Evento do 8/1: Lira não comparecerá por pai na UTI, Pacheco em viagem – Planalto promove solenidade marcando 2 anos do 8 de Janeiro, com ausências de Arthur Lira e Rodrigo Pacheco.

Pai de Lira está na UTI e deputado não comparecerá ao evento do 8/1 com Lula

Lira está em Alagoas e faltará ao evento do 8/1 com Lula para permanecer com o pai, que está na UTI após passar por cirurgia não programada

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), está com o pai na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) de um hospital em Alagoas e não vai comparecer aos eventos preparados pelo presidente Lula para marcar os dois anos do 8 de Janeiro, nesta quarta-feira. Aliados do paramentar levaram a justificativa da ausência ao Planalto.

Pai do deputado, Benedito de Lira é prefeito de Barra de São Miguel e tem 82 anos. Conhecido como Biu de Lira, o político alagoano passou por uma cirurgia não programada no 31/12 e não compareceu à cerimônia de posse em 1/1 deste ano, quando assumiu oficialmente seu segundo mandato como gestor da cidade localizada no litoral de Alagoas.

O motivo da internação não foi revelado pelos aliados do parlamentar com quem o DE conversou. Na cerimônia de posse, o vice de Biu de Lira, Henrique Alves Pinto, fez o juramento na Câmara de Vereadores de Barra de São Miguel. Na sequência, o deputado falou sobre a ausência do pai no evento.

ATO DO 8/1 SEM LIRA E PACHECO

Além do presidente da Câmara, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), também não deve comparecer ao ato promovido pelo Planalto para marcar os dois anos do 8 de Janeiro. A equipe do senador alegou que ele tem uma “viagem ao exterior, programada anteriormente”. No seu lugar, a Casa será representada pelo primeiro vice-presidente, Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB).

O Planalto planeja uma solenidade dividida em diversas fases. As ações começam pela manhã, com a entrega obras de arte restauradas e o descerramento do quadro As Mulatas, de Di Cavalcanti. Os momentos em que o governo espera maior adesão do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF) ocorrem em seguida. Tratam-se de uma cerimônia com a presença de autoridades no Salão Nobre do Palácio do Planalto, às 11h, e Abraço da Democracia, na Praça dos 3 Poderes.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Tragédia: Famílias denunciam suposto descaso em hospital de Luziânia, Entorno do DF

Três bebês morreram no Hospital DE Luziânia, no DE, no Entorno do DF. Famílias denunciam suposto descaso e falhas no atendimento médico

Nos primeiros dias de 2025, o Hospital Estadual DE Luziânia (HEL), localizado no Entorno do Distrito Federal, tornou-se o epicentro de um drama que envolve a perda de três bebês recém-nascidos. As famílias denunciam suposto descaso da instituição e a falta de preparo da equipe hospitalar, descrevendo episódios de demora no atendimento, diagnósticos tardios e procedimentos questionáveis que culminaram nas tragédias.

O que você vai ler nesta reportagem:

– Três bebês morreram no Hospital Estadual DE Luziânia: famílias denunciam negligência médica e falhas nos atendimentos no início de 2025;
– Caso de Jaqueline Alves: após horas de trabalho de parto sem avanços, perdeu sua filha, Helena, que nasceu com a clavícula quebrada e piorou até falecer;
– Yara Mafra dos Reis: jovem de 17 anos enfrentou a perda da filha após longas esperas por atendimento, cesárea atrasada e falta de informações claras;
– Denúncias de outras mães: relatos de negligência incluem demora em procedimentos, diagnósticos tardios e falta de comunicação adequada no hospital.

Jaqueline Fernanda Alves Vieira, 29 anos, conta que viveu um dos momentos mais difíceis de sua vida com a perda de sua filha recém-nascida, Helena Alves, no início do ano. Ela conta que deu entrada no hospital na quarta-feira, dia 1º de janeiro de 2025, já em trabalho de parto, com a bolsa rompida e 4 centímetros dilatados. Após quatro horas, o progresso da dilatação foi mínimo, levando o médico a oferecer medicamentos para amolecer o colo do útero. “Após dar entrada no hospital, disseram que eu ficaria em observação, mas meu trabalho de parto não evoluía. Por volta de meio-dia, o médico veio fazer o toque, viu que eu tinha dilatado um centímetro a mais. Aí o médico me ofereceu dois comprimidos, que seria para amolecer o colo do útero”, relatou Jaqueline.

Apesar de ter solicitado uma cesariana após horas sem avanços, Jaqueline afirma que o pedido foi negado. “Disseram que não fariam a cesárea por causa da laqueadura que eu pedi. Só aceitaram quando cedi à ocitocina para acelerar o parto”. A laqueadura é um procedimento de esterilização para mulheres que têm certeza de que não desejam uma gravidez futura. A cirurgia consiste na remoção de parte das tubas uterinas através de uma única incisão transversa no abdômen, posicionada na linha acima dos pelos pubianos. A ocitocina tem a função de estimular a contração do útero, auxiliando o trabalho de parto.

Depois de alguns procedimentos incluindo o uso da ocitocina, Helena nasceu com o rosto roxo, uma indicação de que o parto foi de face, uma posição incomum que pode aumentar os riscos de vida para o bebê. “Minha filha nasceu com o rostinho roxo, porque ela nasceu virada. Isso não é normal”, explicou Jaqueline.

No dia seguinte, Helena começou a apresentar sinais de desconforto, recusando a amamentação e chorando intensamente. A mãe percebeu que algo estava errado e procurou o pediatra, que pediu um raio-x. Mais tarde, a filha foi diagnosticada com uma clavícula quebrada, uma condição que, segundo Jaqueline, não foi comunicada adequadamente pela equipe médica. “Num trabalho de parto forçado, eles quebraram a clavícula da minha filha. Quebraram e não me falaram nada. O médico disse que isso era normal, mas minha filha continuava piorando. Deram fórmula de leite com uma seringa e paracetamol, mas ela só piorava, chorava como quem não tinha mais forças”, afirmou.

A situação se agravou ao longo do dia, com Helena mostrando sinais de piora significativa, incluindo saturação de oxigênio baixa e sinais vitais fracos. Apesar da intubação, a bebê não resistiu. Helena foi enterrada na tarde dessa quarta-feira (8/1) no Cemitério Parque Santa Rita, em Planaltina. Jaqueline, que também tem outros dois filhos, um menino de 9 e uma menina de 5 anos, descreveu a dificuldade de explicar a perda para os irmãos de Helena. “Cheguei e eles estavam na minha tia. Eles já vieram perguntando/; ‘cadê a Helena?’ E com criança não dá para dar a notícia da mesma forma como com adulto, então dizemos que a Helena foi morar com o pai do céu. O pai do céu levou a Helena”, conta.

Além do caso de Helena, outras duas mulheres registraram denúncias de negligência médica no mesmo hospital. “Quando a gente foi na delegacia para fazer o boletim de ocorrência, tinha mais duas mulheres contando o mesmo descaso. As bebezinhas de ambas morreram no hospital”, contou Jaqueline.

Um outro caso envolve Yara Mafra dos Reis, de 17 anos, que também enfrentou o luto após perder sua recém-nascida no mesmo local. Grávida de oito meses, Yara deu entrada no hospital na manhã de 3 de janeiro sentindo fortes dores. Na triagem, foi informada de que tudo estava bem com o bebê. “Me deram soro, mas o médico do plantão seguinte disse que eu estava em trabalho de parto. Ele afirmou que não poderia fazer a cirurgia ali, sem explicar o motivo, e sugeriu que eu fosse para o Hospital de Santa Maria por conta própria ou aguardasse a ambulância para transferência”, conta.

Sem ter como sair por meios próprios, Yara esperou. Mas, diante da intensificação das dores, voltou ao hospital, onde foi reavaliada. “O médico disse que tinha algo errado com os batimentos e que minha bebê não tinha mais sinais vitais. Ele disse que precisava fazer uma cesárea urgente, mas eu tive que passar pela triagem de novo porque meu nome não constava mais no sistema”.

Yara foi encaminhada para a cirurgia por volta das 12h. Ela foi anestesiada enquanto o procedimento era feito e, quando acordou, recebeu a notícia de que sua filha havia falecido. Sua mãe, Adriana Mafra, 41, também enfrentou dificuldades para acompanhar o parto da filha, mesmo ela sendo menor de idade. “Eles não deixaram eu entrar, mesmo com minha filha chorando de dor. Me disseram que estavam preparando ela, mas, quando finalmente fizeram o parto, a bebê já estava morta”, afirma Adriana.

A mãe de Yara também relata ter ouvido o médico afirmar que algo havia causado a morte da bebê durante o procedimento, mas sem explicações claras. “Mais tarde, uma enfermeira trouxe a neném enrolada num pano, já sem vida, e colocou nos meus braços. Não disseram nada, apenas saíram”. Adriana questiona a causa da morte alegada pelo médico – descolamento da placenta – e desconfia da versão apresentada. “Se fosse isso, eles teriam falado antes, mas foi só enrolação”.

As denúncias foram registradas na 1ª Delegacia Distrital de Polícia (DDP) de Luziânia (GO).

O QUE DIZEM O HOSPITAL E A SECRETARIA DE SAÚDE

Procurados pelo Metrópoles para obter esclarecimentos sobre as denúncias de negligência, a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) e o Hospital Estadual DE Luziânia (HEL) informaram, por meio de nota que, ao longo de 2024, foram realizados 1.359 partos na unidade, com um índice de óbitos em recém-nascidos de 0,73%. Sobre os casos registrados em dezembro e janeiro, apontaram para fatalidades.

“As causas apontadas para os últimos óbitos de dezembro na unidade foram síndrome da aspiração meconial e prematuridade extrema, condições graves que apresentam grandes chances de óbito no recém-nascido. Entre os óbitos de janeiro, estão um natimorto (morte de um feto a partir da 20ª semana de gestação) e outro de um recém-nascido de 36 semanas. A unidade possui uma comissão de verificação de óbitos que se reúne mensalmente, onde todos os eventos são analisados. O HEL possui ainda representação no Comitê de Vigilância do Óbito municipal, onde as mortes consideradas evitáveis são discutidas, para que medidas de prevenção sejam adotadas”.

Quer ficar ligado em tudo o que rola no quadradinho? Siga o perfil do Metrópoles DF no Instagram.

Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal de notícias no Telegram.

Faça uma denúncia ou sugira uma reportagem sobre o Distrito Federal por meio do WhatsApp do Metrópoles DF: (61) 9119-8884.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp