Descubra 6 alimentos que podem explodir no micro-ondas

Saiba 6 alimentos que podem explodir se aquecidos no micro-ondas

A interação entre o micro-ondas e a estrutura de alguns alimentos pode resultar em explosões ou faíscas. O DE é um aparelho conhecido por sua praticidade. No entanto, é importante saber utilizá-lo da maneira correta, pois nem todos os alimentos podem ser aquecidos no equipamento.

O funcionamento do DE é baseado na vibração das moléculas de água presentes nos alimentos, o que gera calor. Esse processo pode ser perigoso com alimentos que possuem alta umidade interna e baixa capacidade de liberar vapor, como ovos inteiros, tomates e batatas com casca.

“O vapor fica preso dentro do alimento, e, quando a pressão interna excede a resistência da casca, o alimento pode explodir”, explica a nutricionista e especialista em segurança alimentar Carol Quintans, da Qualitá Consultoria. A forma inadequada de acondicionar os alimentos durante o processo de aquecimento também pode resultar em explosões e faíscas. “Metais, como as bordas douradas de pratos ou o papel alumínio, refletem as micro-ondas, criando uma concentração de energia que gera faíscas”, explica Rejane Souza, nutricionista do grupo Mantevida. “Alimentos que contêm minerais condutores, como sal e açúcar em excesso, podem amplificar esse efeito”, completa.

Outro fator a ser observado, de acordo com a nutricionista Caroline Escobar, é a irregularidade na absorção das micro-ondas pelos alimentos. “O aquecimento excita as moléculas de água, gordura e outros componentes polares, gerando calor. No entanto, qualquer irregularidade, como camadas muito finas ou materiais que não absorvem as ondas uniformemente, pode causar explosões ou gerar faíscas”, esclarece. Além disso, líquidos aquecidos em recipientes lisos podem atingir temperaturas acima do ponto de ebulição sem que seja visível a fervura. “Quando o líquido é mexido ou agitado, ocorre uma ebulição violenta, o que pode resultar em derramamento ou até em uma explosão”, alerta.

CUIDADOS NECESSÁRIOS

Além de evitar o uso de metais, outras precauções podem ser tomadas ao aquecer alimentos no DE para garantir a segurança e prevenir acidentes. “Mexer os alimentos durante o aquecimento ajuda a distribuir o calor de forma mais uniforme. Também é essencial furar alimentos com casca ou película fina, como batatas, tomates e gemas de ovos, para permitir que o vapor escape e evite explosões”, aponta a nutricionista Caroline Escobar. Outro ponto importante é usar recipientes próprios para DE, que sejam livres de BPA (bisfenol A) e resistentes ao calor. “Evitar aquecer líquidos por tempo excessivo também é crucial, já que a água pode superar seu ponto de ebulição sem borbulhar, causando explosões quando mexida ou movimentada”, completa.

Caroline sugere que se use tampas adequadas, com uma pequena abertura para a liberação do vapor, prevenindo queimaduras causadas pela pressão do vapor acumulado. Após retirar o alimento, é indicado deixar o alimento descansar por um ou dois minutos para que o calor se distribua de maneira mais uniforme e segura. CONFIRA 6 ALIMENTOS QUE NÃO DEVEM SER AQUECIDOS NO DE:
1. Ovos inteiros com casca: o vapor gerado dentro do ovo pode acumular pressão e causar uma explosão;
2. Pimentas frescas: o aquecimento pode liberar capsaicina no ar, a substância provoca irritação nos olhos e nas vias respiratórias;
3. Frutas e vegetais com casca fina ou grossa: alimentos como uvas, maçãs inteiras e vegetais podem estourar devido ao acúmulo de vapor interno, além de sofrer alterações na textura e no sabor;
4. Carnes processadas: presunto, salsicha, linguiça e bacon podem aquecer de forma desigual, levando a partes mal cozidas, ressecadas ou “borrachudas”. O aquecimento também pode formar compostos prejudiciais, como nitrosaminas, devido aos conservantes (nitritos e nitratos);
5. Pães ou massas secas: devido à baixa umidade, esses alimentos podem queimar ou adquirir uma textura emborrachada;
6. Molhos ou líquidos cobertos hermeticamente: a expansão de gases durante o aquecimento pode causar explosões e queimaduras. Além disso, o calor excessivo pode prejudicar o sabor e a textura.

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Especialistas alertam sobre risco de surto no litoral de SP929. A identificação do agente causador é crucial para prevenir a disseminação para a capital. Saiba mais!

