Violência Policial e Corrupção Ameaçam Futuro Político de Derrite

Violência na PM e corrupção na Civil ameaçam plano político de Derrite

Em 2 meses, Derrite passou a ser pressionado por denúncias de corrupção e
violência policial e agora vê seus planos para 2026 ameaçados

São Paulo — Cotado para uma vaga ao Senado ou mesmo uma candidatura ao governo
paulista, o secretário estadual da Segurança Pública, Guilherme Derrite
(DE), teve seu futuro
político ameaçado pela sequência de eventos que envolveu uma série de abusos de
policiais militares, denúncias de corrupção contra delegados da Polícia Civil e uso irregular de aeronaves da PM para o
transporte de amigos e familiares.

Dias antes do recesso de Natal, Derrite convocou uma reunião de emergência com
sua equipe para se inteirar sobre os detalhes da delação do corretor de imóveis Vinícius
Gritzbach, assassinado no Aeroporto de Guarulhos oito dias após ter relatado à Corregedoria
da Polícia Civil que agentes da corporação exigiram propina para deixar de
investigá-lo pela morte de um líder do PCC. Entre outras coisas, Derrite buscava entender o quanto isso poderia arranhar
ainda mais a sua imagem.

A delação de Gritzbach atingiu a cúpula da Polícia Civil,
incluindo o diretor do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic),
Fábio Pinheiro Lopes, afastado do cargo. Oito policiais civis foram presos pela Polícia Federal (PF)
por envolvimento no caso, entre eles um delegado, um investigador e um chefe de investigações do
Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), que conduzia o inquérito sobre a morte de Anselmo Santa Fausta, o Cara Preta.
O desgaste provocado pelas acusações de corrupção se somaram à pressão que
Derrite já vinha sofrendo pelo aumento da letalidade policial e pela sequência de casos de violência envolvendo PMs nos últimos dois meses.

Entre os casos, há o assassinato à queima-roupa de um estudante de medicina; a
morte de um jovem que havia furtado sabonetes, com um tiro pelas costas; a agressão a uma mulher idosa
dentro da casa dela; um homem rendido atirado de uma ponte
e um rapaz baleado enquanto filmava uma abordagem policial.
Os episódios levaram o governador Tarcísio de Freitas a anunciar a
ampliação da implementação de câmeras nas fardas dos policiais e admitir que
“estava completamente errado” ao defender a retirada dos equipamentos, que foi uma das suas promessas de
campanha em 2022.

Paralelamente, entidades de direitos humanos têm criticado Derrite, entre outras
coisas, pela criação de uma ouvidoria paralela em meio a tantas denúncias,
o que enfraqueceria o trabalho já existente da Ouvidoria das polícias.
O cenário levou os deputados estaduais de oposição ao governo Tarcísio a
protocolar um pedido de impeachment contra Derrite na Assembleia Legislativa
(Alesp). O texto afirma que a postura do secretário “incentiva” a ação dos agentes e diz
que a conduta dele era considerada “excessivamente letal” quando ele comandava a
Rota, tropa de elite da PM paulista.

Contra Derrite também pesam as acusações de que teria cedido um helicóptero da
PM para transportar amigos e familiares e liberado o pátio de aeronaves da corporação para que um empresário
estacionasse um jato particular. O Metrópoles mostrou que o empresário em
questão é conselheiro em uma empresa que tem mais de R$ 15 milhões empenhados
pelo governo paulista
e já deu carona a Derrite no jatinho em uma viagem à Bahia.

Na avaliação de aliados, no entanto, Derrite não deve deixar o cargo de
secretário, já que apesar do desgaste, ele conta com a confiança de Tarcísio. O
entorno do secretário avalia que talvez ele tenha de mexer na estrutura da
Secretaria da Segurança Pública (SSP)
por causa da pressão. O que deve mudar para Derrite é o rumo de sua aspiração política para 2026, já
que neste ano os partidos iniciam os processos de montagem das chapas para as
eleições gerais do próximo ano. Isso inclui entender onde ele caberá: se no
governo paulista, no Senado ou na tentativa de se reeleger deputado federal. Para pessoas próximas, a sequência de episódios pode sepultar as duas primeiras
opções.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Deputado da Alesp nomeia viaduto em SP com o sogro: conheça a história de Edson Giriboni

Novo deputado da Alesp já batizou viaduto em SP com o nome do sogro

Edson Giriboni era o 1º suplente do União Brasil na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) e assumiu seu 5º mandato como deputado estadual no início de 2025. Um dos quatro novos deputados estaduais a tomar posse na Alesp em 2025, Edson Giriboni (União Brasil) já batizou um viaduto em Itapetininga, sua cidade natal, com o nome de seu sogro.

Giriboni tomou posse na segunda passada (6/1) de seu quinto mandato na Alesp. Ele recebeu 59 mil votos e era o primeiro suplente do União, assumindo a vaga deixada por Edmir Chedid, eleito prefeito de Bragança Paulista nas eleições do ano passado.

Em 2008, durante o seu primeiro mandato, Giriboni, então deputado pelo PV, apresentou um projeto de lei para batizar um viaduto no km 184 da rodovia SP 127, em Itapetininga, no interior do estado, com o nome de Alcides de Oliveira Brasil. A lei que deu o nome ao viaduto foi sancionada no ano seguinte pelo então governador José Serra (PSDB). Alcides é pai de Sandra Leonel Brasil Giriboni, mulher do parlamentar, e segundo o deputado, foi um “funcionário e cidadão muito respeitado e conhecido na cidade”.

Na justificativa do projeto de lei, Giriboni relatou que Alcides havia sido funcionário do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), jogador de futebol da Associação Atlética de Itapetininga e pracinha do Exército durante a 2ª Guerra Mundial, tendo atuado na costa de Cananéia, no litoral sul do estado. Ao Deputado, disse que ao prestar homenagens, busca referências que sejam paulistas e que tenham relevância para o município, indo além do seu apreço pessoal.

“No caso do saudoso Senhor Alcides, coincidiu a importância dele para o município e meu carinho como genro. Durante sua vida foi pracinha na Segunda Guerra Mundial, foi jogador profissional de futebol, atuando pelo time da Associação de Itapetininga, e trabalhou por muitos anos no DER. Ele foi uma pessoa muito querida em Itapetininga”, disse ele. Siga o perfil do Metrópoles SP no Instagram.

Não deixe de acompanhar as novidades de São Paulo e fique por dentro do que acontece na DE. Faça uma denúncia ou sugira uma reportagem sobre São Paulo por meio do WhatsApp do Metrópoles SP.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp