IPP: Preços ao Produtor sobem 1,23% em novembro, acumulando alta de 7,59% em 12 meses – Metrópoles

O Índice de Preços ao Produtor (IPP) divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentou um avanço de 1,23% em novembro, em comparação com o mês anterior. Este foi o décimo aumento consecutivo dos preços da indústria nacional, resultando em um acumulado de 7,59% nos últimos 12 meses até o referido mês.

No acumulado do ano, o IPP registrou uma alta de 7,81%, sendo o resultado mais expressivo desde setembro de 2022, quando atingiu 9,84%. As atividades industriais que mais influenciaram esses resultados foram as de alimentos, metalurgia, indústrias extrativas e refino de petróleo e biocombustíveis. De acordo com o gerente da pesquisa, Alexandre Brandão, o desempenho positivo em novembro foi impulsionado principalmente pelos preços dos alimentos.

Das 24 atividades industriais pesquisadas, 18 apresentaram variações positivas de preço em relação ao mês anterior. Em outubro, 15 atividades já haviam demonstrado aumentos nos preços médios. O IPP é um indicador que monitora a variação dos preços de venda recebidos pelos produtores de bens e serviços no país, contribuindo para sinalizar as tendências inflacionárias de curto prazo.

Para a realização do IPP, mais de 2.100 empresas são acompanhadas mensalmente, sendo coletados cerca de 6 mil preços sem a inclusão de impostos, tarifas e fretes, conforme as práticas comerciais usuais. A próxima divulgação do índice, referente ao mês de dezembro, está agendada para o dia 4 de fevereiro.

Em dezembro, houve um recuo na confiança da indústria, com um cenário de pessimismo recorde. O estoque da indústria retornou ao patamar planejado pelas empresas, enquanto a Confederação Nacional da Indústria (CNI) apontou que juros e desvalorização do real impactaram negativamente na confiança do setor. Além disso, o acordo Mercosul-União Europeia tem gerado impactos no setor agro e industrial, influenciando quem ganha e quem perde com as negociações.

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Ataque a tiros em assentamento do MST foi motivado por briga interna, diz polícia

O MST: ataque a tiros não teve relação com o movimento, diz polícia

Delegado responsável pela investigação afirma que motivação do ataque a
assentamento foi uma briga interna envolvendo a venda de um lote

São Paulo — Um dos delegados responsáveis pela investigação sobre o ataque a
tiros em um assentamento do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST)
em Tremembé, no interior de São Paulo, afirmou que o crime não teve relação com
o movimento e que a motivação teria sido um desentendimento interno. Até o final
deste sábado (11/1), duas mortes haviam sido confirmadas. Seis pessoas ficaram
feridas.

De acordo com o delegado Marcos Ricardo Parra, da Delegacia Seccional de
Taubaté, os tiros ocorreram após um confronto motivado por um desentendimento
envolvendo a negociação de um lote dentro do assentamento.

“Se desentenderam com uma questão local, nada relacionado com o movimento ou com
invasão e de defesa de terra. A intenção do grupo não era tomar posse. Era uma
cobrança no sentido de que [alguma] pessoa não estava aceitando a negociação.
Foi uma desinteligência totalmente fora de controle por motivos internos da
organização do assentamento”, afirmou o delegado em coletiva de imprensa neste
sábado.

Um homem de 41 anos suspeito de ser o mentor do ataque foi preso
na tarde deste sábado (11/1) pela Polícia Civil de São Paulo.
Trata-se de Antonio Martins dos Santos Filho. Com apelido de “Nero do Piseiro”, ele já tinha uma condenação por porte
ilegal de arma de fogo.

Ainda de acordo com o polícia, Nero confessou o crime e está colaborando com a
investigação para a localização dos demais envolvidos “Ele está indicando onde
podem ser encontradas as demais pessoas. Além de ter confessado, ele foi
reconhecido por algumas vítimas e testemunhas”, afirmou.

A Polícia Civil já identificou pelo menos mais um participante do ataque. Outros
nomes estão sendo investigados.

O QUE ACONTECEU:

– Segundo o MST, homens armados teriam invadido o assentamento Olga Benário por
volta das 23h dessa sexta-feira (10/1).
– No momento do ataque, 10 pessoas, entre crianças e idosos, estavam no local.
Duas morreram e seis ficaram feridas.
– Os mortos foram identificados como Valdir do Nascimento, conhecido como
“Valdirzão”, 52 anos, e Gleison Barbosa de Carvalho, 28.
– Outros dois feridos foram internados em estado grave. Ministros do governo
Lula (PT) lamentaram o episódio e cobraram punição aos envolvidos.
– Em ligação, Lula expressou solidariedade às vítimas e prometeu uma visita à
região.
– O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) enviou um ofício à Polícia
Federal (PF), neste sábado (11/1), determinando a abertura de um inquérito
para apurar o ataque.
– De acordo com o MJSP, uma equipe da PF, composta por agentes, perito e
papiloscopista, se deslocou ao local do ataque para investigar a ação.

LIGAÇÃO

O MST informou que o presidente Lula ligou para a direção nacional do grupo e
expressou solidariedade às famílias das vítimas. Ainda segundo o movimento, o
titular do Planalto deve visitar a região assim que puder voltar a viajar de
avião. Ele ainda se recupera de uma cirurgia na cabeça.

A ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, e o ministro do Desenvolvimento
Agrário, Paulo Teixeira, vão a Tremembé, entre este sábado (11/1) e domingo
(12/1), para acompanhar a investigação.

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