Ex-vereador e filho de deputada nomeados para cargos na Câmara de BH, após derrotas nas eleições. Aliados de Gabriel Azevedo são exonerados.

Ex-vereador que não se reelegeu e filho de deputada são nomeados para cargos de confiança na Câmara de BH

Ambos os indicados se candidataram, mas saíram derrotados nas Eleições de 2024. Nomes ligados ao ex-presidente Gabriel Azevedo (MDB) tiveram as exonerações publicadas.

1 Wesley Moreira (esq) e Christian Aquino (dir) — Foto: Barbara Crepaldi/CMBH + Karoline Barreto/CMBH

O ex-vereador Wesley Moreira (Mobiliza) e o filho da deputada federal Nely Aquino (Podemos), Christian Aquino (Podemos), foram nomeados para a chefia de gabinete da Presidência e para a Direção-Geral da Câmara Municipal de BH, respectivamente. As convocações foram publicadas no Diário Oficial desta sexta-feira (3).

Wesley Moreira, também conhecido como Wesley da Autoescola, foi vereador entre 2017 e 2024 e se candidatou nas eleições do ano passado, mas recebeu 4.630 votos e não conseguiu se reeleger. No último biênio, foi 2º vice-presidente da Casa.

Já Christian Aquino é filho da ex-presidente da Câmara Municipal de BH e atual deputada federal Nely Aquino. Ele se candidatou a vereador pela primeira vez em 2024, mas recebeu 6.828 votos e não conseguiu se eleger. Wesley, Christian e o atual presidente da Casa, vereador Professor Juliano Lopes (Podemos), são aliados da família Aro, grupo político liderado pelo secretário da Casa Civil do Estado de Minas Gerais, Marcelo Aro (PP), influente na Câmara Municipal de Belo Horizonte. Frederico Stefano de Oliveira Arriero e Bruno Valadão Peres Urban também foram nomeados como diretor do Processo Legislativo e diretor de Administração e Finanças, respectivamente.

Os cargos são considerados de confiança e as indicações são de responsabilidade da Presidência. O Diário do Estado procurou o vereador Professor Juliano Lopes e aguarda retorno.

Juliano Lopes foi eleito com 23 votos contra 18 na eleição para a Mesa Diretora da Câmara, que foi realizada na última quarta-feira (1º), logo após a cerimônia de posse. Nely e Aro estiveram presentes na ocasião, compondo a mesa do evento.

EXONERAÇÕES DE NOMES LIGADOS A GABRIEL AZEVEDO

As exonerações de nomes ligados ao ex-presidente Gabriel Azevedo (MDB) também foram publicadas nesta sexta-feira. Ao todo, 34 indicados dele foram desligados da Câmara. Quem ocupava a Chefia de Gabinete da Presidência na gestão do emedebista era Guilherme de Souza Barcelos, conhecido por Guilherme Papagaio. Em 2023, ele estava no centro de um polêmica que culminou no pedido de cassação do então vereador Márcio Crispim (DC), e que foi negado.

Já a Diretoria-Geral da Câmara era ocupada por Rafael Fonseca Dayrell Farinha, assessor e nome de confiança de Gabriel. Guilherme e Rafael deixaram a CMBH em 1º de janeiro.

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Fhemig é convocada pelo Ministério Público para explicar fechamento de bloco cirúrgico do Hospital Maria Amélia Lins: polêmica e repercussão no setor de saúde

Ministério Público convoca Fhemig a prestar esclarecimento sobre fechamento de bloco cirúrgico do Hospital Maria Amélia Lins

Críticos à medida dizem que fechamento do bloco cirúrgico do HMAL gera sobrecarga no Hospital João XXIII e aumenta fila de espera por cirurgias eletivas no estado.

Leitos vazios no Hospital Maria Amélia Lins — Foto: Foto de arquivo / Redes sociais

Órgãos públicos estão cobrando esclarecimentos da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) sobre a decisão de fechar o bloco cirúrgico do Hospital Maria Amélia Lins (HMAL), em Belo Horizonte.

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) deu prazo de 48 horas para que sejam fornecidas informações, e a Superintendência Regional de Trabalho e Emprego convocou assembleia para a próxima segunda-feira (13).

Desde a última segunda-feira (6), as cirurgias ortopédicas e de trauma que eram feitas no HMAL – cerca de 230 por mês – foram transferidas para o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII.

Funcionários do HMAL também estão sendo removidos para o João XXIII. A medida está sendo duramente criticada por profissionais da saúde, porque sobrecarrega o João XXIII e aumenta a fila de espera de cirurgias eletivas no estado.

Desde 2019, o HMAL atua na retaguarda do Hospital João XXIII, apesar de os dois funcionarem de maneira independente. Enquanto o João XXIII realizava atendimento de urgência e emergência, o HMAL era responsável pelo tratamento após o quadro agudo de trauma, o que corresponde a cirurgias mais complexas e demoradas.

Como o João XXIII é referência no estado para cirurgias de urgência, o HMAL tem importância estratégica de desafogá-lo. Com a concentração de todos os atendimentos no João XXIII, as cirurgias programadas são canceladas para dar lugar ao paciente que chega em estado grave.

De acordo com a diretora clínica e coordenadora da equipe médica do HMAL, Andrea Fontenelle, o Hospital João XXIII não está preparado para assumir toda a demanda.

Também se manifestaram contra o fechamento do bloco cirúrgico o Sindicato dos Servidores da Saúde (Sind-Saúde) e o Sindicato dos Médicos de Minas Gerais (Sinmed MG).

A entidade divulgou uma nota de repúdio dizendo que o “fechamento representa um retrocesso na garantia de direitos fundamentais, como o acesso à saúde” e que “a medida e reflete falta de respeito e diálogo com os servidores públicos e as entidades representativas”.

O diretor técnico assistencial do Complexo Hospitalar de Urgência e Emergência, que administra o Hospital João XXIII e o HMAL, Samuel Cruz, alegou que a estrutura do HMAL estava muito defasada, e o fechamento do bloco cirúrgico foi a solução encontrada.

Para Andrea Fontenelle, o fechamento é uma solução “completamente equivocada”. Segundo ela, das cirurgias que o HMAL realizava, mesmo com os problemas estruturais, 30% poderiam continuar sendo feitas.

Ainda de acordo com Andrea, em março de 2023, todo o quadro clínico do HMAL se reuniu para elaborar um plano de reestruturação do hospital, mas nenhuma providência foi tomada em relação às demandas. O processo foi feito na administração anterior do Complexo Hospitalar de Urgência e Emergência.

Fundado em 1947, o Hospital Maria Amélia Lins (HMAL) é referência em cirurgias de alta complexidade em traumato-ortopedia e bucomaxilofacial. A maioria dos pacientes do HMAL é vítima de acidentes de trânsito, especialmente motociclistas jovens, que necessitam de procedimentos cirúrgicos variados e complexos.

O Diário do Estado entrou em contato com a Fhemig, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.

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