Desembargador do TRE-PR permite posse de vereadores cassados por fraude eleitoral no Paraná

Desembargador mantém posse de vereadores que tiveram diplomação cassada pela Justiça Eleitoral no Paraná

Em dezembro, Justiça Eleitoral impediu diplomação de Tio Leco e Tião do Karatê, do PP, sob alegação de que partido fraudou cota de gênero. Os dois tomaram posse nesta quarta (1º) após nova decisão.

Alex Sandro, à esquerda, e Sebastiao, à direita. Vereadores tomaram posse nesta quarta-feira (1) — Foto: Arquivo pessoal

O desembargador eleitoral José Rodrigo Sade, do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), decidiu que os vereadores eleitos Tio Leco e Tião do Karatê, ambos do Progressistas (PP), podem assumir os cargos.

Ambos foram empossados nesta quarta-feira (1º), em Campo Mourão, centro-oeste do Paraná. Em dezembro, a diplomação deles foi cassada pela Justiça Eleitoral, que considerou que o partido deles registrou uma candidatura fictícia para cumprir cota de gênero nas eleições municipais de 2024.

O julgamento da Justiça sobre o caso veio a partir de uma ação movida pelo diretório municipal do Partido Social Democrático (PSD). O pedido principal do partido era que, além da suspensão de posse, os votos da eleição fossem recontados.

Entre os motivos para justificar a manutenção da posse, o desembargador Sade explicou que o processo de cassação só se concretiza quando há o julgamento definitivo em segunda instância ou eventual trânsito em julgado.

> “No presente caso, a sentença de primeiro grau, embora reconheça a ocorrência de fraude à cota de gênero, ainda não percorreu todas as etapas processuais previstas para a formação de coisa julgada em instância ordinária”, citou o documento.

Mesmo com a posse, segundo o desembargador, o ato ainda pode ser eventualmente revertido por decisão judicial, caso a sentença seja confirmada em instâncias superiores.

Quando a primeira decisão contra o PP foi emitida, impedindo a diplomação de Tio Leco e Tião do Karatê, a Justiça também determinou a anulação dos votos obtidos pelo PP nas eleições municipais de 2024 em Campo Mourão, e condenou Rodrigo Salvadori, presidente do partido que, segundo a decisão, teve participação na fraude.

Com relação ao novo parecer, Salvadori o avaliou como uma decisão é democrática e em respeito ao voto do cidadão.

O DE procura contato com o diretório municipal do PSD para comentar a nova decisão.

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Conflito entre aldeias indígenas no PR deixa mais de 200 desabrigados: Urgência em encontrar soluções pacíficas.

Reuniões entre aldeias que entraram em conflito no PR não chegam a acordo, e mais de 200 indígenas seguem desabrigados. A briga aconteceu em Pitanga, região central do Paraná, no sábado (4). Casas foram incendiadas, e indígenas não podem continuar em colégio, pois aulas começarão em breve. As aldeias da etnia Kaingang que brigaram entre si na cidade de Pitanga, região central do Paraná, não chegaram a um acordo e mais de 200 indígenas seguem desabrigados após terem as casas incendiadas pelo grupo rival.

O conflito aconteceu na madrugada de sábado. Pelo menos sete vítimas tiveram ferimentos graves e 60 casas foram queimadas. As aldeias da Ivaí e Serrinha não cederam durante as reuniões intermediadas pelo vice-presidente do Conselho Estadual dos Povos Indígenas, cacique Miguel Alves. Enquanto os indígenas da Ivaí não concordam com a permanência da comunidade da Serrinha nas terras disputadas, os indígenas da Serrinha se recusam a deixar o local.

Diante da falta de acordo entre as aldeias, a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) está se dirigindo a Guarapuava, cidade próxima a Pitanga, para dialogar com a Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF) sobre as mediações necessárias e o destino das famílias desabrigadas. Com o início do ano letivo se aproximando, é urgente encontrar soluções para o abrigo temporário dos indígenas.

A RPC, afiliada da Globo no Paraná, apurou que a separação das aldeias decorreu de divergências sobre liderança. O conflito de sábado iniciou quando indígenas da aldeia Ivaí foram agredidos ao se aproximarem da aldeia Serrinha. Seis pessoas ficaram gravemente feridas e foram hospitalizadas, enquanto outras receberam cuidados leves. As casas e veículos da aldeia Serrinha foram incendiados durante o episódio.

A Polícia Civil (PC-PR) continua investigando o caso para garantir a segurança e a resolução pacífica do conflito. É importante agir com rapidez e eficácia para proteger os indígenas envolvidos e encontrar uma solução que promova a paz entre as aldeias. A Funai, em conjunto com as autoridades locais, deve conduzir as negociações de forma cuidadosa e sensível, visando restabelecer a harmonia entre as comunidades indígenas afetadas. A União de esforços é essencial para evitar novos confrontos e garantir o bem-estar dessas populações vulneráveis.

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