Incêndio atinge projeto social em Fortaleza com possível causa em fogos de artifício

Um incêndio atinge a estrutura de um projeto social na virada do ano em Fortaleza, onde os fogos de artifício são apontados como a possível causa do incidente. A oca com telhado de palha foi atingida logo após a virada do ano, por volta das 0h35, sem que houvesse feridos. Este projeto social oferece atendimento à saúde mental na comunidade.

O incêndio começou na madrugada desta quarta-feira (1º) no bairro Barra do Ceará, em Fortaleza. Moradores da região avistaram o fogo no topo da oca, que serve como restaurante para funcionários e também abriga reuniões e atividades para públicos acima de 60 pessoas. Funcionários e moradores tentaram apagar as chamas utilizando mangueiras disponíveis no local antes da chegada do Corpo de Bombeiros.

Após o incêndio, parte do teto da oca desabou e a estrutura próxima não foi atingida. A segunda oca da instituição é essencial, abrigando salas para atendimentos individuais, como psicoterapia e massoterapia. As cadeiras de plástico presentes no local foram queimadas durante o incidente, com testemunhas indicando os fogos de artifício como a causa do fogo.

O Movimento Integrado de Saúde Mental Comunitária, conhecido como Projeto 4 Varas, atua na comunidade desde os anos 1980, atendendo cerca de 6 mil pessoas por mês com terapias integrativas. Apesar de receber doações individuais, o projeto busca financiamento de órgãos públicos, como a Prefeitura de Fortaleza e o governo estadual. A oca incendiada já estava desativada como restaurante por falta de recursos para manutenção.

Um projeto de reforma para substituir a palha por um material à prova de fogo estava planejado, porém, não recebeu verba de órgãos públicos. A gestão do projeto aguarda apoio para a reforma e garante que os atendimentos serão realizados em condições alternativas até que o espaço seja reestruturado. A primeira-dama de Fortaleza se comprometeu a enviar uma equipe da Prefeitura para avaliar a situação do projeto após o incêndio.

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Médico psiquiatra em São Benedito é alvo de ação civil por recebimento indevido de mais de R$ 17 mil

O médico psiquiatra, que recebeu indevidamente mais de R$ 17 mil da prefeitura de São Benedito, no Ceará, está sendo alvo de uma Ação Civil Pública movida pelo Ministério Público. Segundo as investigações, o profissional não comparecia às consultas no Centro de Atenção Psicossocial (Caps) do município, prejudicando assim o atendimento aos pacientes com sofrimento mental grave. O Ministério Público requer na ação o afastamento do médico, bem como o ressarcimento do valor recebido de forma ilícita.

O psiquiatra em questão foi empossado em 2012 e deveria cumprir uma carga horária de 100 horas mensais, porém, conforme apurado, ele cumpria apenas 4 horas por semana, totalizando 16 horas por mês. As denúncias anônimas dos pacientes do Caps foram fundamentais para a descoberta da conduta ilícita do profissional de saúde. O Ministério Público considera que essa prática configurou enriquecimento ilícito, causando lesão ao erário municipal.

Além de pedir o afastamento cautelar do médico, o MP solicita também o bloqueio dos bens do servidor no valor correspondente ao prejuízo ao município de São Benedito, que inicialmente é de R$ 268.350,16. A omissão da prefeitura ao arquivar o Processo Administrativo Disciplinar instaurado contra o médico é apontada como grave pelo órgão ministerial, que busca ainda a suspensão do pagamento dos proventos pelo município.

Conforme a ação movida pela 1ª Promotoria de Justiça de São Benedito, a Prefeitura de São Benedito demonstrou descaso com o interesse público ao não adotar medidas efetivas para coibir a prática ilícita do servidor. O Ministério Público requer ainda que o servidor e o município sejam condenados a pagar danos morais coletivos ao Fundo Estadual dos Direitos Difusos do Estado do Ceará, no valor mínimo de R$ 50 mil cada, como forma de compensar os prejuízos causados aos pacientes dos Caps.

Em meio a essas acusações e solicitações do Ministério Público, a Prefeitura de São Benedito não se pronunciou às tentativas de contato feitas pelo órgão de imprensa de forma independente, deixando a situação ainda mais tensa. Resta aguardar o desenrolar dos processos judiciais para que a justiça seja feita e os danos causados aos pacientes e ao erário municipal sejam reparados devidamente.

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