Especialista aponta falha no trem de pouso em acidente aéreo na Coreia do Sul

O trem de pouso do avião que colidiu contra um muro no Aeroporto Internacional de Muan, na Coreia do Sul, aparentemente não foi baixado durante o pouso forçado, segundo análise da especialista Mary Schiavo. Ex-inspetora-geral do Departamento de Transportes dos Estados Unidos, Schiavo baseou suas observações em vídeos que registraram o momento do impacto, ocorrido na manhã deste domingo, 29, pelo horário local (noite de sábado, 28, no horário de Brasília).

A especialista destacou que uma falha no motor ou danos no painel da aeronave podem ter contribuído para o acidente. Outra possibilidade levantada é de que o piloto estivesse tentando arremeter. “Pode ser que o trem de pouso não estivesse baixado, e o piloto não tivesse certeza disso devido a problemas com as luzes de indicação. Uma prática comum nesses casos é sobrevoar o aeroporto e pedir à torre de controle que confirme a posição do trem de pouso”, explicou Schiavo à CNN.

O Boeing 737-800 da companhia Jeju Air transportava 181 pessoas – 175 passageiros e seis tripulantes – de Bangkok, na Tailândia, para a Coreia do Sul. Até o momento, foram confirmadas 122 mortes.

A tragédia aconteceu em meio a uma temporada de viagens movimentada devido aos feriados de fim de ano. “Os aeroportos estão cheios de famílias celebrando as festividades”, observou Schiavo, falando de Chiang Mai, na Tailândia.

Apesar de a Jeju Air ser uma companhia aérea de baixo custo, a Coreia do Sul mantém uma alta classificação de segurança na aviação internacional. O país está na categoria 1 do Programa Internacional de Avaliação de Segurança da Aviação da Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos.

 

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Rússia ameaça retaliação após derrubar mísseis ATACMS dos EUA disparados pela Ucrânia

A Rússia anunciou uma possível retaliação após afirmar ter derrubado oito mísseis ATACMS, de fabricação americana, disparados pela Ucrânia na manhã de sábado, 4. Para o governo de Vladimir Putin, o uso desses mísseis, com alcance de até 300 quilômetros, representa uma escalada significativa no conflito.

Segundo o Ministério da Defesa da Rússia, as defesas aéreas do país conseguiram interceptar os mísseis, além de abater 72 drones. A pasta ressaltou que as ações do regime de Kiev, apoiado por potências ocidentais, serão respondidas com retaliação. A Rússia também destruiu drones na região de Leningrado e em Kursk, local onde ocorreu um ataque surpresa ucraniano no ano anterior.

Em resposta à utilização dos mísseis ATACMS pela Ucrânia, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, aprovou o envio desses armamentos a Kiev em novembro, justificando a medida como uma resposta à expansão do conflito, especialmente com o envolvimento de tropas norte-coreanas.

Rússia prepara uso de novo míssil balístico

Vladimir Putin também ameaçou usar o novo míssil balístico “Oreshnik”, com capacidade nuclear, caso os ataques ucranianos continuem. No mês passado, o presidente russo indicou que poderia disparar esse míssil contra a capital Kiev para testar os sistemas de defesa aérea fornecidos pelos países ocidentais. O primeiro e único lançamento dessa arma experimental ocorreu em 21 de novembro, com o alvo sendo a região de Dnipro, na Ucrânia.

Intensificação dos ataques de drones

A troca de ataques entre Rússia e Ucrânia seguiu intensa. A Ucrânia, por sua vez, lançou uma ofensiva com drones, o que resultou em restrições temporárias no aeroporto de São Petersburgo. O governador da região de Leningrado, Aleksandr Drozdenko, relatou que a noite e manhã de 4 de janeiro marcaram um recorde no número de UAVs (veículos aéreos não tripulados) abatidos. Drozdenko mencionou que quatro drones foram destruídos sobre a área.

Por outro lado, a Rússia também lançou 81 drones contra a Ucrânia durante a noite de 3 para 4 de janeiro. O Comando da Força Aérea ucraniana informou que cerca de 34 UAVs de ataque Shahed, de fabricação iraniana, e outros tipos de drones foram abatidos, causando danos nas regiões de Chernihiv e Sumy.

Contexto do conflito entre Rússia e Ucrânia

A guerra entre Rússia e Ucrânia teve início em fevereiro de 2022, com a invasão russa por três frentes: a fronteira russa, a Crimeia e Belarus. A ofensiva inicial russa avançou rapidamente, mas os ucranianos conseguiram manter o controle de Kiev, apesar dos ataques à cidade. O conflito gerou condenação internacional e resultou em sanções econômicas contra a Rússia.

Em outubro de 2024, após milhares de mortos, o conflito alcançou um ponto crítico, quando a Rússia utilizou um míssil hipersônico em solo ucraniano. Esse projétil, apesar de carregar ogivas convencionais, possui a capacidade de transportar material nuclear. A ação foi uma resposta à ofensiva ucraniana dentro do território russo, utilizando armamentos fornecidos por potências ocidentais como EUA, Reino Unido e França.

A inteligência ocidental também acusou a Rússia de usar tropas norte-coreanas no conflito, embora Moscou e Pyongyang não confirmem nem neguem a informação. Vladimir Putin, por sua vez, afirmou que as forças russas estão avançando de forma mais eficaz e que a Rússia atingirá seus objetivos na Ucrânia, embora sem especificar detalhes. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acredita que Putin busca ocupar toda a região de Donbass e expulsar as tropas ucranianas da região de Kursk, na Rússia, que estão sob controle ucraniano desde agosto.

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