Treta no pagode: Integrantes do Soweto acusam fundador de vender marca

Integrantes do Soweto fazem acusações contra fundador e músico reage

Dado Oliveira e Criseverton, do Soweto, acusaram Claudinho de Oliveira de vender
a marca sem comunicar a eles sobre a negociação

Treta das brabas no mundo do pagode! Os músicos Dado Oliveira e Criseverton, do
Soweto, fizeram acusações contra Claudinho de Oliveira, cantor, compositor
e um dos fundadores do grupo. Em uma entrevista, a dupla acusou o ex-integrante de vender a marca sem o conhecimento deles. Nesta sexta-feira (3/01), o sambista se manifestou e desautorizou a dupla de cantar suas músicas.

Em uma entrevista concedida em 2023, os integrantes do Soweto afirmaram que Claudinho de Oliveira resolveu “vender a marca” e não teria informado ninguém sobre isso. “A gente tava negociando a marca, que era do grupo, mas tava no nome do Claudinho (…) Um investidor comprou a marca sem a gente saber”, disse Criseverton. “Devia ter chamado o Celso Russomanno”, ironizou Dado.

Nas redes sociais, Claudinho de Oliveira reagiu e publicou um vídeo rebatendo as acusações de Dado e Criseverton. “Respeitem a minha história. Por mim, vocês não cantam mais as minhas músicas”, começou o pagodeiro. “Vocês regravam as minhas músicas, me pedem liberação sem ônus nenhum, mas contam mentiras sobre mim nas redes sociais, me difamam, diminuem a minha caminhada, falam mal de mim pelas costas”, completou.

Segundo o fundador do grupo, os fatos narrados na entrevista, concedida ao Pagodeando Podcast, são mentirosos. “Contaram uma estória mentirosa, totalmente distorcida, com o único intuito de colocar a minha honra e a minha reputação em xeque e ganhar alguma visibilidade com isso”, lamentou.

Ele seguiu com seu relato. “Sou fundador do Soweto junto com o Buiu, e no grupo colocamos Criseverton, Belo, Marcinho e Digo. Em 1991 tive um bar chamado Soweto, emprestei a marca ao grupo, que se encontrava sem nome”, disse Claudinho de Oliveira.

“Além de idealizar, fundar e dar visibilidade ao grupo através de músicas minhas gravadas por outros grupos na época, como Katinguele, Relíquia, Sem Compromisso, Um Toque a Mais, Casa Nossa, Biru do Cavaco, Grupo JB, etc., eu fui o cara que arrumava casa pra o grupo tocar no início (como Sambarylove, JB), o cara que conseguiu quem investisse no nosso primeiro disco, o Vento dos Areais, o cara que esteve presente nas negociações do selo Chic Show, o cara que enfiou debaixo do braço vinil e CD desse trabalho e pegou trem pra Jundiaí e pra Mogi das Cruzes inúmeras vezes pra conseguir espaço nas programações da 105,1 FM e da Transcontinental”, lembrou o músico.

EXPLICOU A NEGOCIAÇÃO

Ainda em seu desabafo, Claudinho de Oliveira explicou sobre a venda da marca Soweto. “Saí do grupo em 2006, porque já não comungava com certas ideias e não queria assinar contratos artísticos temerários que pudessem colocar em risco o pouco que havia conquistado”, afirmou.

“Disse a eles que iria sair do grupo, porque eu não poderia assinar um contrato de aspirações leoninas, mas que eu também, embora respeitasse a decisão em assinar da maioria, não poderia sair simplesmente e entregar tudo, minha luta, minha vida, minhas ideias de mão beijada. O trabalho foi árduo e a minha entrega não menos”, disse.

De acordo com o fundador do Soweto, ele propôs, então, a cessão da marca ao grupo, mas que ele figuraria como elemento interveniente. “Ou seja, eles poderiam utilizar a marca e eu, na qualidade de cedente, receberia pela cessão o que todos recebessem. Foi o que ficou acordado entre todos nós”, disse. Segundo o músico, porém, ele nunca recebeu sua parte.

“Entrei em contato com um e com outro e só recebia evasivas. De fato eu nunca recebi. Alguns meses depois, diante das minhas cobranças, eles passaram a dizer que estavam dispostos a comprar a marca. Sumiram por mais um ano. Um dia recebi um telefonema de um cara que eles tinham colocado no grupo, dizendo que tinha alguém interessado em comprar a marca. E se eu estava disposto a vender”, comentou.

Claudinho de Oliveira afirmou que, antes de fazer a negociação, queria conversar com os antigos membros do grupo, mas que apenas recebeu respostas evasivas. “Fui muito transparente com eles. Disse que o investidor estava disposto concretizar o negócio e que, diante de tantos anos de espera e de desculpas, eu só poderia esperar por mais uma semana. Simplesmente sumiram mais uma vez sem justificativas”.

O músico reforçou na sua postagem que decidiu vender a marca ao investidor com a ressalva no contrato de que nenhum dos antigos membros pudessem ser tirados do grupo. Em seguida, o músico desautorizou Dado e Criseverton de usar suas músicas. “Tenham o mínimo de dignidade e tirem as minhas músicas de suas redes sociais e Plataformas digitais. Respeitem ao menos os direitos morais do compositor”, encerrou. E lembrou ainda: “Já leu todas as notas e reportagens da coluna hoje? Acesse a coluna do site DE“.

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Vanessa da Mata fala sobre embate racial: “Fui ensinada a não ser negra”

Vanessa da Mata foi ensinada a dizer que não era negra: “Embate sério”

A cantora Vanessa da Mata falou sobre um sério embate que passou em sua vida por ter sido ensinada a dizer que não era negra. Vanessa da Mata desabafou ao falar sobre questões raciais e a dificuldade de pessoas pardas da pele clara, como é o seu caso, serem reconhecidas como negras. A cantora, que é filha de pai branco e olho claro, mas de mãe negra e indígena, passou por embates desde pequena para impor suas origens.

“Eu dizia para minha avó que éramos negros em uma época que ninguém falava disso. Eu fui ensinada a dizer que não era (negra), mas eu sou. Olha os meus traços, meu cabelo. Eu sou completamente negra. A pele é do meu pai, mas até o canto é da minha mãe e isso foi um embate sério, porque você é ensinada a não ser”, declarou a artista, durante o Roda Viva, da TV Cultura.

Vanessa da Mata também tem show confirmado em São Paulo neste fim de semana. A cantora explicou que demorou a se reconhecer como uma pessoa negra. “Você é ensinada a não ser. É muito bom ver as novas gerações como elas se afirmam, dá um orgulho, mas ainda temos essa situação de querer disfarçar e não querer se ver”, completou.

Por fim, Vanessa contou que já sofreu rejeição do movimento negro por ter pele clara e que foi criticada por dizer que é uma pessoa “preta”. Após explicar que utilizou a palavra errada, por não ter uma pele retinta, reforçou que é uma pessoa negra. “O preto retinto sobre imensuravelmente mais, é imensurável o sofrimento, mas a gente passa por sofrimento também”, encerrou.

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