Jaguar Mining multada em R$319 milhões por deslizamento em mina de Conceição do Pará: empresa notificada pela Semad-MG

A empresa Diário do Estado, controlada pela Jaguar Mining, foi multada em R$ 319.439.738,57 pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad-MG) devido aos danos causados após um deslizamento em uma pilha de rejeitos da mina Turmalina, localizada no povoado de Casquilho, em Conceição do Pará, no dia 7 de dezembro de 2024.

De acordo com a Semad, a punição foi baseada no artigo 80 do Decreto 47.383/2018, que aborda as “multas simples cominadas às infrações gravíssimas previstas neste decreto, quando a infração for cometida por empreendimento ou atividade de grande porte e causar dano ou perigo de danos à saúde pública, ao bem-estar da população ou aos recursos econômicos do Estado”.

A empresa notificada tem um prazo de 20 dias a partir da ciência do auto de infração para efetuar o pagamento da multa ou apresentar defesa à Semad. O Diário do Estado buscou uma nota da empresa Jaguar Mining para comentar a situação e aguarda retorno.

É importante ressaltar que, segundo a secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Marília Melo, a multa faz parte da legislação estadual e difere da reparação, que é a obrigação da empresa em minimizar os danos causados ao meio ambiente, independente da multa aplicada.

Agravantes que contribuíram para dobrar o valor da multa foram considerados pela Semad, como dano ou perigo à saúde humana, dano à propriedade alheia, poluição que leve à evacuação temporária de habitantes e infração que resulte na interdição de vias públicas.

As atividades da empresa em Conceição do Pará estão suspensas por determinação da Semad e da Agência Nacional de Mineração (ANM), responsável pela fiscalização geotécnica das estruturas no local. Desde o ocorrido, o Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema) realizou análises e adotou medidas emergenciais.

Até o momento, 750 mil metros cúbicos de material foram movimentados da pilha, afetando uma área de aproximadamente 10 hectares, com 1 hectare de supressão de vegetação. O levantamento dos danos está em andamento, conforme informações da Semad.

A Jaguar Mining realocou 255 pessoas de 97 famílias para hotéis e imóveis alugados pela empresa após o deslizamento. A Justiça já havia determinado medidas adicionais à empresa, incluindo auxílio às famílias desalojadas. A situação segue sendo monitorada de perto pelos órgãos competentes para garantir a segurança e o bem-estar da população afetada.

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Fhemig é convocada pelo Ministério Público para explicar fechamento de bloco cirúrgico do Hospital Maria Amélia Lins: polêmica e repercussão no setor de saúde

Ministério Público convoca Fhemig a prestar esclarecimento sobre fechamento de bloco cirúrgico do Hospital Maria Amélia Lins

Críticos à medida dizem que fechamento do bloco cirúrgico do HMAL gera sobrecarga no Hospital João XXIII e aumenta fila de espera por cirurgias eletivas no estado.

Leitos vazios no Hospital Maria Amélia Lins — Foto: Foto de arquivo / Redes sociais

Órgãos públicos estão cobrando esclarecimentos da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) sobre a decisão de fechar o bloco cirúrgico do Hospital Maria Amélia Lins (HMAL), em Belo Horizonte.

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) deu prazo de 48 horas para que sejam fornecidas informações, e a Superintendência Regional de Trabalho e Emprego convocou assembleia para a próxima segunda-feira (13).

Desde a última segunda-feira (6), as cirurgias ortopédicas e de trauma que eram feitas no HMAL – cerca de 230 por mês – foram transferidas para o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII.

Funcionários do HMAL também estão sendo removidos para o João XXIII. A medida está sendo duramente criticada por profissionais da saúde, porque sobrecarrega o João XXIII e aumenta a fila de espera de cirurgias eletivas no estado.

Desde 2019, o HMAL atua na retaguarda do Hospital João XXIII, apesar de os dois funcionarem de maneira independente. Enquanto o João XXIII realizava atendimento de urgência e emergência, o HMAL era responsável pelo tratamento após o quadro agudo de trauma, o que corresponde a cirurgias mais complexas e demoradas.

Como o João XXIII é referência no estado para cirurgias de urgência, o HMAL tem importância estratégica de desafogá-lo. Com a concentração de todos os atendimentos no João XXIII, as cirurgias programadas são canceladas para dar lugar ao paciente que chega em estado grave.

De acordo com a diretora clínica e coordenadora da equipe médica do HMAL, Andrea Fontenelle, o Hospital João XXIII não está preparado para assumir toda a demanda.

Também se manifestaram contra o fechamento do bloco cirúrgico o Sindicato dos Servidores da Saúde (Sind-Saúde) e o Sindicato dos Médicos de Minas Gerais (Sinmed MG).

A entidade divulgou uma nota de repúdio dizendo que o “fechamento representa um retrocesso na garantia de direitos fundamentais, como o acesso à saúde” e que “a medida e reflete falta de respeito e diálogo com os servidores públicos e as entidades representativas”.

O diretor técnico assistencial do Complexo Hospitalar de Urgência e Emergência, que administra o Hospital João XXIII e o HMAL, Samuel Cruz, alegou que a estrutura do HMAL estava muito defasada, e o fechamento do bloco cirúrgico foi a solução encontrada.

Para Andrea Fontenelle, o fechamento é uma solução “completamente equivocada”. Segundo ela, das cirurgias que o HMAL realizava, mesmo com os problemas estruturais, 30% poderiam continuar sendo feitas.

Ainda de acordo com Andrea, em março de 2023, todo o quadro clínico do HMAL se reuniu para elaborar um plano de reestruturação do hospital, mas nenhuma providência foi tomada em relação às demandas. O processo foi feito na administração anterior do Complexo Hospitalar de Urgência e Emergência.

Fundado em 1947, o Hospital Maria Amélia Lins (HMAL) é referência em cirurgias de alta complexidade em traumato-ortopedia e bucomaxilofacial. A maioria dos pacientes do HMAL é vítima de acidentes de trânsito, especialmente motociclistas jovens, que necessitam de procedimentos cirúrgicos variados e complexos.

O Diário do Estado entrou em contato com a Fhemig, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.

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