Técnico eletrônico de 23 anos restaura relógio centenário da estação de São Carlos

Técnico eletrônico de 23 anos restaura voluntariamente um relógio centenário de estação ferroviária, patrimônio de São Carlos

João Lucas Coppi Hypolito e um amigo dedicaram cinco dias para realizar a limpeza e reforma do equipamento que foi instalado pela mesma empresa que fez o Big Bang em Londres.

Aficionado por relógios, um técnico eletrônico de 23 anos devolveu a São Carlos (SP) um dos seus principais patrimônios históricos. João Lucas Coppi Hypolito resolveu consertar voluntariamente o relógio da antiga estação ferroviária, um monumento da cidade.

O relógio, que fica no topo do prédio, data do início dos anos 1900. É um modelo da empresa inglesa Identity Company, a mesma fabricante do Big Ben, de Londres e já foi a principal referência de tempo dos são-carlenses que o usavam como base para ajustarem seus relógios no século passado.

O equipamento centenário estava totalmente parado há, pelo menos, dois anos. Nas últimas décadas, chegou a funcionar por pequenos e esporádicos períodos de tempo. Mas essa situação mudou quando Hypolito passou por acaso em frente ao prédio e notou que o relógio não funcionava.

A paixão de João Hypolito pelos relógios começou muito cedo, ainda criança, e hoje ele os conserta por hobby. Ele tem mais de 30 deles pela casa. Para restaurar o relógio da estação, ele entrou em contato com a Fundação Pró-Memória que é responsável pelo prédio e conseguiu autorização para fazer o reparo. Foram necessários cinco dias e ajuda para fazer o trabalho. Além do acesso difícil, a estrutura tinha gambiarras elétricas, as engrenagens estavam sujas e travadas, os vidros estavam quebrados, os números e ponteiros necessitavam de pintura.

Funcionário público aposentado e restaurador de relógios, Prado aceitou o desafio. “Eu já restaurei relógios em vários estados e esse foi o mais complicado. É uma raridade! Esse relógio me chamou a atenção pela diferença e pelo histórico dele. São Carlos tem uma joia rara, uma joia raríssima de altíssima qualidade, que vale muito a pena a cidade preservar”, disse.

A Estação Ferroviária de São Carlos foi construída entre 1881 e 1883, por iniciativa de fazendeiros locais que tinham interesse em ampliar a lavoura cafeeira, principal atividade econômica do período. Iniciou seu funcionamento em maio de 1883 em caráter provisório e foi inaugurada oficialmente em 1884, época que muitas pessoas começaram a chegar à cidade para trabalhar ou montar negócios.

O relógio foi instalado em 4 de julho de 1912. Com isso, os horários de chegada e saída dos trens passaram a ser precisamente controlados e o tempo da cidade passou a ser o tempo da estação. “Por muito tempo, eram as igrejas, através dos seus sinos, do horário das orações, que controlavam o cotidiano da cidade. Com a ascensão do capitalismo contemporâneo, que é o tempo do trabalho, a ferrovia, através dos seus relógios, vai controlar o tempo da cidade. Por isso que o relógio da estação é tão importante, ele marca um momento em que a cidade muda a forma do seu cotidiano, a forma como ela se organiza e organiza seu dia”, afirma a historiadora Leila Massarão.

Com a chegada da tecnologia e a banalização dos relógios de pulso e nos celulares, o relógio, que havia sido tão importante para a cidade, acabou caindo no esquecimento. “Muitas vezes, ele passa despercebido, as pessoas passam por ali e nem reparam que existe um relógio”, lamenta Hypolito.

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Acidente em Ubatuba: Fatores que explicam a incrível sobrevivência da família após explosão de jatinho. O que ocorreu?

Acidente em Ubatuba: o que pode explicar a família ter sobrevivido à explosão de jatinho?

Em um acidente aéreo impressionante em Ubatuba, uma família surpreendentemente sobrevive à explosão de um jatinho que ultrapassou a pista e colidiu na praia. Diversos especialistas analisaram o ocorrido e apontaram diversos fatores que contribuíram para a sobrevivência dos passageiros. O piloto infelizmente não resistiu, mas pai, mãe e duas crianças conseguiram sobreviver ao terrível acidente.

Para especialistas como Gerardo Portela, especialista em gerenciamento de risco, e Miguel Angelo, diretor de segurança operacional da Associação de Pilotos e Proprietários de Aeronaves, uma combinação de fatores favoreceu o desfecho surpreendente. Cada obstáculo que a aeronave encontrou pelo caminho foi fundamental para tirar energia e força do avião, impedindo que colidisse com algo maior que pudesse causar um impacto fatal.

Dentre os obstáculos que a aeronave enfrentou, destacam-se o gramado, o gradil do aeródromo, os equipamentos da praça de skate, uma mureta, areia e, por fim, o mar. O momento em que o tanque de combustível se rompeu e explodiu foi crucial, pois a asa se separou da aeronave, consumindo a maior parte do combustível na explosão. A fuselagem rumou em direção à praia, onde tocou a areia e capotou, absorvendo a energia remanescente e preservando a vida dos passageiros.

Durante o resgate das vítimas, o pai demonstrou estar consciente e colaborou na retirada das crianças e dos demais passageiros. A capitã Érica Ramalho, que participou do resgate, relata que ele foi fundamental para auxiliar no salvamento. A suspeita é de que os passageiros estivessem utilizando cinto de segurança, considerando que saíram praticamente ilesos do acidente.

O piloto infelizmente ficou preso nas ferragens e não conseguiu resistir, mas a família conseguiu sobreviver graças a uma incrível combinação de fatores determinados pela física e pela sequência de obstáculos enfrentados pela aeronave. O acidente em Ubatuba se tornou um verdadeiro milagre às vítimas, e mais uma história surpreendente que destaca a importância do trabalho dos especialistas em situações tão extremas.

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