Família de Kauan, jogador de futebol baleado, decide doar seus órgãos

A família de Kauan, o jogador de futebol de 18 anos baleado após pisar no pé de um traficante, tomou a difícil decisão de doar os órgãos do rapaz. A morte cerebral de Kauan foi confirmada na sexta-feira (3), e a captação dos órgãos está prevista para acontecer ainda neste sábado (4).

Kauan Galdino Florêncio Pereira, o jovem jogador de futebol amador, foi vítima de um desentendimento com um traficante durante um baile funk no Rio de Janeiro. Infelizmente, a morte cerebral foi confirmada, deixando sua família e amigos em luto.

Antes de receber a trágica notícia da morte do filho, o motorista de aplicativo Renato Pereira compartilhou sua emoção. Ele contou sobre os sonhos de Kauan, que incluíam atuar como jogador de futebol e servir como paraquedista. Um futuro promissor que foi abruptamente interrompido pela violência.

De acordo com relatos do pai, Kauan passou a virada do ano com a família antes de seguir para um baile, onde ocorreu a fatalidade. A polícia está investigando o incidente e apurando se o traficante responsável pelo disparo mortal foi morto posteriormente por ordem do Comando Vermelho.

A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense está focada em esclarecer os detalhes do caso, incluindo a relação entre o traficante conhecido como ‘Testa de Ferro’ e o trágico desfecho que vitimou Kauan. A execução do suspeito seria uma forma de evitar possíveis represálias da facção criminosa.

A comunidade onde Kauan foi baleado ficou abalada com a violência do incidente e aguarda respostas das autoridades sobre o ocorrido. Enquanto isso, a família do jovem se prepara para se despedir de um talento promissor que teve sua vida ceifada de forma tão trágica. Ações como a doação de órgãos são uma forma de manter viva a memória e o legado de Kauan. Que sua história sensibilize e traga reflexão sobre a violência que assola tantas famílias.

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Investigação do MP-RJ sobre nomeação de secretários suspeitos de milícia em Belford Roxo

O Ministério Público do Rio de Janeiro está investigando a nomeação de dois secretários suspeitos de envolvimento com milícia na cidade de Belford Roxo, no estado do Rio de Janeiro. Os nomeados são Fábio Augusto de Oliveira Brasil, conhecido como Fabinho Varandão, e Eduardo Araújo, que assumiram as pastas de Esportes e Indústria e Comércio, respectivamente. Ambos tiveram candidaturas de vereador indeferidas por acusações relacionadas à milícia.

Varandão é réu por extorsão e porte ilegal de arma de fogo, sendo acusado de chefiar um grupo que ameaçava moradores e explorava serviços clandestinos de internet em bairros de Belford Roxo. Ele chegou a ser preso em 2018 e teve sua candidatura impugnada pelo Tribunal Regional Eleitoral, posteriormente confirmada pelo Tribunal Superior Eleitoral.

Em decisão unânime do TSE, o ministro Antônio Carlos Ferreira destacou que Varandão possui elementos indicativos de participação em milícia armada, extorsões e porte ilegal de armas para manter o domínio de atividades econômicas locais. Segundo o MP, há indícios de que ele exerce domínio ilegítimo na distribuição de sinal de internet na região e lucra com a exploração do serviço.

Eduardo Araújo, por sua vez, foi condenado a oito anos de prisão por integrar uma milícia na cidade, responsável por diversos homicídios na Baixada Fluminense. Assim como Varandão, teve sua candidatura a vereador indeferida pelas mesmas acusações. Ambos deixaram seus cargos na Prefeitura de Belford Roxo em 2023 e retornaram em 2024.

A Prefeitura de Belford Roxo destacou que, em caso de incompatibilidade de qualquer servidor com a moralidade e ética pública, não haverá tolerância. O MP continuará investigando as nomeações dos secretários e acompanhará de perto as ações desenvolvidas na cidade. É fundamental garantir a transparência e a idoneidade nas nomeações de cargos públicos, visando sempre o bem-estar e segurança da população.

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