Castanha-da-Amazônia: O nome correto do maior tesouro do Amazonas

Castanha: do Pará, do Brasil ou da Amazônia? Qual é o nome do fruto que tem o
Amazonas como maior produtor?

Disputa sobre o nome da castanha reflete a história e a diversidade de sua
produção na região Amazônica, com diferentes denominações ganhando força ao
longo dos anos.

A castanha é uma das riquezas naturais mais conhecidas do país, com destaque
para sua produção na região Norte. Porém, quando se trata do nome correto do
fruto, surgem dúvidas: seria castanha DE Pará, DE Brasil ou DA Amazônia? Para
esclarecer, o DE conversou com Davi Leal, historiador e especialista no tema, que respondeu a essas questões sobre esse
tesouro brasileiro, com o Amazonas sendo atualmente o maior produtor.

O debate sobre o nome da castanha chamou a atenção nas redes sociais neste fim
de semana, após o ator manauara Adanilo participar do programa É DE Casa, da
Globo, exibido no sábado (4).

Durante a atração, ele ensinava a receita de uma tapioca caboquinha, prato
típico da culinária amazonense, que leva banana-da-terra, queijo coalho, tucumã
e castanha-da-amazônia, como ele mesmo mencionou.

No entanto, a apresentadora Talitha Morete, surpresa, corrigiu o ator, afirmando
que o fruto é conhecido na região Sudeste como castanha-do-Pará.

> “É DE Pará, é DA Amazônia, é DE Brasil… tem um monte de nome”, brincou o
> ator, ao ser questionado no programa.

Horas após a repercussão do debate sobre o nome do fruto na TV, a ex-BBB
paraense Alane se manifestou nas redes sociais para defender o nome pelo qual o
fruto é amplamente conhecido, especialmente em seu estado. “Amo castanha DO
PARÁ”, publicou.

Em um vídeo, a dançarina disse: ‘É ‘castanha-do-Pará’. Estou falando o óbvio,
porque às vezes o óbvio precisa ser dito. Não é ‘castanha-DE-Brasil’, não é
‘castanha-DA-Amazônia’, é muito simples: P – A – R – Á’, soletrou.

No entanto, apesar de ser uma nomenclatura popularmente aceita, a questão não é
tão simples como parece. Embora muitos ainda chamem o fruto de
‘castanha-do-Pará’, atualmente um decreto brasileiro oficializa o nome Castanha
DE Brasil.

Além disso, o historiador e pesquisador Davi Leal, da Universidade Federal do
Amazonas (Ufam), argumenta que o nome mais correto seria “Castanha DA Amazônia”,
devido à sua origem e à produção predominante na região.

O historiador explicou que a castanha frequentemente foi associada a uma
localidade específica, onde era processada ou transportada. No entanto, essa
associação não se sustenta, pois a produção ocorre em toda a região amazônica.

> “No século XIX, a castanha passou a ser chamada de castanha DE Pará, pois a
> produção vinda do interior da Amazônia seguia para Belém. Já no século XX,
> desde a década de 1930, a Associação Comercial do Amazonas defendeu a
> utilização dos nomes ‘castanha DE Brasil’ ou ‘castanha DA Amazônia”, destacou
> o professor.

Davi Leal explicou que a associação do nome ao estado do Pará remonta à época em
que a região do Amazonas fazia parte da Província do Pará. Além disso, no século
XVIII, a castanha chegou a ser chamada de ‘Castanha do Maranhão’, devido aos
portos de exportação do fruto.

> “Chamar de Castanha DE Pará reforça a identidade do estado, mas não faz
> justiça à história, pelo menos não completamente. Até 1850, o Amazonas fazia
> parte da Província do Pará, ou seja, éramos paraenses. Quando nos separamos,
> compartilhamos muitos hábitos culturais com toda a região”, esclareceu.

O engenheiro de alimentos Albert Lopes, que desenvolveu uma pasta à base de
castanha DA Amazônia, compartilhou que enfrentou dilemas culturais durante a
pesquisa do produto. Ele destacou a importância cultural da castanha tanto no
Amazonas quanto no Pará. Para evitar a exclusão dos produtores da região, optou
por usar o nome ‘castanha DA Amazônia”.

