Hugol alerta para prevenção de queimaduras em casa

O Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol) alerta a população para os riscos de queimaduras em casa, principalmente na cozinha. Agentes inflamáveis como álcool, gasolina e querosene são os principais causadores de acidentes.

Para se ter uma ideia, só este ano, a unidade atendeu 1.251 pacientes vítimas de queimaduras de janeiro a novembro de 2024. Desse total, 228 são crianças.

De acordo com o cirurgião plástico do Hugol Arthur Hartmann a queimadura é considerada um dos traumas mais impactantes no atendimento hospitalar, daí a importância da prevenção através de cuidados simples no local de maior risco, ou seja, em casa.

“Para prevenir casos de queimaduras em casa, a orientação é não manipular álcool líquido, gasolina ou querosene e, se houver necessidade, fazê-lo longe do fogo, Além disso, é importante manter produtos químicos em local elevado e fechado, longe do alcance das crianças e dos animais domésticos e, por fim, ao perceber o cheiro de gás não acender a luz, abrir as janelas e verificar o vazamento de gás com espuma de sabão”, orientou.

O Hugol é referência no atendimento à pacientes com queimaduras em Goiás. A unidade conta com uma equipe multiprofissional para atendimento desses pacientes, em geral, de longa internação.

“No geral, o tratamento de queimaduras é lento e doloroso, alguns pacientes ficam conosco por semanas, até meses. Muitos casos, principalmente os que ocorrem em casa, poderiam ser evitados, por isso reforçamos o alerta para que a população se cuide e previna acidentes, principalmente com crianças”, explica o cirurgião.

Cuidado redobrado com as crianças

O médico alerta ainda para os cuidados com as crianças em casa. Neste período de férias escolares é essencial que os pais e familiares tenham mais atenção com os pequenos.

“Crianças devem ser mantidas, de preferência, longe da cozinha. Além disso, devemos deixar o cabo das panelas para a área do fogão e nunca para fora, para evitar que elas puxem. Outra orientação é nunca deixar criança próxima de ferro de passar ou forno aquecido”, afirmou.

É essencial explicar às crianças sobre os locais que ela não pode mexer, como tomadas elétricas, cabos e fios, por exemplo. Bem como falar sobre a dor que um acidente com foge pode causar, para que ela também se proteja.

“Durante as férias escolares, é imprescindível que os pais e responsáveis fiquem atentos para prevenir acidentes, como queimaduras, afogamentos e quedas graves”, salientou o médico.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Câncer de mama em homens: doença causa cerca de 230 mortes anuais no Brasil

Embora mais associado às mulheres, o câncer de mama também afeta homens, correspondendo a cerca de 1% dos casos diagnosticados. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), são registrados aproximadamente 750 novos casos masculinos por ano no Brasil, resultando em uma média de 230 mortes anuais, de acordo com dados do DataSUS.

A falta de informação e o diagnóstico tardio são os principais fatores que dificultam o tratamento e reduzem as chances de cura. O cirurgião oncológico e mastologista Juliano Rodrigue da Cunha, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica, destaca que os homens tendem a negligenciar os cuidados com a saúde, o que contribui para diagnósticos em estágios avançados e tratamentos mais complexos.

Sinais de alerta
Diferentemente das mulheres, os homens não têm diretrizes de rastreamento para câncer de mama, tornando essencial a atenção aos sinais da doença. Entre os principais sintomas estão:

  • Nódulo na mama;
  • Secreção pelo mamilo;
  • Alteração no formato da mama;
  • Retração ou alteração no mamilo;
  • Mudanças na pele da região;
  • Nódulos na axila.

Segundo especialistas, a estrutura hipodesenvolvida da mama masculina pode facilitar a detecção de alterações. Assim, ao perceber qualquer sintoma, é fundamental procurar um médico imediatamente.

Fatores de risco
As causas do câncer de mama em homens ainda não são completamente compreendidas, mas alguns fatores aumentam o risco, como envelhecimento, histórico familiar de câncer, mutações nos genes BRCA1 e BRCA2, obesidade, consumo de álcool e a presença de condições genéticas como a síndrome de Klinefelter. A doença é mais comum após os 60 anos, embora possa ocorrer em qualquer idade.

Tratamento e sobrevida
O diagnóstico é confirmado por mamografia e biópsia, com tratamento semelhante ao das mulheres, envolvendo cirurgia, radioterapia e terapias sistêmicas. Um estudo publicado na revista Clinical Oncology analisou dados de cerca de mil homens diagnosticados em São Paulo entre 2000 e 2020, revelando que a radioterapia após cirurgia aumenta a sobrevida em casos de estadiamento 2 e 3, quando a doença ainda está localizada na mama ou linfonodos próximos. Por outro lado, a quimioterapia não demonstrou impacto significativo na probabilidade de sobrevivência.

Para o radio-oncologista Gustavo Nader Marta, presidente da Sociedade Brasileira de Radioterapia, o diagnóstico precoce continua sendo um dos maiores aliados para o sucesso do tratamento. “Quanto mais avançada a doença, maior o risco de morte. Reconhecer os sintomas e agir rapidamente pode salvar vidas”, reforça Marta.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp