LDO 2025: Lula veta aumento do fundo partidário e emendas parlamentares

LDO 2025: Lula veta aumento do fundo partidário e quer travar emendas

Lei de Diretrizes Orçamentárias estabelece meta neutra de resultado primário,
com uma margem de tolerância de 0,25% do PIB

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou com vetos, nesta terça-feira (31/12), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025, basilar para a elaboração e execução do Orçamento do próximo ano – que não foi votado pelo Congresso por falta de tempo e será apreciado no início do ano que vem, assim como os vetos anunciados nesta véspera de Ano Novo.

O texto estabelece meta de resultado primário zero, com uma margem de tolerância de 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB) projetado para 2025, o equivalente a R$ 30,97 bilhões, conforme as diretrizes do novo arcabouço fiscal.

A LDO foi aprovada pelo Congresso Nacional em 18 de dezembro, depois de uma longa espera causada pelo embate em torno da liberação das emendas parlamentares. Já o Orçamento para 2025 deverá ser analisado apenas após o recesso parlamentar, previsto para acabar em fevereiro.

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Para 2025, a LDO estabelece meta de déficit primário de R$ 6,21 bilhões para o Programa de Dispêndios Globais, mas exclui desse cálculo empresas como Petrobras e despesas relacionadas ao Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), limitadas a R$ 5 bilhões.

Lula vetou trecho que definia um novo cálculo para o fundo partidário. O presidente teve como justificativa que a medida “não é condizente com o regime fiscal sustentável”, visto que aumenta o fundo.

O presidente Lula também vetou dispositivo que limitava o bloqueio para cumprimento das metas fiscais e emendas não impositivas, que possuem execução obrigatórias. Dessa forma, todos os recursos indicados por deputados e senadores ao Orçamento da União poderão ser bloqueados para o cumprimento do arcabouço fiscal.

“Ao vedar o bloqueio de emendas RP 6 e RP 7 (emendas individuais impositivas e de bancada, respectivamente), o dispositivo, além de gerar dificuldades para o cumprimento da regra fiscal, estabeleceria tratamento diferenciado entre tais emendas parlamentares e as demais despesas discricionárias do Poder Executivo federal, de maneira incompatível com os princípios da eficiência, eficácia, efetividade, impessoalidade e supremacia do interesse público que norteiam a administração pública”, justificou o presidente.

Os últimos dias de 2024 são marcados por uma disputa em torno da liberação ou não das emendas parlamentares. O cabo de guerra tem como principais protagonistas o Supremo Tribunal Federal (STF) e a Câmara dos Deputados.

O ministro Flávio Dino, do STF, chegou a bloquear R$ 4,2 bilhões em emendas de comissão ao Orçamento da Câmara dos Deputados até que a Casa Legislativa apresentasse as atas das sessões das comissões nas quais teriam sido aprovadas a destinação dos recursos, como legislação aprovada pelo próprio Congresso.

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Galípolo aponta seca e depreciação cambial como causas da inflação acima da meta

Galípolo atribui inflação acima da meta à seca e à depreciação cambial

Em carta ao ministro da Fazenda, o presidente do Banco Central, Gabriel
Galípolo, apresentou razões para o estouro da meta de inflação

O presidente do Banco Central (BC) [https://www.bcb.gov.br/], Gabriel Galípolo
[https://www.metropoles.com/tag/gabriel-galipolo], atribuiu o estouro da meta de
inflação em 2024 a fatores como o ritmo forte de crescimento da atividade
econômica, questões climáticas e depreciação cambial. “A inflação envolveu uma
gama ampla de fatores. No sentido contrário, destaca-se a queda do preço
internacional do petróleo no segundo semestre do ano”, escreveu Galípolo em
carta aberta endereçada ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad
[https://www.metropoles.com/tag/fernando-haddad].

O que aconteceu:

A inflação de 2024 fechou o ano em 4,83% — 0,33 ponto percentual acima do
teto da meta, que era de 4,5%. Foi a oitava vez que o alvo para o IPCA foi
descumprido na história do sistema de metas de inflação, em vigor desde 1999,
e a primeira no atual governo Lula (PT)
[https://www.metropoles.com/tag/governo-lula].
A meta da inflação para 2024 era de 3% com variação de 1,5 ponto percentual,
sendo 1,5% (piso) e 4,5% (teto).
Em dezembro, o próprio BC já havia admitido o descumprimento da meta em 2024.
No documento desta sexta, o Banco Central diz que tem tomado as devidas
providências para que a inflação atinja a meta estabelecida.
A partir de 2025, a meta será contínua. Isso significa que a inflação é
apurada mês a mês e não só no fim de cada ano. Com a nova regra, se o IPCA
ficar fora do intervalo de tolerância por seis meses seguidos, a meta será
considerada descumprida.

SECA

Os efeitos da seca e do ciclo do boi também contribuíram para o quadro
inflacionário, sustentou Galípolo. A seca que atingiu parte do país pressionou
os preços de alimentação, em especial, de carnes e leite, em função da
deterioração de pastagens, e de produtos como café e laranja.

A carta também cita as enchentes no Rio Grande do Sul, que impactaram alguns
preços de alimentos, especialmente no próprio estado, mas em geral houve
reversão nos meses seguintes.

DÓLAR

No documento, o presidente do BC sustenta que “a significativa depreciação
cambial decorreu principalmente de fatores domésticos, complementada pela
apreciação global do dólar norte-americano”.

A taxa de câmbio subiu de R$ 4,95 na média do último trimestre de 2023 para R$
5,84 na média do mesmo período em 2024, uma variação de 18,0%. Considerando a
média em dezembro de 2023 e de 2024, a taxa de câmbio aumentou de R$ 4,90 para
R$ 6,10, uma variação de 24,5%, que corresponde a uma queda do real de 19,7%.

Galípolo ainda reconhece que parcela dos efeitos diretos e indiretos do repasse
cambial ainda deve se efetivar em 2025.

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