Risco de surto no litoral se alastrar por São Paulo ainda é incerto

Identificar agente causador do surto de gastroenterite ocorrido no litoral é importante para saber se há risco de se alastrar por São Paulo

São Paulo — Especialistas afirmam que o risco de o surto de virose ocorrido no Guarujá se alastrar até a capital paulista ainda é incerto. A identificação de qual é o causador é fundamental para determinar a capacidade de contaminação. Até o momento, não se sabe se o causador dos problemas gastrointestinais foi um vírus, bactéria ou outro organismo.

O infectologista Renato Kfouri diz que é preciso, primeiro, identificar qual o responsável pelo surto para determinar o quanto pode chegar a outros lugares. “É uma doença de verão. Costuma acontecer mais no litoral. Mas, de novo, para saber se vai se espalhar até outros locais, só sabendo o agente etiológico”, afirma.

Segundo Kfouri, é importante que as autoridades sanitárias façam uma investigação desses casos, com coleta de material de pessoas doentes, como fezes, vômito, secreção, e mandem para análise em laboratório. “Tem que ser uma amostragem que tenha alguma representatividade para que a gente consiga identificar se é um vírus ou não, eventualmente ou outra bactéria”, diz. “Normalmente, é vírus, porque a transmissão é rápida”, afirma.

Para o infectologista, o principal risco desse tipo de surto é a sobrecarga para o sistema de saúde. “O número de pessoas que visitam os serviços de emergência acaba aumentando muito. Atrapalha o atendimento de outras doenças, dos infartos, dos acidentes”, diz.

Kfouri também diz que é uma situação lamentável a pessoa estar em uma cidade litorânea e não ter condições sanitárias. “Antes de fazer qualquer crítica à condição da água, da poluição do mar, é importante reconhecer o agente, aí a gente vai ter condições de responsabilização, de tratamento, de medidas, por isso é importante a investigação”, afirma.

A infectologista Mirian Dal Ben diz que o principal agente que costuma dar surto é um vírus chamado norovírus, de fácil transmissão. “Muito provavelmente, é um surto de gastroenterocolite viral e, se pudesse chutar, diria que é norovírus”, afirma.

Segundo a infectologista, há chance de o surto chegar à capital paulista. “Porque as pessoas sobem da praia ainda doentes, ainda sem melhorar, e estão na fase de transmissão da doença. Podem ter contato com outras pessoas, em casa ou no trabalho, e acabar dando origem a outros casos secundários”, diz.

Mirian afirma, entretanto, que costumam ser surtos mais contidos, quando sobe a serra. “É óbvio que a situação no litoral é mais propícia à transmissão de forma mais disseminada, porque no litoral, nessa época do ano, tem aglomeração de pessoas. O número de pessoas por imóvel é muito alto, uma concentração em supermercados, restaurantes”, diz.

Diretora do Departamento de Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar, da Secretaria Estadual da Saúde, Alessandra Lucchesi diz que “é muito improvável que esse surto se alastre tanto para outros municípios”. “A gente ainda está investigando a causa de uma possível fonte comum, principalmente no município do Guarujá”, afirma.

Segundo a porta-voz da Secretaria da Saúde, o que pode acontecer, em algumas circunstâncias, é o fato de que algumas pessoas que manifestam sintomas sigam para suas residências em outras cidades e tenham contato com outros, não realizando a higiene correta das mãos.

“Aí, a gente tem a transmissão fecal-oral. Ou seja, a pessoa contaminada vai ao banheiro, não higieniza corretamente as mãos, toca em superfícies, que pode provocar a contaminação de outros”, diz.

PREVENÇÃO

A prevenção ocorre ao longo do ano, segundo a porta-voz da secretaria, seja em relação à fiscalização de estabelecimentos por equipes da vigilância sanitária ou na análise da água consumida pela população ou esgoto.

“Há um programa que se chama Pró-Água, que faz o monitoramento da qualidade da água. A Cetesb também faz ao longo da ano a análise em esgoto, para sabermos quais os patógenos circulantes e como está a qualidade dos afluentes que a gente tem no litoral paulista”, diz Alessandra.

Outra medida é a investigação desenvolvida pelas autoridades municipais, quando há algo incomum. “Frente a qualquer alteração no número de atendimentos, a gente recomenda que seja iniciada a investigação, mesmo diante de um rumor”, afirma.

VEJA AS RECOMENDAÇÕES DA SECRETARIA ESTADUAL DA SAÚDE

Evite alimentos mal cozidos
Mantenha alimentos bem refrigerados, com atenção especial às temperaturas dos refrigeradores e geladeiras dos supermercados, onde ficam acondicionados
Leve seus próprios lanches em passeios ao ar livre
Observe a higiene de lanchonetes e quiosques
Lave as mãos antes de se alimentar
Tenha atenção redobrada com comidas em self-services
Beba sempre água filtrada
Não consuma gelo, “raspadinhas”, “sacolés”, sucos e água mineral de procedência desconhecida

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