> “Percebi que associar a castanha a apenas um local pode gerar conflitos, como
> a apropriação cultural, fazendo com que outros estados produtores se sintam
> excluídos e limitando a origem do produto”, pontuou.

Um levantamento do Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (PEVS),
mostrou que o Amazonas foi o maior produtor de castanha DE Brasil em 2022, com
uma produção de 14.303 toneladas. O estado ocupa essa posição desde 2016,
conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os
municípios amazonenses com maior produção anual de castanha incluem:

* Humaitá: 6.500 toneladas,
* Boca do Acre: 1.112 toneladas,
* Codajás: 700 toneladas.

O estudo também trouxe dados sobre outros principais estados produtores de
castanha:

* Acre: 9.145 toneladas, ocupando o segundo lugar.
* Pará: 8.807 toneladas, em terceiro lugar.

A nomenclatura da castanha reflete a história e a complexidade de sua produção
na região amazônica. E recentemente, o termo “castanha-da-Amazônia” tem ganhado
força, refletindo a ampla produção e a origem geográfica do fruto.

Portanto, não há uma única forma “correta” de nomear a castanha. Cada termo tem
uma origem e contexto que representa diferentes aspectos de sua história e
produção.

O mais importante é reconhecer o valor cultural e econômico desse tesouro da
região Norte, independentemente do nome que se escolha. O consumidor tem a
liberdade de adotar o nome que mais ressoe com a sua percepção e a riqueza dessa
iguaria brasileira.

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Acidente trágico na BR-174 resulta em duas mortes e alerta para segurança viária

Duas pessoas morreram em um acidente trágico envolvendo uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) na rodovia BR-174, que liga o Amazonas a Roraima. O incidente ocorreu no quilômetro 924, resultando na perda de duas vidas e deixando outras duas pessoas feridas. As vítimas feridas foram encaminhadas para o Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto, em Manaus, onde seu estado de saúde permanece desconhecido até o momento.

Segundo informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), o acidente aconteceu durante uma forte chuva, levando o condutor da ambulância a perder o controle do veículo, sair da pista e cair em uma região de mata. O Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM) foi acionado para a cena do acidente e confirmou o óbito das duas vítimas, que foram encontradas presas nas ferragens, necessitando de um trabalho árduo para sua remoção.

A presença da PRF e do CBMAM no local do acidente evidencia a seriedade da situação e a necessidade de investigação para entender as circunstâncias que levaram a esse trágico desfecho. A ocorrência de acidentes fatais nas estradas brasileiras serve como alerta para a importância da segurança no trânsito, especialmente em condições climáticas desfavoráveis.

O tráfego de veículos em rodovias como a BR-174 demanda atenção redobrada dos condutores, bem como a manutenção adequada dos veículos e a prudência ao volante. Incidências como essa trazem à tona a fragilidade da vida humana e a urgência de medidas preventivas para evitar tragédias similares no futuro.

A comunidade local e as autoridades responsáveis pela segurança viária devem unir esforços para promover a conscientização sobre a importância do respeito às normas de trânsito e da manutenção preventiva de veículos. A tragédia que resultou na perda de vidas na rodovia BR-174 serve como um lembrete doloroso de que a segurança no trânsito é uma responsabilidade de todos.

É fundamental que a sociedade e as instâncias governamentais estejam em constante diálogo e ação para promover medidas que visem a prevenção de acidentes e a preservação da vida. A investigação minuciosa desse acidente é necessária para identificar possíveis falhas e garantir que a justiça seja feita em memória das vítimas que perderam suas vidas de forma tão trágica.

Neste momento de luto e reflexão, é preciso reforçar o compromisso com a segurança no trânsito e a conscientização sobre os riscos envolvidos na condução de veículos. Que essa tragédia sirva como um alerta para a importância da prudência e responsabilidade de todos os envolvidos no trânsito, visando a preservação da vida e a prevenção de novas tragédias como a que ocorreu na rodovia BR-174.

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