Rússia ameaça retaliação após derrubar mísseis ATACMS dos EUA disparados pela Ucrânia

A Rússia anunciou uma possível retaliação após afirmar ter derrubado oito mísseis ATACMS, de fabricação americana, disparados pela Ucrânia na manhã de sábado, 4. Para o governo de Vladimir Putin, o uso desses mísseis, com alcance de até 300 quilômetros, representa uma escalada significativa no conflito.

Segundo o Ministério da Defesa da Rússia, as defesas aéreas do país conseguiram interceptar os mísseis, além de abater 72 drones. A pasta ressaltou que as ações do regime de Kiev, apoiado por potências ocidentais, serão respondidas com retaliação. A Rússia também destruiu drones na região de Leningrado e em Kursk, local onde ocorreu um ataque surpresa ucraniano no ano anterior.

Em resposta à utilização dos mísseis ATACMS pela Ucrânia, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, aprovou o envio desses armamentos a Kiev em novembro, justificando a medida como uma resposta à expansão do conflito, especialmente com o envolvimento de tropas norte-coreanas.

Rússia prepara uso de novo míssil balístico

Vladimir Putin também ameaçou usar o novo míssil balístico “Oreshnik”, com capacidade nuclear, caso os ataques ucranianos continuem. No mês passado, o presidente russo indicou que poderia disparar esse míssil contra a capital Kiev para testar os sistemas de defesa aérea fornecidos pelos países ocidentais. O primeiro e único lançamento dessa arma experimental ocorreu em 21 de novembro, com o alvo sendo a região de Dnipro, na Ucrânia.

Intensificação dos ataques de drones

A troca de ataques entre Rússia e Ucrânia seguiu intensa. A Ucrânia, por sua vez, lançou uma ofensiva com drones, o que resultou em restrições temporárias no aeroporto de São Petersburgo. O governador da região de Leningrado, Aleksandr Drozdenko, relatou que a noite e manhã de 4 de janeiro marcaram um recorde no número de UAVs (veículos aéreos não tripulados) abatidos. Drozdenko mencionou que quatro drones foram destruídos sobre a área.

Por outro lado, a Rússia também lançou 81 drones contra a Ucrânia durante a noite de 3 para 4 de janeiro. O Comando da Força Aérea ucraniana informou que cerca de 34 UAVs de ataque Shahed, de fabricação iraniana, e outros tipos de drones foram abatidos, causando danos nas regiões de Chernihiv e Sumy.

Contexto do conflito entre Rússia e Ucrânia

A guerra entre Rússia e Ucrânia teve início em fevereiro de 2022, com a invasão russa por três frentes: a fronteira russa, a Crimeia e Belarus. A ofensiva inicial russa avançou rapidamente, mas os ucranianos conseguiram manter o controle de Kiev, apesar dos ataques à cidade. O conflito gerou condenação internacional e resultou em sanções econômicas contra a Rússia.

Em outubro de 2024, após milhares de mortos, o conflito alcançou um ponto crítico, quando a Rússia utilizou um míssil hipersônico em solo ucraniano. Esse projétil, apesar de carregar ogivas convencionais, possui a capacidade de transportar material nuclear. A ação foi uma resposta à ofensiva ucraniana dentro do território russo, utilizando armamentos fornecidos por potências ocidentais como EUA, Reino Unido e França.

A inteligência ocidental também acusou a Rússia de usar tropas norte-coreanas no conflito, embora Moscou e Pyongyang não confirmem nem neguem a informação. Vladimir Putin, por sua vez, afirmou que as forças russas estão avançando de forma mais eficaz e que a Rússia atingirá seus objetivos na Ucrânia, embora sem especificar detalhes. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acredita que Putin busca ocupar toda a região de Donbass e expulsar as tropas ucranianas da região de Kursk, na Rússia, que estão sob controle ucraniano desde agosto.

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Terremoto no Tibete e Nepal: Número de mortos sobe para 126 e mais de 180 feridos

O forte terremoto que atingiu o Tibete e o Nepal na manhã desta terça-feira, 7, já deixou 126 mortos e 188 feridos, segundo a emissora estatal China Central Television (CCTV). O tremor de magnitude 7,1 foi sentido em várias partes do Himalaia, incluindo o Nepal, Butão e regiões do norte da Índia.

O epicentro foi registrado no condado de Tingri, no alto do planalto tibetano, a cerca de 80 km ao norte do Monte Everest e próximo à fronteira com o Nepal. A profundidade do sismo foi de aproximadamente 10 km, conforme o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS). A área afetada, conhecida por sua atividade tectônica intensa, inclui pequenas aldeias e vales isolados.

Os tremores causaram danos significativos: mais de 3.600 casas foram destruídas, ruas ficaram cobertas de escombros, e postes e telhados desabaram, atingindo veículos. Em Kathmandu, capital do Nepal, moradores relataram cenas de pânico. “Foi muito forte. As pessoas saíram correndo de suas casas, e os fios dos postes se soltaram”, contou Bishal Nath Upreti, do Centro Nepalês para Gestão de Desastres.

Além do terremoto principal, cerca de 150 tremores secundários foram registrados até a noite de terça-feira, sendo 19 deles com magnitudes iguais ou superiores a 3,0, informou o Centro de Terremotos da China.

A região próxima ao epicentro é pouco povoada, com cerca de 6.900 habitantes espalhados por 27 vilarejos em um raio de 20 km. Por ser uma área de difícil acesso, equipes de resgate enfrentam desafios para alcançar as comunidades mais afetadas. Médicos, especialistas e recursos estão sendo transportados por aviões da Tibet Airlines e da Air China.

O presidente da China, Xi Jinping, ordenou esforços intensivos para o salvamento das vítimas, a realocação dos desabrigados e a proteção da população durante o inverno rigoroso. Mais de 1,5 mil bombeiros estão mobilizados na operação de resgate, enquanto o número de mortos e feridos continua sendo atualizado.

As consequências do terremoto também foram sentidas em uma cidade sagrada tibetana e em um acampamento base do Monte Everest. A energia liberada pelo movimento tectônico, causado pela colisão das placas da Índia e da Eurásia, abalou toda a região, refletindo a força destrutiva das dinâmicas geológicas no Himalaia.

 

 

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