David Almeida assume 2º mandato como prefeito de Manaus: cientista político analisa prioridades para os próximos anos

David Almeida toma posse nesta quarta como prefeito de Manaus; cientista político analisa as prioridades do 2º mandato

Este será o segundo mandato de Almeida à frente do executivo municipal, após ele ter sido eleito pelos manauaras com cerca de 54% dos votos válidos nas eleições de outubro.

O Prefeito David Almeida (Avante), o vice-prefeito, Renato Júnior (Avante), e os vereadores eleitos de Manaus DE tomam posse nesta quarta-feira (1), a partir das 17h, no Teatro Amazonas.

Este será o segundo mandato de Almeida à frente do executivo municipal, após ele ter sido eleito pelos manauaras com cerca de 54% dos votos válidos nas eleições de outubro do ano passado. Ele derrotou o candidato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), capitão Alberto Neto (PL), além do candidato do governador Wilson Lima (União Brasil), o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Roberto Cidade.

No entanto, o cientista político Carlos Santiago aponta que o prefeito reeleito da capital amazonense vai precisar refazer suas alianças políticas para conseguir fazer o segundo mandato.

“É preciso uma conjuntura do prefeito com o presidente da República, com o governador, para tocar esses projetos que são de interesse da cidade de Manaus. Isso é importante para dar corpo àquilo que ele propôs na campanha e que vai resolver os problemas dos manauaras. Então, essas parcerias têm que proporcionar recursos para a cidade em áreas, como, a saúde pública, a mobilidade urbana, e outros projetos”.

Além disso, Santiago também elencou outras prioridades que devem ser assumidas pelo prefeito neste segundo mandato: saúde pública; mobilidade urbana; arborização; e aterro sanitário.

“A mobilidade urbana é um problema crônico. Nós temos uma cidade com mais de um milhão de veículos e isso significa a precariedade do transporte público. Então, é preciso que o prefeito olhe isso com certa atenção para melhorar esse serviço que é ofertado à população e que enfrenta sérios problemas e que não são de hoje”, afirmou. Já para a saúde pública, Santiago aponta que a capital também precisa ampliar a cobertura das ações de saúde básica de baixa e média complexidade.

“Tem muita gente que não tem acesso a uma UBS, então isso é muito complicado, principalmente pelo tamanho da nossa cidade. É preciso que o prefeito expanda essa rede de atenção à saúde, principalmente nas áreas mais carentes da cidade”.

Por fim, o cientista político também apontou que o meio ambiente é uma área que deve ser vista com mais atenção pelo poder público municipal.

“Temos a questão do aterro municipal que precisa ser solucionada pela prefeitura e que inclusive era uma promessa do prefeito no primeiro mandato. Ele precisa resolver porque a cidade é gigantesca e enfrenta problemas crônicos e que precisam ser resolvidos o mais rápido possível para garantirmos o futuro. Além disso, a arborização é precária. A prefeitura precisa investir numa campanha de arborização e colocar Manaus como uma das mais arborizadas do país. Nós estamos no meio da floresta amazônica e não é possível termos tanta pouca árvore no meio urbano”.

Eleições 2024

David Almeida, do Avante, foi reeleito no segundo turno com 54,59% dos votos, totalizando 576.171 votos, de acordo com a apuração do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O candidato eleito derrotou Capitão Alberto Neto (PL), que teve pouco mais de 45% dos votos válidos. Já na Câmara Municipal, a nova legislatura é a com o menor número de mudanças nos últimos 12 anos. Dos 41 atuais vereadores, 28 foram reeleitos, enquanto apenas 13 ocuparão uma vaga pela primeira vez, resultando em uma renovação de quase 32%.

No entanto, o prefeito – apesar de não ter maioria na Câmara – não deve ter problemas em aprovar os projetos enviados aos vereadores, conforme analisou o cientista político.

“Olha, se no mandato passado no qual o presidente da Câmara não era da base do prefeito e ele conseguiu aprovar muitos projetos, nesse próximo mandato a situação vai ser a mesma. Apesar de não ter a maioria na casa, o prefeito vai conseguir ter um mandato tranquilo e pouca resistência”, finalizou.

Para o próximo ano, a cidade vai contar com um orçamento de R$ 10,5 bilhões, R$ 1,5 bilhão a mais que em 2024. Entre as prioridades destacadas pelo prefeito reeleito para o próximo mandato estão a mobilidade urbana e a construção do primeiro hospital municipal da capital.

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Canaranas invadem orla de Manaus durante período de seca: especialistas alertam para riscos ambientais e de segurança

Com a chegada do período de seca do Rio Negro, um fenômeno preocupante tem chamado a atenção dos moradores de Manaus. As “canaranas”, também conhecidas como “capim marreco”, têm invadido a orla da cidade, formando verdadeiros tapetes verdes que se estendem por quilômetros. O aumento do nível das águas não foi suficiente para eliminar a vegetação que se aproveitou do solo fértil para se proliferar.

Um especialista ouvido pelo de alertou para os impactos negativos das canaranas na região. Além de atrair insetos e reduzir a oxigenação do rio, o capim representa uma ameaça para a fauna aquática local. O risco para embarcações também é uma preocupação, já que a presença das canaranas pode dificultar a navegação no Rio Negro, colocando em perigo quem depende do transporte fluvial.

A presença das canaranas na orla de Manaus é tão marcante que vídeos divulgados nas redes sociais têm chamado a atenção tanto dos moradores quanto dos visitantes da cidade. O balneário da Ponta Negra, um dos principais pontos turísticos da região, tem sido impactado pela invasão desse capim indesejado, prejudicando a paisagem e a qualidade de vida dos frequentadores.

O biólogo André Menezes alerta para os perigos das canaranas, que podem abrigar animais peçonhentos como cobras e jacarés. Além disso, a decomposição do capim torna a água imprópria para banho, contaminando o ambiente aquático e prejudicando a vida marinha. A remoção dessa vegetação se torna uma tarefa urgente para preservar o equilíbrio ambiental e garantir a segurança de todos.

A origem do capim marreco está diretamente ligada à oscilação das águas do Rio Negro. Durante a seca, o solo acumula nutrientes que favorecem o crescimento da vegetação. Com a chegada das chuvas e a subida do rio, o capim se solta da terra, formando extensos tapetes verdes que se espalham pela região. A falta de ação preventiva pode resultar em custos mais elevados para a remoção das canaranas, que se tornam ainda mais difíceis de serem retiradas após a inundação.

Diante do agravamento da situação, a Prefeitura de Manaus iniciou a remoção das canaranas na Praia da Ponta Negra. O secretário Sabá Reis ressaltou a importância da ação para preservar a navegabilidade do Rio Negro e garantir a segurança das embarcações que circulam pela região. A remoção do capim se mostra essencial para evitar danos ao ecossistema local e manter a qualidade de vida da população ribeirinha.

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