Viver não é bolinha não, mas é preciso ter cuidado para não ficar complicando demais as perguntas ou as respostas. Corre-se o risco de se perder no emaranhado da razão. E o que é uma vida de vivo viver? Viver vivamente é estar presente no exato instante de agora. É sentir o corpo vivo, é estar plugado no desejo mas também descansar do cansaço de estar sempre querendo alguma coisa. É se conciliar com algumas certezas irrevogáveis: a vida não é justa, ninguém muda ninguém, tudo pode acontecer a qualquer momento.

A vida é um acontecimento ininterrupto, enquanto se está vivo, e a maioria desses aconteceres acontece de modo imperceptível. O grande milagre é estar vivo e nem nos damos conta da grandeza dessa dádiva. O nada é onde se esconde o segredo da vida, naquilo que nos parece mais indecifrável e incontrolável. Há um poder inacreditável no nada, quase parafraseando Guimarães Rosa na primeira palavra do monumental Grande Sertão: Veredas – que, afinal, se dedica à estranheza do viver. É nesse nada, no nada, que se esconde o mistério e de onde, inesperadamente, brotam os sentidos que a gente vai inventando pra fazer de conta que sabe o que é viver e por que a gente vive. Num dos meus mais queridos romances em língua portuguesa, Uma vida em segredo, o mineiro Autran Dourado conta a história de Biela, menina nascida e criada na roça, o Fundão, e que com a morte dos pais é levada para a cidade.

Põem-lhe roupa cheia de frufrus, sapatos apertados, tentam lhe ensinar a usar talher, a prosear com as visitas na sala. Biela até se esforça mas, a certa altura, desiste. Ela não consegue fugir dela mesma e só sendo a si mesma poderá seguir vivendo a vida tal qual aprendeu na fazenda da infância. Cabe a cada um descobrir, se não nasceu sabendo, qual é mesmo o jeito genuíno de viver a própria vida. Não poucas vezes é preciso fazer escolhas que nos custam muito caro, porém mais caro, e insuportável em algum momento, é não viver a verdade da própria vida.

Então, no Ano Novo, talvez o melhor seja te desejar uma vida bem antiga. Feliz 2025.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp