Foragidos por homicídios: condenados na região de Ribeirão Preto seguem livres, apesar dos mandados de prisão expedidos

Acusados de homicídios na região de Ribeirão Preto seguem foragidos mesmo após condenações

Pelo menos sete pessoas têm mandados de prisão expedidos pela Justiça, mas ainda não foram presas. Em três casos, o julgamento já terminou e os réus estão soltos.

1 de 6 Alexandre Luis Maturana, Thiago Ferreira da Silveira Moreira, Valdinei Cecílio de Brito condenador por homicídios em Ribeirão Preto, SP — Foto: Reprodução/de

Alexandre Luis Maturana, Thiago Ferreira da Silveira Moreira, Valdinei Cecílio de Brito condenador por homicídios em Ribeirão Preto, SP — Foto: Reprodução/de

Pelo menos sete pessoas procuradas pela Justiça na região de Ribeirão Preto (SP) continuam vivendo em liberdade mesmo anos após os crimes cometidos.

Algumas delas já acusadas e outras suspeitas de homicídios, todas têm mandados de prisão em aberto, mas seguem foragidas. Em três dos casos, os julgamentos já aconteceram e essas pessoas foram condenadas.

Para o advogado João Pedro Silvestrini, uma das explicações pode ser a própria condição geográfica brasileira, que possibilita a fuga para locais distantes daqueles onde o crime aconteceu.

“Pelo Brasil ser um país muito grande, suas fronteiras são muito vastas e, geralmente, não são tão fiscalizadas por conta do tamanho. Então, essas pessoas costumam ou se evadir para o exterior, passando por uma fronteira sem fiscalização da Polícia Federal, ou fugir para um outro estado muito afastado do seu local de origem”.

Na sexta-feira (3), Daniel Valeriano de Brito, suspeito de espancar e matar Francisco Machado Fortuna, namorado da ex-companheira, foi preso em Petrolina (PE), a 2.124 quilômetros de distância de Ribeirão Preto.

O crime aconteceu no dia 31 de outubro e ele estava foragido desde 1 de novembro, quando teve a prisão decretada. O caso chamou a atenção pela brutalidade das agressões.

Homem é espancado no meio da rua ao chegar em casa em Ribeirão Preto; VÍDEO

Segundo Silvestrini, até o fato de o país contar com muitas florestas, zonas rurais e comunidades pode ajudar foragidos a se esconderem da Justiça, mas ele ressalta que ‘é uma ilusão acreditar que a vida vai ser normal’.

“Essa pessoa não vai conseguir, por exemplo, ter uma carteira de trabalho. O patrão pede certidão negativa, se ela for registrada. Se ela precisa passar por atendimento médico na UPA, pode chegar a ser presa porque precisa de um documento de identificação, se renova um documento no Poupatempo, pode sair presa de lá, todos esses dados estão conectados no Poder Público. Aí, geralmente, ela começa a praticar outros crimes, falsificar documentos, praticar golpes para conseguir dinheiro, e a vida dela vai se tornando cada vez mais difícil, a pena vai aumentando”.

Entre as pessoas que se encontram foragidas neste momento, estão três suspeitos de matar um empresário e a advogada dele em um galpão abandonado em Jardinópolis. O crime aconteceu no dia 30 de outubro do ano passado.

Para Silvestrini, há esperança de captura de todos eles, uma vez que os crimes não prescrevem.

“A prescrição é bastante difícil, porque temos prazos muito grandes no nosso jurídico, quase 30 anos. É muito raro de acontecer”.

Três dos foragidos já foram condenados por homicídios cometidos em 2008, 2012 e 2016. Os casos vão desde atropelamento após discussão até tiro nas costas por briga causada por cone de trânsito e morte por ciúmes.

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Pesquisa transforma milho em superalimento resistente ao calor

Cientistas alteram a genética do milho e deixam ele mais resistente a secas e altas temperaturas

O DE foi até Campinas (SP) conhecer a pesquisa. Na fase de testes, alimento tem a cor roxa, que destaca se a mudança do DNA aconteceu ou não.

Prato do Futuro: pesquisa cria milho mais resistente ao calor

Já pensou que uma bactéria poderia salvar a sua pipoquinha? Uma pesquisa tem usado a chamada agrobacterium para editar o DNA do milho e tornar ele mais resistente às altas temperaturas e às secas causadas pelas mudanças climáticas.

O estudo de edição gênica é da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e, neste episódio da série Prato do Futuro, o DE foi até a unidade em Campinas (SP) para entender como ele funciona. Confira no vídeo acima.

A pesquisa promete fazer o milho tolerar até 2°C acima da sua temperatura ideal, que é entre 28°C e 30°C. Além disso, a planta precisaria de menos água, apenas 20% de sua quantidade ideal de antes da alteração.

Com isso, o cultivo poderia acompanhar a elevação da temperatura do planeta, que já é de 1°C comparado a níveis pré-industriais e deve subir ainda mais, chegando a 1,5°C entre 2030 e 2050, segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da Organização das Nações Unidas (ONU).

Por causa do aquecimento do planeta, 8% da flora do planeta pode desaparecer das suas áreas tradicionais, afirma o relatório do IPCC.

Os resultados demonstram que as plantas modificadas tiveram um aumento de 10% da produção.

O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de milho, representando cerca de 11,7% do fornecimento mundial. O país fica atrás dos Estados Unidos (30,3%) e da China (24,1%).

Nas últimas duas décadas, a produção brasileira de milho teve um crescimento contínuo de 5,2% ao ano, mostra um estudo do Ministério da Agricultura e Pecuária e da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais.

Para a safra 2024/2025, a área, que está em fase de plantio, deve se manter estável, em torno de 21 milhões de hectares, estima a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Com a expectativa de recuperação na produtividade, a safra deve chegar a 119,8 milhões de toneladas.

COMO UMA BACTÉRIA PODE ALTERAR A GENÉTICA?

Na pesquisa, os cientistas utilizam a agrobacterium para editar a genética do milho. Essa bactéria tem a capacidade de reprimir ou ressaltar alguma parte do DNA das plantas, neste caso, a característica que resiste ao calor e à seca.

Para isso dar certo, a equipe precisou mapear a sequência de DNA completa do milho, ou seja, seu genoma.

Na natureza, esse micro-organismo é considerado uma praga do milharal, podendo causar tumores nos pés. Mas, no laboratório, a parte do DNA da bactéria que causa a doença é removida antes de ter contato com as células do milho.

E não precisa se preocupar, a inserção da bactéria no milho não faz mal para quem for consumir.

Qualquer alimento que teve seu genoma mapeado pode passar pela edição gênica, com a possibilidade de obter benefícios semelhantes aos observados na pesquisa com o milho.

POR QUE FAZER O MILHO FICAR ROXO AJUDA NA PESQUISA?

Para descobrir se o gene que foi alterado se desenvolveu, os pesquisadores inserem junto da agrobacterium um marcador genético, que tem a capacidade de mudar a cor dos grãos.

Assim, durante a fase de embrião, é possível ver a coloração por microscópio. Quando o milho se desenvolve, toda a espiga assume a cor.

Mas, quando o estudo for finalizado e a nova variedade for comercializada, esse marcador não será mais inserido. Portanto, o milho vai continuar sendo amarelo.

PRONTO PARA O MUNDO

Ao longo do seu desenvolvimento, a planta passa por diversos ambientes. Em sua fase mais jovem, ainda vive em meio de temperatura ideal, na sala de aclimatação, até ir para uma estufa com clima extremo.

Usando uma luz que replica as ondas solares, climas diferentes são testados, bem como a quantidade de água fornecida varia.

Os pesquisadores observam como a planta se comporta e se ela vai entrar em estresse térmico, quando não consegue mais realizar a fotossíntese corretamente. Assim, é possível entender se o experimento funcionou ou não.

As plantas que se mostram resistentes têm sua genética replicada por meio de polinização.

Os testes também incluem o plantio em lavoura, para ver se o milharal sobrevive no mundo real.

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Foto: Bárbara Miranda | Arte DE

CRÉDITOS DESTE EPISÓDIO DA SÉRIE ‘PF: PRATO DO FUTURO’

* Coordenação editorial: Luciana de Oliveira
* Edição e finalização de vídeos: Marih Oliveira
* Narração: Vivian Souza
* Reportagem: Vivian Souza
* Produção: Vivian Souza
* Roteiro: Vivian Souza
* Coordenação de vídeo: Tatiana Caldas e Mariana Mendicelli
* Coordenação de arte: Guilherme Gomes
* Direção de arte e ilustrações: Luisa Rivas e Verônica Medeiros
* Fotografia: Rafael Leal
* Motion Design: Verônica Medeiros e Thalita Ferraz
* Ilustrações: Bruna Rocha, Maria Laura Silva, Luisa Rivas e Thalita Ferraz

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