Cresce o número de moradores de rua no Distrito Federal: mais de 8.600 em situação preocupante

O Distrito Federal apresenta um cenário preocupante neste fim de ano, com mais de 8.600 pessoas vivendo em situação de rua. De acordo com um estudo recente, os dados apontam um aumento de 8% em comparação com o mesmo período do ano anterior, quando a quantidade de moradores de rua era de 7.982. Essa realidade reflete um problema social que demanda atenção e ação por parte das autoridades e da sociedade em geral.

O levantamento foi realizado pelo Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua (OBPopRua/Polos) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Os números revelam a situação atual em dezembro de 2024, com base em informações fornecidas pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social no CadÚnico. No Brasil, o total de pessoas em situação de rua chega a 327.925, sendo que 43% delas estão em São Paulo, enquanto o Distrito Federal representa cerca de 3% desse contingente.

Dentre as capitais com maior número de moradores de rua, São Paulo lidera a lista, seguida pelo Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Fortaleza e Salvador. Brasília ocupa a sexta posição com as 8.621 pessoas em situação de rua. O coordenador do OBPopRua/Polos, professor André Luiz Freitas Dias, destaca que o crescimento dessa população está relacionado ao fortalecimento do CadÚnico como principal meio de registro e acesso às políticas sociais no país.

Um dos problemas apontados pelo professor é a ausência ou a insuficiência de políticas públicas estruturantes direcionadas à população em situação de rua, especialmente no que diz respeito à moradia, trabalho e educação. Cerca de 70% das pessoas nessa condição não concluíram o ensino fundamental e 11% são analfabetas, o que dificulta o acesso a oportunidades de trabalho e inserção na sociedade.

Diante desse contexto, é fundamental que haja um esforço conjunto para enfrentar a questão da população em situação de rua, garantindo o respeito aos direitos humanos, oferecendo acolhimento, moradia, assistência social e oportunidades de reinserção na sociedade. Somente com políticas públicas eficientes e a mobilização de diversos setores da sociedade será possível promover uma mudança significativa nessa realidade.

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“Rainha do Pó”: PF busca traficante há mais de 10 anos, mandado revogado pelo STJ em 2021″

Quem é a “Rainha do Pó”, na mira da PF há mais de 10 anos

Karine Campos está foragida desde 2021 e teve mandado de prisão revogado após decisão do Superior Tribunal de Justiça

Apontada como a maior exportadora de cocaína por meio do Porto de Santos, Karine Campos foi apelidada por investigadores de “Rainha do Pó” e acumula uma série de investigações e processos.

A traficante teve um mandado de prisão contra si revogado pela Justiça Federal de Santos por ordem do ministro Ribeiro Dantas, do Superior Tribunal de Justiça.

O ministro anulou, e a quinta turma do STJ referendou, uma ação de busca de busca apreensão realizada na operação Alba Vírus, que mirou o grupo criminoso liderado por Karine Campos.

De acordo com o ministro, a busca realizada em uma imobiliária em Balneário Camboriú (SC) foi irregular. Além de anular os efeitos da busca e proibir o uso do material coletado, o ministro mandou cancelar o mandado de prisão até o fim do processo.

Ela está foragida desde 2021, quando o STJ a colocou em prisão domiciliar por causa dos dois filhos menores que, segundo a decisão, necessitavam da presença da mãe. Karine Campos, no entanto, está na mira da Justiça e de operações policiais há mais de 10 anos.

A primeira vez que apareceu como alvo de uma investigação foi em 2011. Ela foi alvo da operação Maia, da Polícia Civil da Bahia. No mesmo estado, em 2014, a Rainha do Pó apareceu como uma das investigadas na operação Twister, da Polícia Federal.

Em 2019, a PF novamente mirou a traficante na operação Alba Branca, cujo mandado de prisão foi revogado pelo STJ. Na investigação, ela apareceu como líder da organização criminosa responsável pela exportação de mais de 6 toneladas de cocaína pelo porto de Santos para países da Europa.

Os investigadores conseguiram mapear à época que o grupo liderado por Karine Campos arrecadou quase R$ 1 bilhão com o tráfico internacional por via marítima. A atuação do grupo, segundo a decisão que ordenou a prisão da traficante, rendeu casas, fazenda, joias e veículos de luxo para a Rainha do Pó. Foram apreendidos nas buscas realizadas pela PF R$ 1,7 milhão em joias e o registro de uma fazenda comprada por R$ 12 milhões. “Importa destacar que, pelas informações obtidas, os contêineres contaminados com a cocaína não eram embarcados somente pelo porto de Santos (SP), mas também por Navegantes (SC), Paranaguá (PR) e possivelmente outros, inclusive no Nordeste. Desse modo, é possível concluir que a organização criminosa possuía galpões em mais de um Estado da Federação”, diz a sentença que condenou a traficante.

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